segunda-feira, 26 de maio de 2014

Sentindo a morte de Ivan


Por Gabriella Gilmore

Confesso que estou demorando a engrenar na leitura de Lev Tolstói, que com o título nos chama para conhecer a história de Ivan Ilitch sem mesmo ler a sinopse.
O tema “morte” apesar de ser algo que ainda aflige as pessoas, não deixa de ser sedutora.
Apesar de todo o bla bla bla do autor, eu tenho conseguido pegar o sentimento de Ivan de uma forma muito íntima, pois como ele, eu também ando narrando minha própria morte mentalmente. 
A vida adulta é só desgosto. 
Costumo falar isso para os adolescentes que às vezes convivo, dizendo que essa fase, juntamente com o da juventude, é algo que devemos curtir lentamente, saboreando-a, sem precisar pular este período, porque o cansaço é apenas uma “impressão”. Eu quando jovem, também almejava a vida adulta, só para não ter de encarar a encheção de saco da minha mãe e dos professores. E  finalmente, a vida adulta chega fazendo dedinho para você. Debochada que só!
Com tanta coisa para resolver em todos os lados da vida, seja sentimental, profissional, espiritual, familiar e social, 24 horas chega a ser nada quando se tem tantas preocupações assolando a mente que nem dormindo descansa, porque os pesadelos insistem em te fazer careta.
Ivan chegou num estagio da vida em que tudo pelo qual estudou não valeu por quase nada, e pelo que tenho lido, ele está de face a face a uma depressão.
Ivan, assim como eu, tem nadado, nadado, e nadado... mas quando percebeu que o cansaço está ganhando, foi pego pensando em absurdos. É como se a gente andasse sem destino. Para que? Por quê? Ah, vá saber!
Posso estar errada quanto aos meus sentimentos sobre Ivan e sua morte lenta, mas sente aqui comigo para desvendarmos os temores que no íntimo do autor Tolstoi, fez brotar esse personagem que foi um sucesso em sua época.