sábado, 12 de setembro de 2015

O Mágico de OZ




“We are off to see the wizard, the wonderful wizard of Oz…”, essa é a primeira coisa que me vem a cabeça quando penso em Mágico de Oz. Você se lembra?

Bom, depois de uma leitura mais cabeça, sempre corro para algo na linha infantil ou infanto-juvenil como forma de equilibrar as ideias. Sendo assim, saí de James Joyce e seus mortos e fui para a Cidade das Esmeraldas a procura de Oz junto com Dorothy, menininha de onze anos e moradora oriunda do Kansas, o Homem de Lata – em minha opinião, o personagem mais chato; o Espantalho e o Leão – personagem que mais curti.

“O Mágico de Oz” é um dos livros da série de livros “O Maravilhoso Mundo de Oz” que teve quatorze livros escrito pelo seu autor original L. Frank Baum e mais vinte e seis escrito por outros autores.

O enredo de “O Mágico de Oz” é fofo e simples. Para aquela leitura prazerosa e suave. Não traz muito além dos ensinamentos, tais como: “O bem vence o mal” e a “A amizade acima de tudo”.  O que me deixou um pouco decepcionada porque imaginei de tirar pelo menos uma meia dúzia de boas citações, mas não deu nem para isso.
Lembro-me bem do filme estrelado por: Judy Garland (Dorothy), Jack Haley (Homem de Lata). Bert Lahr (Leão) e Ray Bolger (Espantalho). O filme é de 1939, produção da MGM originalmente em preto e branco e mais tarde remasterizado; costumava ser passado nas Sessões da Tarde com grande frequência.

O principal tema do filme foi a música “Somewhere Over The Rainbow” que foi regravada depois em vários momentos e pelos mais diferentes interpretes. Aposto que ela ainda está na cabeça da todos os cinéfilos até hoje.

Enfim, “O Mágico de Oz” é um filme ou um livro para a garotada curtir sem grandes pretensões. Por exemplo, animar uma aborrecida tarde de férias de inverno. Aventura não falta no enredo e crianças menores curtirão, com toda certeza.


Já eu, jamais pensei em dizer isso, mas... Sou muito mais o filme. De qualquer forma fica a dica e até a próxima! 
Beijos da Wal.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Os Miseráveis - Final (Epílogo)

Epílogo

Marius já sabe que foi Valjean que o retirou da barricada quando fora atingido e agora ele e Cosette estão indo encontrar o velho que o salvou. Infelizmente não há o que falar dessa parte, pois (para quem não viu) estragará o final, mas vale dizer que é belíssimo.

Mas o que posso dizer é o quanto interessante se faz essa cena, misturando a esperança de revolução da época em que foi escrito, misturando religião e tantas outras coisas que a peça soube misturar de forma ímpar.

E deixo aqui uma das grandes mensagens da peça: And remember the truth that once was spoken, to love another person is to see the face of God (E lembre-se da verdade que uma vez foi dita: Amar outra pessoa é ver o rosto de Deus).


Como bônus especial eu falarei o seguinte: Na versão de 1995 (o aniversário de 10 anos da peça), após o espetáculo são convidados para o palco Valjean’s de 17 países diferentes: Reino Unido, França, Alemanha, Japão, Hungria, Suécia, Polônia, Holanda, Canadá, Áustria, Austrália, Noruega, República Tcheca, Dinamarca, Irlanda, Islândia e Estados Unidos. Todos eles juntos cantam uma das mais épicas versões de “Do You Hear The People Sing?”. 

Convido-lhes mais uma vez a ver a peça.Bom. Foi isso, espero que tenham gostado e que assistam a peça. Até a próxima pessoal. 

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Os Miseráveis - Parte 6 (Inspetor Javert)



Inspetor Javert

Após a batalha dos revolucionários contra o governo, Marius é deixado inconsciente e gravemente ferido, Valjean o pega e o leva para um médico. No caminho ele cruza com Javert.

Valjean tenta passar e Javert tenta impedi-lo, sobre o pretexto de que tinha chegado a hora de Valjean. Valjean lhe pede mais uma hora e que depois eles se encontrarão para resolver tudo. Javert dá o tempo que precisa.

Enquanto Valjean leva Marius para o médico, Javert vai até a ponte onde costuma pensar. Lá ele entra em um grande estado de confusão. Afinal o homem que ele perseguiu na esperança de prender o salvou. E diz que o mundo terá que escolher. There is nothing in this world that we share. It’s either Valjean or Javert. (Não há nada no mundo que compartilhamos. Isto é entre Valjean ou Javert).

Depois se pergunta como ele pode impedir Valjean de dominá-lo, afinal ele teve a chance de matá-lo e não o fez. Devolveu-lhe a liberdade. And my thoughts fly apart. Can this man be believed? Shall his sins be forgiven? Shall his crimes be reprieved? (E meus pensamentos voam. Dá para acreditar nesse homem? Seus pecados serão perdoados? Seus crimes serão suspensos?). E agora ele se vê duvidando de coisas que nunca duvidou. My heart is stone and still it trembles. The world I have known is lost in shadows. Is he from heaven or from hell? And does he know that granting me my life today this man has killed me even so. (Meu coração é pedra e ainda treme. O mundo que eu conheci perde em sombras. Ele é do céu ou do inferno? E ele sabe que me concedendo minha vida hoje, este homem me matou mesmo assim).

Senhoras e Senhores. Javert é a representação de um Direito cego e cruel, que simplesmente segue o que está na lei, esquece-se do que torna o Direito uma ciência humana. Valjean vem para ensinar-lhe o perdão. Eis a grande jogada Javert é o mundo antigo, Valjean é a ocorrência das revoluções, as mudanças. Tudo o que Javert viu e acreditou que fosse certo caiu como sombras que somem ao chegar o dia. Javert havia sido derrotado como o antigo mundo.

I am reaching but I fall. And the stars are black and cold, as I stare into a void of a world that cannot hold. I’ll escape now from that world. From the world of Jean Valjean. There is nowhere I can turn. There is no way to go on.
(Eu estou alcançando [o céu], mas eu caio. E as estrelas são escuras e frias, enquanto eu observo um vazio de um mundo que não me segura. Eu escaparei deste mundo. Do mundo de Jean Valjean. Não há lugar para retornar. Não a como seguir).


Javert se joga da ponte...

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Os Miseráveis - Parte 5 (A Vida Continua e Malditos Ladrões)



A Vida Continua e Malditos Ladrões

O senhor Thénardier estava nas barricadas, mas não para ajudar na batalha. Ele “rouba” os pertences das pessoas mortas e usa-as para fazer fortuna. O momento de sua maior atrocidade acontece com a ária “Dogs Eat Dogs”. Como eu já havia dito antes eles são um casal desprezível.

Não houve revolução, logo nada mudou. Agora as pessoas se conformam de que nada mudará. E os anos se passarão sem nada mudar.

Marius foi o único sobrevivente (mas não sabe como saiu de lá quando esteve inconsciente, falarei disso depois). Ele lamentasse de ter sido o único a sobreviver e que seus amigos tenham morrido. O momento passa na Taverna onde eles discutiam sobre a revolução (“Empty Chair at Empty Tables”) outro momento muito bonito da peça e o verso mais bonito dessa ária é: Now my friends will sing no more (Agora meus amigos não cantarão mais).

Cosette chega até Marius e ele se pergunta como saiu da barricada, Cosette pede que ele esqueça. Marius a pede em casamento e Valjean conta toda sua história para Marius, desde seu crime até o final. Ele com medo do que Cosette iria pensar dele, ele foge.

Na noite do Casamento de Marius e Cosette o casal Thénardier aparece bancando pose de nobres. Marius reconhece o anel que o senhor Thénardier está usando. O anel era de Marius. Nesse momento cai a ficha de que quem o tirou das Barricadas foi Valjean. Marius expulsa os Thénardier (que cantam a música “Beggars at the Feast”), conta a Cosette a verdade e vai até Valjean.  


O correto seria eu falar sobre o Epílogo, mas ainda há Javert que eu pulei na ordem por ele ser, além do meu favorito, um personagem muito mais complexo que os Thénardier, Marius e Cosette. Então no próximo texto falarei sobre o fim de Javert e depois sobre o Epílogo. 

domingo, 6 de setembro de 2015

Homenagem Aos Poetas Franceses - Paul Verlaine

3- Paul Verlaine No final do século 19, os críticos incluíram Verlaine entre os chamados "poetas malditos", como Arthur Rimbaud. A expressão, aliás, é do próprio Verlaine, eleito em 1894 o "Príncipe dos Poetas".

A uma Mulher
Paul Verlaine


Pra vós são estes versos, pla consoladora 
Graça dos olhos onde chora e ri um sonho 
Doce, pla vossa alma pura e sempre boa, 
Versos do fundo desta aflição opressora. 

Porque, ai! o pesadelo hediondo que me assombra 
Não dá tréguas e, louco, furioso, ciumento, 
Multiplica-se como um cortejo de lobos 
E enforca-se com o meu destino que ensanguenta! 

Ah! sofro horrivelmente, ao ponto de o gemido 
Desse primeiro homem expulso do Paraíso 
Não passar de uma écloga à vista do meu! 

E os cuidados que vós podeis ter são apenas 
Andorinhas voando à tarde pelo céu 
— Querida — num belo dia de um Setembro ameno

sábado, 5 de setembro de 2015

Os Miseráveis - Parte 4 (As Barricadas)



As Barricadas

O segundo ato começa com Éponine andando pelas ruas de Paris, pensando sobre sua situação com Marius. Decreta-se sozinha com a ária “On My Own”. Depois da canção ela decide ir juntar-se a Marius na barricada.
Enquanto isso na Barricada, os estudantes são ameaçados pela guarda que já aparece, mas Enjolras encoraja seus amigos e eles aceitam o desafio. Um dos soldados avisa e os aconselha a desistir, pois estão sós. You at the barricades, listen to this! No one is coming to help you to fight! You’re on your own! You have no friends! Give up your guns or die! (Vocês nas barricadas ouçam isso! Ninguém está vindo para ajudá-los na luta! Vocês estão por sua conta! Vocês não têm amigos! Larguem as armas ou morram!). Enjolras devolve com uma resposta digna de um revolucionário. Damn their warnings, damn their lies! They will see the people rise! (Danem-se seus avisos, danem-se suas mentiras! Eles verão o povo se erguer).

Javert finge ser uma pessoa do povo que se voluntariou para ajudar na luta. Infiltra-se bem e diz que há muitos guardas e que o perigo é real. Diz que os inimigos deixarão que eles sintam fome e desistam. Então chega o pequeno Gavroche e acaba com o plano de Javert, denunciando-o. Liar! Good evening, dear Inspector. Lovely evening, my dear. I know this man, my friends, his name’s Inspector Javert. (Mentiroso! Boa noite, querido Inspetor. Linda noite, meu caro. Eu conheço esse homem, meus amigos, seu nome é Inspetor Javert). Javert é preso e fica para o povo decidir o que será feito com ele.

Pequena nota sobre este momento: Javert possui uma “música tema” no momento em que prende Fantine e em algumas outras partes também. Quando ele é preso pelos estudantes essa música retorna contra ele.

Éponine chega à Barricada, mas é gravemente atingida pela guarda. Enquanto morre aos braços de Marius canta “Little Fall of Rain”. Enjolras, para consolar Marius, diz que a morte dela não será em vão.

Valjean se candidata a ser voluntário para a guerra, mas vai vestido com o uniforme da guarda e não é muito bem recebido. Em determinado momento eles mostram a Valjean o que aconteceu com Javert, que estava preso e os dois se assustam. Enjolras deixa que Valjean ajude, mas o adverte: se os atacasse pelas costas ele seria morto.

O Governo faz o primeiro ataque. Valjean é de grande ajuda a eles. Enjolras diz que só o poderá agradecer quando a guerra tiver sido ganha, mas Valjean só pede uma coisa, que ele cuide de Javert. Enjolras permite que ele faça isso.  

Javert espera seu fim, mas Valjean não o executa. Javert o avisa de que ele sempre será um bandido e que continuará o perseguindo, que é melhor para Valjean que o mate, pois Javert acredita que Valjean queira um acordo com ele. Mas Valjean mostra ao antigo policial que ele está errado. You are wrong, and alway have been wrong. I am a man no worse than any man. You are free and there are no conditions, no bargains or petitions. There’s nothing that I blame you for. You’ve done your duty, nothing more (Você está errado, e sempre esteve errado. Eu sou um homem não pior que nenhum outro. Você está livre e não há condições, nenhuma barganha nem petição. Não o culpo por nada. Você cumpriu seu dever, nada mais).  Em seguida Valjean entrega seu endereço e “convida” Javert a ir dá-lhe a lição que merece. If I come out of this alive you will find me at No. 55 Rue Plumet. No doubt our paths will cross again. (Se eu sair disto vivo você me encontrará no número 55 Rua Plumet. Sem dúvida nossos passos se cruzarão de novo). Javert vai embora derrotado.

A noite cai na barricada e os amigos cantam sobre o que está acontecendo e sobre sua amizade, ao tema “Drink With Me”. Um dos momentos mais marcantes dessa canção: Drink with me to days gone by. Can it be you fear to die? Will the world remember you when you fall? Could it be your death means nothing at all? Is your life just one more lie? (Beba comigo pelos dias que passaram. É possível que você tema a morte? O mundo lembrará de você quando morreres? Será que sua morte não signifique nada? Sua vida não é somente mais uma mentira?). Depois todos os revolucionários cantam juntos: Drink with me to days gone by, to the life that used to be, at shrine of friendship never say die. Let the wine of friendship never run dry. Here’s to you and here’s to me. (Beba comigo pelos dias que passaram, pela vida que costumava ser, no santuário da amizade que nunca supõe morrer. Não deixe o vinho da amizade derramar. Aqui para você e aqui para mim). Enquanto isso Marius pensa em Cosette.

Quando todos estão dormindo Valjean reza por Marius em um dos momentos mais bonitos da peça. A oração recebe o nome de “Bring Him Home”. Valjean pede que Marius saia com vida daquela situação. Após o texto colocarei o vídeo da música, pois não tem como explicá-la por aqui.

Chega manhã e os soldados da guarda logo avisam: You at the barricades, listen to this. The people of Paris sleeps in their beds. You have no chance, no chance at all. Why throw your lives away? (Vocês na barricada ouçam isso. O povo de Paris está dormindo em suas camas. Vocês não tem chance nenhuma. Por que desperdiçar suas vidas?). Enjolras e seus companheiros respondem com toda sua honra. Let us die facing our foe. Make them bleed while we can! Make the pay through the nose! Make them pay for every man! Let others rise to take our place until the Earth is free! (Deixem-nos morrer encarando nosso inimigo. Fazê-los sangrar enquanto pudermos. Fazê-los pagar pelo nariz! Fazê-los pagar por todos os homens! Deixem outros tomarem nossos lugares até que a Terra esteja livre). 

Ocorre mais um ataque. Mas dessa vez a Guarda ganha. Matam todos (incluindo o pequeno Gavroche)... Ou quase todos. Enjolras foi um grande líder, que serviu para seus aliados e lutou por suas ideias, por isso deixarei aqui as palavras de sua revolução:

Red the blood of angry man, Black the dark of ages past, Red a world about to dawn, Black the night that ends at last. (Vermelho o sangue o homem bravo, Preto a escuridão das eras passadas, Vermelho um mundo prestes a amanhecer, Preto a noite que finalmente acaba).

Homenagem Aos Poetas Franceses - Arthur Rimbaud

2- Jean-Nicolas Arthur Rimbaud considerado um dos precursores da poesia moderna. É um poeta bastante atípico; produziu toda sua obra – que influenciaria a literatura, música e tantas outras artes – na adolescência. Aos 20 anos já havia abandonado a escrita. 

O Barco Ébrio [Trecho]


Como descesse ao léu nos Rios impassíveis,
Não me sentia mais atado aos sirgadores;
Tomaram-nos por alvo os Índios irascíveis,
Depois de atá-los nus em postes multicores.
Estava indiferente às minhas equipagens,
Fossem trigo flamengo ou algodão inglês.
Quando morreu com a gente a grita dos selvagens,
Pelos Rios segui, liberto desta vez.
No iroso marulhar dessa maré revolta,
Eu, que mais lerdo fui que o cérebro de infantes,
Corria agora! e nem Penínsulas à solta
Sofreram convulsões que fossem mais triunfantes.
A borrasca abençoou minhas manhãs marítimas.
Como uma rolha andei das vagas nos lençóis
Que dizem transportar eternamente as vítimas,
Dez noites sem lembrar o olho mau dos faróis!

Mais doce que ao menino os frutos não maduros,
A água verde estranhou-se em meu madeiro, e então
De azuis manchas de vinho e vômitos escuros
Lavou-me, dispersando a fateixa e o timão.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Homenagem Aos Poetas Franceses -Charles Baudelaire

1- Charles-Pierre Baudelaire foi um poeta boêmio e teórico da arte francesa. É considerado um dos precursores do simbolismo.

Sepultura d'um Poeta Maldito
Se, em noite horrorosa, escura, 
Um cristão, por piedade, 
te conceder sepultura 
Nas ruínas d'alguma herdade, 

As aranhas hão-de armar 
No teu coval suas teias, 
E nele irão procriar 
Víboras e centopeias. 

E sobre a tua cabeça, 
A impedi-la que adormeça. 
- Em constantes comoções, 

Hás-de ouvir lobos uivar, 
Das bruxas o praguejar, 

E os conluios dos ladrões. 

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Os Miseráveis - Parte 3 (Mais Um Dia)



Mais Um Dia

Cosette está no quintal de sua casa, questionando sua vida sozinha e que agora se encontra apaixonada. Como desconhece esse sentimento acha estranho a forma com que aconteceu. How strange, this feeling that my life’s begun at last. This change – can people really fall in love so fast? What’s the matter with you, Cosette? Have you been too much on your own? So many thing unclear, so many things unknown” (Como é estranho, esse sentimento que começa na minha vida. Essa mudança – é possível alguém se apaixonar tão rápido? O que há com você Cosette? Você tem sido muito por si mesma. Tantas coisas obscuras, tantas coisas desconhecidas).

Marius e Cosette estão apaixonados um pelo outro. Mas como toda história de amor tem que ter alguém que se fere (gravemente ou não) entra a amiga de Marius, Éponine. Para quem está acostumado com o linguajar da internet vai entender o que direi: Éponine está na “friendzone”. Ela é apaixonada por Marius, mas ele a vê somente como amiga.

Explicarei como Cosette e Marius se conheceram. Para quem assistiu a peça pelo aniversário de 10 anos não verá o momento, contudo no Filme de 2013 o momento ocorre.
Valjean e Cosette estão no centro de Paris e o casal Thénardier está também enganando o povo que passa. Marius, levado por Éponine, esbarra em Cosette e é paixão a primeira vista entre os dois. Pouco depois Valjean e Cosette são arrastados por Thénardier e sua gangue (até então sem reconhecerem-se). Em um momento o casal maligno reconhece Valjean e tentam agredi-lo. Uma confusão começa. Marius ajuda Valjean (por causa de Cosette, lógico). Até que alguém grita o nome “Javert”. Valjean assustado pega Cosette e foge dali. Javert e alguns guardas chegam e dão uma dura em todos os ali presentes. Vale lembrar que Éponine é “amiga” dos Thénardier.

Voltando da onde parei: Marius pede a Éponine, que o leve até algum lugar para encontrar com Cosette. E eles finalmente se apresentam com mais calma. Caros leitores, gostaria de ressaltar que eu descrevendo uma cena romântica sou um ótimo lutador de UFC. Mas voltando à peça. No encontro emocionante de Marius e Cosette é cantada “A Heart Full of Life”.

Depois do encontro, já à noite, a gangue dos Thénardier tenta invadir a casa de Valjean. Contudo Éponine aparece com o intuito de atrapalhá-los, mas o senhor Thénardier acredita que ela veio ajudar e a dispensa. Éponine get on home. You’re not needed in this. We’re enough here without here. (Éponine entre na casa. Você não é necessária nisto. Nós somos o suficiente sem você aqui). Ela, no entanto, tenta despistar os homens I know this house, I tell you. There’s nothing here for you. Just the old man and the girl. They live ordinary lives (Eu conheço essa casa, eu lhes conto. Não há nada para vocês aqui. Somente o velho e a garota. Eles vivem suas vidas ordinárias). O senhor Thénardier fica irritado e manda que ela não interfira, e ela diz que vai gritar. Quando diz isso à gangue eles a ameaçam de matá-la, então ela grita. Thénardier e sua gangue fogem e Marius chega com Cosette. Marius apresenta Cosette a Éponine, mas ele ouve alguém chegando e foge com Éponine, chega então Valjean assustado por ter ouvido um choro e com vozes nervosas na rua. My God, Cosette, I heard a cry in the dark. I heard the shout of angry voices in the street. (Meu Deus, Cosette, eu ouvi um choro na escuridão. Eu ouvi gritos zangados pela rua). Cosette diz que foi o choro dela e que ela se apavorou com o que viu. E Valjean fica com muito medo. Cosette: Three men I saw beyond the wall. Three men in shadow, moving fast. Valjean: This is warning to us all. These are the shadows of the past. (Cosette: Eu vi três homens além do muro. Três homens nas sombras, movendo-se rápido. Valjean: Isso é um aviso para todos nós. Essas são as sombras do passado.

Valjean acredita que seja Javert, que ele tenha descoberto seu paradeiro e pensa em fugir de novo, para Calais, uma cidade no norte da França. Nesse momento na peça é cantada “One Day More”, que mostra o que cada personagem (Valjean, Cosette, Marius, Enjolras, Éponine, Javert e o casal Thénardier) está pensando sobre o próximo dia.


Valjean se prepara para a viajar de novo. Cosette e Marius se perguntam se encontrar-se-ão novamente. Éponine conforma-se de que nunca ficará ao lado de Marius, Enjolras começa a organizar a revolução. Javert diz que derrotará os estudantes. O casal Thénardier continua sendo o casal Thénardier. E este é o fim do primeiro Ato. 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O Monólogo de Molly Bloom de James Joyce



Antes de tudo devo dizer que não sei exprimir o que senti diante dessa personagem. Oras quis matá-la ora quis abraçá-la. Molly Bloom é um conflito entre real e imaginário e uma leitura inesperada para os menos desavisados. Esse foi o meu caso: eu não esperava algo do gênero e Molly me angustiou e me encheu de prazer ao mesmo tempo.

            Esse monólogo encerra o livro “Os Mortos” de James Joyce. E embora, pela experiência com os dois contos anteriores, eu estivesse esperando uma narrativa cheia de intensidade e surpresas, essa acabou se superando. Eu não sei dizer se Molly está louca ou senil ou se Joyce quis juntar todas as facetas do pensamento feminino em um texto só.  E aí ela recordando e fantasiando coisas e relatando sobre seus amantes. É Essa heroína vem de outro romance de James Joyce chamado de Ulisses aonde ela é casada com Leopold Bloom.

            Outra coisa que me chamou muita atenção nesse monólogo foi a maneira como ela se expressa sobre suas experiências sexuais. Momentos em que  o leitor se ri e se apieda dessa brilhante personagem de gênio forte. Sem dúvida é uma personagem rica e vibrante e nos leva com ela num fluxo de pensamento que só sendo um pouco Molly Bloom para entender.

            Eu recomendo o livro “Os Mortos” de James Joyce, porque ele é espetacular como obra e fica fácil entender porque a obra de Joyce o imortalizou. Não deixem de conhece Molly Bloom, por favor. E preparem-se para se envolverem numa “louca” narrativa de mergulho total no íntimo de uma personagem que ousou, certamente, ir além de seu tempo. Vale a pena conferir!

            Até a próxima!


            Beijos da Wal.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Breakfast Audrey, Um Passeio de Luxo.

Não deve entregar seu coração para um selvagem. Quanto mais der, mais fortes eles ficam. Até que ficam tão fortes que correm e voam para bem longe.
(Holly Golightly, personagem de Audrey Hepburn)
Quase um mito, esse clássico filme da década de 1960 é inspirado no livro homônimo de Truman Capote escrito 10 anos antes. E retrata a história de Holly Golightly que para algumas pessoas que assistem o filme é uma prostituta que vivia na glamourosa cidade de NY City, mas, o próprio Capote dizia que ela seria mais uma Geisha: ela criava uma ilusão de possibilidade para seus ‘amigos’ do sexo masculino, mas a realidade poderia ser muito diferente. 
Narrado por um escritor que luta com suas histórias e de quem nunca sabemos o nome (Holly o chama de Fred, em uma referência carinhosa a seu irmão), Holly tem 19 anos e mora sozinha em um apartamento em Nova York. Ela chega quase sempre tarde em casa acordando os vizinhos por sempre esquecer a chave do portão. É assim que Fred a conhece.
Por algumas noites, ela o chama pedindo para que ele abra o portão no meio da madrugada. Holly parece estar curtindo a vida e sua juventude em uma cidade nova.
Aos poucos, Fred vai descobrindo mais sobre ela. De onde ela vem é um mistério mas sabemos que é do interior e que um agente de Hollywood lhe disse que poderia ser atriz. Ela vai para a cidade grande procurar oportunidades de tornar-se uma estrela. Mas Holly não parece extremamente interessada nisso: ela parece querer aventuras e aproveitar para conhecer aquilo que nunca lhe pareceu possível antes.
Todos os dias ela toma seu café da manhã em frente à joalheria Tiffany’s, isso a faz esquecer todos os seus problemas. À medida que sua amizade com Holly evolui, nosso narrador vai descobrindo mais sobre o passado dela e a amizade entre os dois se fortalece.
Holly passa a viver um dilema, não sabe se continua em sua busca incessante por um marido que realize o seu sonho de ser rica, ou se dá uma chance ao homem por quem esta apaixonada.
A beleza do filme esta na maneira como ele é contado, na ótima atuação dos atores, numa linda trilha sonora e fotografia.
Uma das clássicas cenas eternizadas pela sempre ícone do estilo Audrey Hepburn, estão a interpretação do clássico Moon River (Johnny Mercer / Henry Mancini) e a famosa cena em que Holly procura o seu gato na chuva.





Mas o melhor de tudo, sem dúvida, é a própria Audrey Hepburn. Ela, além de ser lindíssima, criou uma personagem extremamente doce, carismática e ingênua. Inicialmente a sua personagem seria estrelada por Marilyn Monroe, após alguns problemas com atriz o papel foi oferecido a Kim Novak, só então é que à chamaram. Não há dúvida que as duas lindas atrizes teriam desempenhado bem o papel, mas tenho certeza que não com a mesma graça e charme que Audrey.

Esse filme mostra com total clareza, que muitos de nós vivemos de sonhos, de decisões que duram por toda a nossa vida.
A personagem da Audrey, sonha em se casar com um milionário, no entanto ela se vê apaixonada por seu vizinho, um escritor.

Mas, talvez não seria daí que ela tiraria suas riquezas? 
Porque eu acredito, que o amor é a maior delas. Ela é uma sonhadora, ele um inventor de sonhos, pois ele os transcrevem em suas histórias. 

Ficha Técnica  
• Direção: Blake Edwards  
• Roteiro: Truman Capote (romance) George Axelrod (roteiro) • Gênero: Drama/Comédia/Romance
• Origem: Estados Unidos  
• Duração: 115 minutos

Segue o trailler:
 
Até o próximo texto
Au Revoir!