domingo, 22 de fevereiro de 2015

O homem como ser cultural



O homem como ser cultural
por Gabriella Gilmore

No intuito de despertar o artista que há em cada um de nós, o texto de hoje fala sobre cultura, que consequentemente nos leva a fazer artes.
No final deste texto, deixe um recadinho para nós dizendo qual é o seu dom/arte. Ilumina-se!

Para fazer arte verdadeira é preciso expressar aquilo que há em si mesmo: quem o exprime bem é artista.

A cultura é uma grande janela (juntamente com a linguagem e o trabalho) que em nosso século se abriu para o problema do homem.
Certamente, o homem sempre fez cultura porque é essencialmente um ser cultural e não um ser natural. Mas somente durante os últimos decênios tomou consciência desta verdade a tal ponto que fez dela tema privilegiado:
·         Em primeiro lugar, o desenvolvimento da antropologia cultural como ciência, que focalizou o valor e função que a cultura tem no desenvolvimento da civilização e na caracterização dos povos;
·         A crise que a cultura ocidental vem atravessando há algum tempo, mas, sobretudo nestes últimos anos. Foi, sobretudo esta crise tremenda que suscitou um estudo mais atento e mais aprofundado daquilo que é a cultura em si mesma, para o indivíduo e para a sociedade.
A cultura não é para o homem algo acidental, um passatempo, mas faz parte da sua própria natureza, é um elemento constitutivo da sua essência.  Seu objetivo, no sentido antropológico, foi sempre o de fazer o homem uma pessoa, um espirito plenamente desenvolvido.
Além de ser propriedade essencial do homem, a cultura é também característica que especifica os vários grupos sociais, unificando-os e distinguindo-os. Assim, a cultura é o que distingue os espanhóis dos franceses, dos ingleses, brasileiros, alemães. A cultura é a vida de um povo.
Muitos não devem saber, mas há três importantíssimos elementos que constituem essa cultura social: a língua, os costumes e os valores.
Onde não há uma língua, não pode haver uma sociedade, não pode haver uma nação e, portanto, não pode desenvolver-se nenhuma cultura.
Já os costumes referem-se a tudo: o alimento, o vestuário, o caminhar, o gesticular, a educação das crianças, a atenção aos velhos, às crenças religiosas etc. Nos costumes encarna-se e exprime-se o estilo de vida de um povo, seu modo de conceber e enfrentar a existência, a visão e a atitude peculiar que assume diante da realidade total: a natureza, a sociedade, a esfera do sagrado.
Outro elemento constitutivo fundamental de toda cultura são os valores, que é a mistura dos dois elementos citados acima, pois todo povo possui uma consciência dos valores, a tal “sabedoria do povo”.  Outros valores como a paz, a justiça, a honestidade, a beleza etc, estão subordinados a ela.
Com base em tais elementos, cada povo desenvolve todos os outros aspectos que contribuem para conferir-lhe sua forma específica: a arte, a filosofia, a religião, a ciência, a literatura, a política etc.

“A arte é um ato de congelar momentos, tanto de dor quanto alegria ou angustia. É o que impulsiona o homem sensível a atingir o inalcançável, o perfeito.” Gabriella Gilmore


Texto retirado do livro Introdução à filosofia por B.Mondin.  (cap.XIV)