terça-feira, 25 de agosto de 2015

Eu, Marinheiro



Quero rimar porto e mar
Com um adentrando no outro
E nem se vê o mar
E nem se vê o porto
Pois tudo é uma coisa só
Amarrados pelo mesmo nó
Invisível como o que une
Criador e criatura
Além do que se pode compreender
Quero achar a rima perfeita
Para o inverno e verão
E que o tempo entre uma coisa e outra
Nem seja o calor nem seja o frio
Mas seja sim o tempo dos teus sonhos
Banhados de desejos e devaneios
Quero rimar tua ternura
Com a mesma entrega
Da mãe para seu filho
E aninhar-te em meus seios
Com abraços e beijos de loucura
Quero rimar-te a noite inteira
No encontro de tuas partes na minha
E então, voltar ao mar
Como fazem os marinheiros
Enquanto tu descansas
Entre lençóis de céu azul
Que completam a minha rima
Onde o porto adentra o mar.
(Waleska Zibetti, in "Eu, Marinheiro")