O pensamento democrático é, talvez, o maior pensamento de igualdade social que exista. A democracia é uma crescente constante no mundo moderno, sendo aprimorada cada vez que é posta em prática. Contudo, o pensamento total democrático é falho.
O Primeiro problema da Democracia é a forma. Não há maneiras de se
perpetuar uma Democracia sem uma representação (partidária ou não). Quando
escolhemos alguém para nos representar este continuará, querendo nós ou não,
sendo outra pessoa. O problema todo está no fato de que ele fará escolhas em
nosso nome, podendo elas nos agradar ou não. Quando temos um representante de
uma turma de escola é fácil submetê-lo às nossas vontades, mas em âmbito
nacional torna-se uma tarefa muito mais difícil.
Quando falamos de representação partidária a figura muda. Paulo
Bonavides em seu livro Ciência Política
diz o seguinte:
“Das definições expostas, deduz-se
sumariamente que vários dados entram de maneira indispensável na composição dos
ordenamentos partidários: (...)
d) um interesse básico em
vista: a tomada do poder
e) um sentimento de
conservação desse mesmo poder ou de domínio do aparelho governativo quando este
lhes chega às mãos.”
(Paulo Bonavides, in “Ciência Política”)
(Paulo Bonavides, in “Ciência Política”)
Ou seja, os partidos políticos (que dizem representar o povo) farão de
tudo para subir ao poder, contudo não terão o mesmo interesse de largar o osso.
E isso resultará numa guerra ideológica onde o partido jogará com seu povo,
dividirá o mesmo, pisará em quem for necessário, etc. E mais um problema surge nesse
modo, um partido é montado por diversas pessoas, na hora de tomar decisões para
o Estado, antes de expô-las para o publico, o partido se reunirá e tomará a
decisão que vá de acordo com o que os membros do partido pensam e não com o que
o povo pensa.
O Segundo problema da Democracia são as opiniões. O povo moderno ainda
não entendeu que todos nós temos um tipo de gosto e pensamento diferente e
também não aprendeu a respeitar isso. Mas qual seria a ligação da subjetividade
humana com a Democracia? Simples: a Isagoria, o fato de que todos nós temos o
direito a voz e direito de dizer o que pensamos, seja para o bem, seja para o
mal. A Democracia parte do seguinte principio “Não concordo com o que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito
de o dizeres” (Frase atribuída a Voltaire).
Ora, (direis) isso é coisa de liberdade de expressão. E eu vos direi, no
entanto, a liberdade de expressão é um pensamento democrático. Pensemos que um
monarca ou tirano não poderá dar ao seu povo a liberdade de expressão, pois
acabarão atacando-o. Os aristocratas também não poderão fazer o mesmo, pois seu
povo não seria classificado como “digno” ou “sábio” para poder se expressar.
Contudo, se tirares da Democracia a liberdade, matarás a Democracia, pois ela é
o governo do povo, a representação da voz do povo.
Eis que o problema se agrava, pois algumas pessoas, infelizes e
ignorantes em seus ideais, possuem pensamentos que ferem as outras pessoas
(racistas, homofóbicos etc.). Para conter a raiva geral e amenizar os estragos
feitos criam-se leis que proíbem os praticantes de cometerem tais atos
abomináveis, mas a partir do momento que se corta a liberdade do povo, fere-se
um dos princípios da Democracia. Liberdade Moderada.
Mas o que é Liberdade? Liberdade para Noberto Bobbio é “um conceito
interpessoal ou social referente às relações de interação entre pessoas ou
grupos, ou seja, ao fato de que um ator deixa outro ator livre para agir de
determinada maneira.”
O problema é que o Estado Democrata interfere na interação pessoal de um
determinado ator, cujo sua opinião contraria a opinião de outrem ou da
maioria. O grande problema é: Como
resolver tal problema, sem ferir a liberdade das pessoas? Não há maneira alguma
de se fazer isso. O máximo que se pode fazer é a separação de “certo e errado”
e deixar por conta do Direito.
Eis que chegamos a Terceira e última falha da Democracia. Qual seria,
então, o mais grave erro da Democracia? A resposta é simples: Todos. Democracia
é, em teoria, o governo do povo para o povo. Ou seja, qualquer ser humano tem o
direito de participar das decisões políticas (inclusive os loucos retardados
como eu), não há nada que impeça que determinado grupo de pessoas participe de
funções sociais importantes. Podem dizer que “só pode votar quem tem título de
eleitor”, contudo se pensarmos bem o voto é uma OBRIGAÇÃO de todos, logo você é
OBRIGADO a votar, sendo assim TODOS têm que participar. Muitos me dirão também:
“Mas João, falas do Brasil e quanto aos outros países?”. Nos países onde a
votação é livre e não-obrigatória, acontece um fenômeno “pior”, o povo se vê no
dever de votar, logo todos vão votar.
Talvez não vejam o problema, mas logo lhes direi. O problema de ter algo
que envolva todos é que sempre deve vencer a MAIORIA e, nem sempre, ela está
certa. Contudo, quando há uma votação e a maioria escolhe algo “errado”, ficará
o “errado” num lugar avantajado. O fato é que: O povo inteiro não está
preparado para certas posições ou escolhas.
Entretanto, se começarmos a escolher quem deve ou não dominar o Governo,
nós teríamos uma Aristocracia (o governo de poucos), mas na prática seria o governo
dos melhores. Se houver empecilhos para o povo votante (não podem votar os
analfabetos, os loucos, os pobres etc) não haverá povo no governo e
isto faria do mundo um inferno sem igual, pois os aristocratas trariam
vantagens apenas para si. A Aristocracia não precisaria de um povo a não ser
para seu trabalho manual, pois os aristocratas não poriam a mão na sujeira.