Era sempre da mesma maneira: ele chegava com sorriso e promessas. Vinha todo lindo cheirando a novo. Ela o observou se aproximando sorrateiro com seu jeito envolvente já tão conhecido.
__ Vamos?
__ Não posso.
__ Por que?
__ Medo.
__ Do "novo"?
__ Não! Do "de novo".
E Amor segue seu rumo sozinho cantando um samba de Cartola. Enquanto ela observa a noite escura salpicar-se de estrelas, pensa no amor que acabara de recusar. E sorrindo serena, esconde-se nas entrelinhas de Cecilia Meireles.
"Viajo sozinha com o meu coração
Não ando perdida, mas desencontrada
Levo o meu rumo na minha mão"
(Waleska Zibetti, in "O Convite")