segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Moça de Um Certo Lugar



Tinha uma moça num certo lugar 
que dizia "eu te amo" por cem Reais. 
Tinha uma moça num certo lugar 
que vendia ilusões aos homens carentes.
E um dia um homem chegou 
e perguntou se ao invés de vender, 
ela simplesmente daria a ele um "eu te amo" daqueles. 
Ele também quis saber 
se ela trocaria um pouco da ilusão, 
por algo mais concreto. 

A moça pensou, olhou 
para as cortinas vermelhas, 
para as meias de seda, 
para a cama cheirando a alfazema barata...

Tinha uma moça num certo lugar 
que cantava a meia-luz canções de além mar.
Tinha uma moça num certo lugar 
que entre a fumaça do próprio cigarro dizia 
que seu "eu te amo" de nada valia
na boca de quem a faria chorar, 
mas que ali seu "eu te amo" valia cem reais
entre corpos carente que não tinha que amar.
E a moça olhando de esguio sorriu da calçada
olhando o vadio levando suas mentiras para outro lugar. 

A moça pensou, 
olhou para o céu de estrelas, 
para as unhas vermelhas, 
e caminhou pelas ruas 
com a certeza de que vive melhor nessa vida
quem conhece seu lugar.
(Waleska Zibetti)
 

domingo, 28 de setembro de 2014

Quando a vida deixa de ser um mero clichê

 "My pride, my ego, my needs and my selfish ways
Caused a good strong woman like you to walk out my life
Now I never, never get to clean up the mess I made, oh
And it haunts me every time I close my eyes
It all just sounds like…”


Trad.: "Meu orgulho, meu ego, minhas necessidades e meu jeito egoísta
Fizeram uma mulher boa e forte como você sair da minha vida
Agora nunca, nunca conseguirei limpar a bagunça em que eu fiz
E me assombra sempre que fecho meus olhos
Tudo isso soa como..."

(Bruno Mars –When I Was your men) 



Muito me impressiona ver algumas pessoas gastarem suas vidas com conflitos fúteis e inúteis, tendo a oportunidade de poder fazer algo grandioso por elas mesmas. Quando digo oportunidade, não cito que elas tenham tudo pronto para imediato, mas condições muito favoráveis para batalhar e fazer de suas vidas algo muito especial. Clichês do tipo: “isso passa”, “uma hora se ajeita”, “o tempo é o maior aliado”, não são as melhores formas de se auto ajudar a sair da inércia.
Ações, decisões pensadas, são elas que nos dão o empuxo necessário para seguir em frente e talvez sejam elas a mola propulsora necessária para que a vida não passe a ser um verdadeiro marasmo. Nem tudo são flores, nem todos os dias são ensolarados, mas, não há tristeza que dure para sempre! Só penso que os dias nublados irão vir e que as flores irão murchar.

Crer nas possibilidades é muito clichê, a dúvida é excitante.

Na ânsia de sermos diferentes, acabamos por repetir a mesmice, os velhos e óbvios clichês, tão gastos e desbotados, que fogem a nossa percepção. Seja louco (a) diga o que pensa, seja direto, se desprenda sobre o que não vai acontecer ou o que podem pensar, mande flores e diga o quanto foi bom estar naquela companhia, cintile! Seja diferente! Seja você!
Mas às vezes deixamos passar essas oportunidades, por medo, por orgulho, por ser clichê, por vergonha do ridículo, pois quando amamos, ficamos bobos! Sim, BOBOS alegres!
Mas eu admito que por muitas vezes devo ser o clichê implantado, meus olhares são poetas, meu silêncio é cantor e minha ausência dançarina, eu faço festa mesmo sem estar, causo dores sem querer e desperto amores inconscientemente. Se sofro? É claro, neste mundo não há quem não sofra mais eu entendo muito bem o sofrimento e lido com ele de forma pacífica, por vezes de forma dramática.

Nenhuma barreira é intransponível se você estiver disposto a lutar contra ela.
 
Vai lá pessoa, fecha os olhos. Mergulha no que te dá vontade. Que a vida não espera por você. Abraça forte e com vontade o que te faz sorrir. Sonha que é de graça. Não espere. Promessas vão e vem. Planos, se desfazem. Regras, você as dita. Palavras, o vento leva. Distância, só existe pra quem quer... E já dizia o Einstein “Evitar a felicidade com medo de que ela acabe, é o melhor meio de se tornar infeliz.” Então você está esperando o que pra ser e fazer alguém feliz?

Meu conselho: Não deixe escapar oportunidades na sua vida! Viva a vida intensamente, aproveitando somente o melhor dela! Por que o tempo passa, e o que passou pela sua vida no passado no futuro pode se tornar uma doce recordação ou um amargo arrependimento.

Ei se você achou que o texto teria algo óbvio, quem disse a você que a vida é óbvia?

Aproveite-a, toque-a e dance-a!!!

 
Au Revoir e Até o próximo Post!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Primavera - Cecília Meireles


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Um Lugar Para Mim em Nothing Hill

E não se esqueça que eu não passo de uma garota,
parada na frente de um garoto,
pedindo a ele que a ame.
(de: “Um Lugar Chamado Nothing Hill”)

Onde é que ele está, heim? Ele anda por aí sem saber que eu o espero com meu melhor sorriso e um abraço apertado. Falo do meu William. Talvez ele nem se chame William. Pouca importância tem o nome se ele me fizer sua Anna. Até porque meu nome não é Anna. Acho que esse nome nem combinaria comigo! Contudo, quero olhar nos olhos desse cara atrapalhado que provavelmente ainda não sabe que eu existo e ver que valeu a pena esperá-lo. Quero falar da solidão que senti até ele chegar. E quero que ele me fale do que fazia antes de caminhar comigo. Faremos isso numa ruazinha aqui de minha cidade mesmo. Será a nossa Nothing Hill. E talvez nossa trilha não seja “She” de Elvis Costello. Mas será nossa e isso é que é importante. Então, estou aqui esperando pelo meu “William”. E enquanto isso...

Vocês já assistiram “Um Lugar Chamado Nothing Hill”? Deveriam! O filme é britânico de 1999 dirigido por Roger Mitchell, o mesmo de “Amor para Sempre” e “Fora de Controle”. É um filme delicioso onde a protagonista vivida por Julia Roberts (“Uma Linda Mulher”) conhece o nada menos encantador William Thacker, vivido por Hugh Grant (“Quatro Casamentos e Um Funeral”). Ela é uma atriz famosa que precisa reencontrar a mulher simples que ela é. Ele é um rapaz que precisa reencontrar o amor.

Uma comédia romântica típica de fim de tarde com uma trilha apaixonante. Um filme para se ver com pipoca ou sorvete e um desejo terno de ser adolescente outra vez ou de ser mulher de vez. Um filme bom para suspirar e para criar desejos. Desejos de se andar por aí perguntando “Onde estar o meu amor? Onde é o caminho para Nothing Hill?”.

Então, fica aí uma dica suave para noite de hoje. Vamos lá?! Arrisque-se a sonhar um pouco. Comece ouvindo, Elvis Costello. Boa noite!!!


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

AMY LEE LANÇA CD SOLO

AMY LEE LANÇA CD SOLO
Por Gabriella Gilmore

O papo de hoje é sobre lançamento musical.
Colegas do clube sabem do meu amor pela compositora e cantora Amy Lee, vocalista da banda de rock Evanescence, e eu não poderia perder a oportunidade de espalhar essa novidade que vem me deixando ansiosa há alguns anos.
Depois de algum tempo “prometendo” lançar CD solo, a artista, juntamente com o músico Dave Eggar escreveram AFTERMATH, que inclusive foi trilha sonora do filme independente WAR STORY.
Trazendo uma sonorização diferente do que conhecemos da sua banda, Amy Lee coloca um pouco de seus artistas favoritos na sua nova música.
Em “Push the Button” você sente Nine Inch Nails e Bjork numa levada eletrônica sexy e psicodélica.
Foi ousada com a balada árabe em “Dark Water”, contando com a participação da marroquina Malika Zarra. Tem Mozart, Garbage, Wagner e até mesmo Evanescence em “Lockdown”, que é o hit mais quente desse álbum. Contudo, os fans do rock talvez vão torcer o nariz porque as músicas não fazem você bater a cabeça, porém te faz sentir, pensar e analisar.
Aftermath é literalmente um som “pós-guerra”, aquela guerra interna que nós artistas enfrentamos diariamente. “To survive, I lockdown”. Sentiu isso?
Fica a dica musical de hoje.
Confira a dica abaixo e deixe sua opnião. Aftermath pega ou não pega?


Ouça aqui -> Aftermath

Quem Dança é mais Feliz?

"Quando você dança, seu propósito não é chegar a determinado lugar.
 É aproveitar cada passo do caminho." ( Wayne Dyer )














Você precisa de algo para enfim te completar e te fazer feliz?
Esse é o Questionamento do nosso personagem John Clark (Vivido pelo ninguém mais e ninguém menos que o Richard Gere). Há vários anos o advogado John Clark (Gere), especialista em testamentos, leva uma vida rotineira do trabalho para casa e de casa para o trabalho. Apesar de amar sua mulher, Beverly (Susan Sarandon), e seus filhos, John sente que algo está faltando algo em sua vida. Por acaso vê na janela de uma academia Paulina (Jennifer Lopez), uma bela professora de dança. Esperando se aproximar dela, John se matricula na academia. Paulina rapidamente elimina qualquer possibilidade de envolvimento com John, mas isto não o faz deixar de ir às aulas, pois ele acha cada vez mais relaxante e divertido dançar.
Shall we Dance? Ou abrasileirando o título Dança Comigo? é uma adaptação de um filme de terras nipônicas (pra mim uma surpresa) que é do ano de 1996.
 
Sinopse: John treina arduamente para a maior competição de dança de Chicago. Sua amizade com Paulina (Jennifer Lopez) cresce e seu entusiasmo reacende a paixão perdida pela dança. Com sua esposa ficando desconfiada e seu segredo prestes a ser revelado, John tem que fazer algo para continuar o seu sonho e realizar aquilo que ele realmente busca. 

Opinião: Todas as vezes que uma produção alternativa conquista olhares é feito um remake hollywoodiano repleto de estrelas e adaptado a cultura do Tio Sam o que por vezes tira o foco original da história e o seu charme.A versão japonesa é muito mais filme que a norte-americana, mas isso não impede que o público tenha um bom programa para depois do almoço familiar de domingo. Vovó irá se divertir com a homenagem às estrelas dos antigos musicais da MGM com Fred Astaire e Cyd Charisse, e com a referência à música "Shall we dance", do clássico premiado O Rei e Eu. Garotas irão curtir mais uma vez a cena batida de Uma linda mulher, em que o galã Richard Gere, de black-tie, presenteia sua amada com uma rosa.  

Aqui vai o trailler:
Au revoir,
Até o próximo texto!


sábado, 13 de setembro de 2014

A Borboleta e o Lobo do Mar



É uma da manhã e o telefone não tocou. Ou tocou e eu não ouvi? Ele sempre diz que não ouço nada e que vivo absorta em meu mundo de borboletas azuis. E eu me pergunto: é crime gostar de borboletas? Não sou eu que não ouço. É ele que insiste em falar algo demais quando o melhor momento é se calar. Então, eu me desprendo e vou voar com as borboletas. Se ele soubesse que nem sempre elas são azuis... 

 Ele não tem tempo para vê-las. Quase ninguém tem! Todos vivem presos aos seus compromissos e correrias que enfartam. As borboletas não acompanham os que correm. Elas precisam pousar aqui e ali de vez em quando. Tocar suave pétalas de flores campestres amarelas. Das minhas borboletas azuis e do amarelo das minhas flores selvagens é que vem o verde da minha esperança. Mas quase ninguém vê. 

 Aliás, ele também não vê a esperança em mais nada. Acho que ele não vê nada. Não tem tempo para ver. Ah, se ele conseguisse parar de falar e começasse a ouvir só um pouquinho as canções do vento! Acho que ele precisa dançar ao som do vento e começar a ver borboletas. Não ligo de emprestar as minhas até ele criar as dele. 

 E já são duas e não sei se o telefone tocou ou não. Tudo que sei é que estou aqui pensando, pensando, como faço as noites em que nem eu durmo e nem o telefone toca. 

Ele está lá em algum ponto desse mar. De repente, um pensamento triste me ocorre: não há borboletas no mar. Então é fácil se sentir sozinho por lá. Talvez eu devesse desenhar algumas bem coloridas e dar a ele na próxima vez que o vir. Devo desenhar também algumas flores. 

O mar é triste a noite. Tão escuro e envolto em mistérios. Talvez de tanto ficar no mar o coração dele esteja escuro também. Sei que há quem me dirá que o mar é magnífico. E eu concordo. Ele é! Mas é que imaginá-lo sem borboletas, o deixou tão triste. Lindo ainda assim. E as ondas lambem a areia. São Ondinas tentando sair dali. 

Mas sabe o que pensei agora? No mar há gotas que sonham em ser borboletas. E elas fogem dele para o céu e depois se lançam das nuvens em forma de chuva. E enquanto caem em queda livre, são borboletas de asas transparentes voando em direção as flores. São minutos de total liberdade antes de voltar para os braços do mar. Ai... Que vontade de ser gotas de chuva! 

Se ele me ouvisse agora me chamaria de louca. E me mandaria por os pés no chão e tirar a cabeça das nuvens. De vez em quando tenho pena dele; ele é tão raiz. Eu não quero ser raiz! Quero ver o sol refletido nas gotas-borboletas do meu jardim. Quero ver o mar se iluminando de manhã e as Ondinas cedendo espaço aos seus admiradores. E a canção solitária do mar ser tomada pouco a pouco por um coral de risos infantis. Ah, eu prefiro ser flor a ser raíz. Ele que me perdoe! 

E são quase três. Definitivamente o telefone não tocou. Vou dormir! Vou nos sonhos ser borboleta, vou voar até ele e tocar-lhe suavemente o ombro. Vou beijar-lhe com minhas antenas e soprar, num farfalhar de minhas asas, um pouco da minha esperança sobre ele. E que eu o faça sorrir! Quem sabe ele consiga novamente alguma ver esperança em mim? E quem sabe um pescador contará mais tarde a história de um amor bonito entre uma borboleta e um lobo do mar.
(Waleska Zibetti)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Hello Stranger!

"Não me apetece viver histórias medíocres,
paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar.
Só quero na minha vida gente que
transpire adrenalina de alguma forma."

(Gabriel García Marquez)






Talvez fiques surpreso com estas linhas seguintes, pois este não é um simples texto, mas, uma carta de amor diferente. Sem Remetente e sem destinatário, apenas, uma carta de amor. 
Naquela tarde de inverno, aquele era o último sorriso sincero em meses, talvez em muito tempo... Ali parada olhando para você a espera de um caminho a seguir, os ouvidos tentando escutar o que aquelas palavras traduziam em meu coração. Sem mais barulhos, sem multidões, sem chuva, sem sol, sem distâncias, sem férias. Somente nós e a música... Como diriam os franceses enfáticos e gestualmente falando "La musique c'est très fantastique!!!" a música tem esse poder mágico de transpor a barreira das palavras que precisam ser ditas. Treme, disfarça, nega, se entrega e não se entrega. Eu ainda não acredito, digo que não é verdade e tento disfarçar, ando e desando negando o que minha alma tenta dizer...

- Como posso ter me rendido  assim?

Há muito mais sentimentos embutidos do que simplesmente declarações. Muita gente diz que o tempo é inimigo do amor, que as relações se desgastam com o passar dos meses e anos. Mas seria insano argumentar que esse tipo de pensamento pode cair por terra quando reciprocamente alimentamos nossos sentimentos com a lenha certa para que o fogo continue a queimar?
Pois é caro estranho...
Nem todos pensam assim e por não semearmos tão bem nossos sentimentos é que o mundo carece de tanto amor e hoje me encontro exatamente na bifurcação da dúvida. Dúvida de quais caminhos seguir.
Caminhos?
Destino?
Ah Estranho, há dias em que tudo é tão nebuloso, sombrio que chego a pensar que o amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas.  Comeu os minutos de adiantamento do meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu a futura grande dançarina, o futuro grande poeta.  Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala. O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte. Sei que tenho culpa Estranho, me acovardei várias vezes, esperei aquela luz tão pequena se ampliar na minha frente, mas tive medo de ir adiante então retornei ao caminho mais fácil, mesmo sabendo que não era feliz por inteiro, ainda faltava o essencial...
Ah estranho! Sabe o quanto foi difícil pra mim muitas vezes desejar por fim em tudo e saber que é totalmente alucinante e sem saída? Veja só, eu ainda estou viva e veja só como eu estou… Parece fácil estar transcrevendo em mal traçadas linhas estranho, mas não é. A cada emoção sentida uma lágrima rola do meu rosto.
Mas parece que hoje vejo uma pequena chama, linda e coberta por algo tão vistoso de sentimentos, é mesmo para mim? É assim que me encontro, desacreditada e perdida. Engraçado, mas, será que ele perceberá Caro Estranho, que quando me acorda, tem a dose exata para me despertar para o dia, e mesmo sem dormir ao meu lado, tem a dose certa para trazer meu sono em doses pequenas, exatas, incessantes, que de longe não pensa em futuro, mas é a dose certa para fazer bonito meu presente?

Será que é certo acreditar ou devo mais uma vez recolher-me a apatia e a covardia de seguir uma vida traçada ou desejada por outros? Que sinais devem ter para seguir adiante? Estranho, sentir-se triste é pecado? É feio? Ter certeza e me calar é Crime?
Hoje se eu pudesse diria tantas coisas, mas só queria que ele sentisse que é a melhor de todas as sensações que eu já experimentei na vida. Independente de que ele fique ou se vá para bem longe... Não consigo mais escrever Caro Estranho, cada mal traçada linha e cada palavra que brota vêm com esperanças desconfiadas e incertezas. Espero que entenda tudo que tenho a dizer, você me pergunta se eu tenho esperança ainda que mínima? Se olhar em meus olhos agora o que você diria?
Adeus.

sábado, 6 de setembro de 2014

Onde eu estava que me perdi?

"Not really sure how to feel about it
Something in the way you move
Makes me feel like I can't live without you
It takes me all the way
I want you to stay"


Trad.: "Não tenho muita certeza de como me sentir quanto a isso
Algo no seu jeito de se mexer
Faz com que eu acredite não ser possível viver sem você
Isso me leva do começo ao fim
Quero que você fique"

(Stay feat. Mikky Ekko - Rihanna)

Ah o "Stalkcídio" esse que é o senhor mal daqueles que escondem uma paixão, um amor, uma vontade idealizada em outro ser!
Agora vamos falar desse sentimento que você procura esconder a sete chaves mas que não é segredo pra quem percebe o brilho dos seus olhos. 
A-ha, estás enamorada? Não! É mais uma coisa conhecida como Amor Platônico!
Sim, sim e talvez nesse minuto você se pergunte onde estava aquela garota que gostava de chorar, talvez ela não gostasse de chorar ela gostasse de você!
É interessante que as pessoas conhecem tão bem o caos e o caso a ponto de fornecerem n's conselhos, mas, é porque querendo ou não todo mundo já passou por isso algum momento da vida! E creia vocês que é um sentimento saudável e bom de ser vivido  (claro que com doses homeopáticas) porque o excesso disso é o medo e a insegurança do "E Se" e "Talvez".
Lendo um pouco sobre o assunto me deparei com uma frase num texto bem interessante: "Fazia tempo que eu me via pensando nele. Como seria estar a seu lado, conviver com ele, saber-lhe o cotidiano. Claro, era tudo exercício dos meus quereres, pois a gente era impossível, ele era inalcançável. Imagina." (Sergio Freire)

Não temos como fugir daquilo que está dentro da gente mesmo não é mesmo? Então só nos restam dois focos: Ou sai da moita ou Esquece (Se é que isso é possível, ah coração desconexo)! Sentimentos são casas para as pessoas fazerem suas moradas, entretanto,  sentimento é cativar e cultivar todas possibilidades! 

Então deixe-o saber! Caso ele perceba, o convide demonstrando com atitudes!
E amanhã ou depois esse texto aqui será mais um texto a nível obviedade!


Au Revoir
Até o próximo texto!

Em Verdade Vos Digo



Eu sempre digo que minha verdade é não ter verdade. 
Sou fruto do meu desejo.
É nele que existo. 
 A ponta das minhas unhas vermelhas 
sabem mais de mim que os olhos caridosos de minha mãe. 
As cicatrizes de minha alma me traduzem 
mais que a pele intacta de meu rosto. 
Sou mais que minha voz arrastada 
porque habito em meus pensamentos atormentados. 
E não pensem que sou triste, doente, cinza... 
Sou mais que isto ou aquilo, 
sou o silêncio incomodo 
que fica quando não se tem mais nada a dizer. 
Sou a flor do bougainville liberta 
e transformada em borboleta 
com o toque mágico do vento. 
Disseram-me que sou pecado 
e eu ainda nem sabia falar. 
Hoje falo e peco mais ainda. 
Mas um Jesus me salvará.
Ele me ama e é fiel a mim. 
Nele tudo posso. 
Então ganho o mundo naquilo que as vizinhas, 
por detrás das cortinas, 
vigiam, condenam, comentam... 
mas querem para si. 
E que seus maridos nas mesas dos bares 
comentam, condenam, vigiam... 
mas querem para si. 
E a minha verdade está na minha risada debochada 
que solto quando me batem 
e a lágrima solitária que não deixo ninguém ver. 
A minha verdade é não ter verdade alguma 
mas lhe deixar totalmente inquieto 
sem saber se isso também é verdade
ou é só algo que quero fazer você crer.
(Waleska Zibetti)

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Lover of your life, Singer of Songs!

Eu não serei um astro do rock, serei uma lenda!
(Freddie Mercury)

Quem me conhece sabe que além de Arquitetura e Livros, sou apaixonada pelo Queen (Pode ler a minha Bio), enfim, mais do que uma paixão é um amor sem fim! Apaixonada pelo Brian May e John Deacon e mais ainda alucinada pelo melhor cantor dessa Era Freddie Mercury.
Nada mais justo do que fazer essa homenagem!
Hoje estaria completando 68 anos, mas será que as profecias e inúmeras entrevistas dadas pelo Freddie seriam concretizadas caso ainda estivesse vivo? (Freddie alegava em meios dos anos 80 que seria ridículo ser um Rock Star aos 60). Talvez o contágio de todas as suas canções seriam um dos maiores motivos de todo artista de seu calibre pra continuar compondo e musicando!



Biografia:

Farrohk Bulsara é Freddie Mercury.
Nascido em 5 de setembro de 1946 na colônia britânica de Zanzibar, viveu com os pais na Índia e, em 1954, aos oito anos, o garoto foi enviado para estudar na St. Peter Boarding School, uma escola para meninos na cidade indiana de Bombaim, tendo feito todo trajeto sozinho a bordo de um navio. Nessa época, já grande apreciador de música, ele começou a ter aulas de piano, muito influenciado pela cantora local Lata Mangeshkar. Aos doze anos, montou uma banda chamada The Hectics, com quem ele se apresentava em eventos escolares cantando sucessos de artistas como Cliff Richard e Little Richard, sendo que foi nessa época que ele passou a ser chamado de "Freddie" pelos amigos. Apesar de ser apreciado pelos mais velhos devido a seu carisma e talento musical, o garoto sofria muito bullying por parte das outras crianças de sua idade devido a sua personalidade afeminada, o que o levou a se tornar uma pessoa introspectiva e muito tímida quando perto de estranhos. Quando mais velho, Freddie passou a morar na casa de sua avó, mas continuou frequentando o mesmo colégio até o fim do curso, voltando para a casa de seus pais em seguida. Aos 18 anos, foi para Londres, onde se formou em design gráfico. Tímido, levou algum tempo para se entregar à paixão pela música. Só em 1970, fundou o grupo Queen e parou por conta de complicações da Aids. Viveu intensamente os seus 45 anos. Quem teve a oportunidade de participar do coro de milhares de vozes no Rock in Rio, de 1985, certamente não esquece o seu fascínio. 
Em 1986, com sua popularidade altamente renovada, o Queen lançou o disco A Kind of Magic, que foi um grande sucesso, e realizou uma turnê de estádios pela Europa, com uma produção e recepção nunca vista antes, com dois concertos no Estádio de Wembley que foram gravados e lançados em vários formatos posteriormente. Em 1987, Freddie descobriu ser portador do vírus da AIDS, e sua saúde física se deteriorou rapidamente, por isso o Queen se aposentou dos palcos, sendo que o concerto final da Magic Tour, em Londres, no dia 8 de agosto de 1986, foi o último momento de Freddie no palco. Trabalhando apenas no estúdio, o grupo lançou The Miracle em 1987, e no ano seguinte, Freddie voltou a inovar sua carreira ao lançar o disco Barcelona, um projeto de música clássica ao lado da soprano espanhola Montserrat Caballé. Em 1991, o Queen lançou Innuendo, que foi um grande sucesso comercial, e mesmo estando com sua saúde extremamente debilitada, Freddie continuou a trabalhar exaustivamente, tanto que, após menos de um mês, ele já estava em estúdio gravando vocais para um disco novo do grupo. O cantor, que morreu nesse mesmo ano, já sabia que não sobreviveria por muito tempo, por isso gravou todos os vocais antecipadamente para que a banda concluísse o trabalho mais tarde.
Aqui está uma das minhas canções favoritas:

Au revoir
E até o próximo texto!
Bisous

Outras mentiras

E não bastasse o caos, eis a mentira que nos circunda.
Não há uma só pessoa que não tenha experimentando a mentira e os seus mais variados estilos e densidades.
Há quem diga tratar-se de uma questão de sobrevivência, faz parte dos muitos atributos necessários ao desenvolvimento psíquico, cognitivo e social de nós, seres humanos.
Diariamente, enfrentamos, muitas vezes sem perceber, uma corrente impetuosa de mentiras, enganações e falsidades.
A mentira se dá, em alguns casos, de forma antecipada e com reflexão. Outros casos são observados como mentiras passivas, como encontramos nos filmes, novelas e outras encenações artísticas.
A mentira premeditada, praticada particularmente por pessoas de pouca ou nenhuma escrupulosidade, é uma ferramente bastante utilizada para que essas pessoas, egoísticamente, atinjam o nirvana de suas meticulosas ambições.
Mas, a maior mentira é a que praticamos conosco todos os dias. Essa mentira nos é ensinada aos montes, é embutida numa crosta subterrânea da nossa consciência e nos guia a vida toda.
Para livrar-se desse peso constante que você mal sabe que carrega, faça-se duas perguntas:
Eu sou o que quero ser? Eu faço o que quero fazer?
O ponto crucial para que as respostas sejam realmente verdadeiras é, em um primeiro momento, que você tente, com todas as suas capacidades, entender o significado do verbo 'querer' nessas duas questões. Ele não vem acompanhado daquela libertinagem exorbitante que nos torna inconsequentes de nossas atitudes, mas de um significado bem mais profundo, de mãos dadas ao sentido primordial que cada um de nós deveria buscar, sem as falsas e mentirosas ideias as quais nossos ideais, nossos sonhos e o nosso verdadeiro eu se tornam aprisionados.
A sugestão é emancipar o seu interesse, fazer com que o seu raciocínio busque um caminho independente. Pense! Que as suas verdades emerjam, desabrochem e inundam a superfície da sua consciência tornando-te uma pessoa seguidora das suas próprias verdades.