A sociedade acha-se a dona da razão. E faz cobranças com ares de autoridade. Está solteira? Se case. Está casada? Tenha filhos. Teve filhos? Se anule. E por aí vai a louca sociedade ordenando coisas. A própria figura da Rainha de Copas pelos campos de críquete a ordenar que cortassem a cabeça dos seus "opositores".
No post "Antes só do que mal casada", Bruna Mota nos questiona sobre o paradeiro dos príncipes. Acho que contar a moça que a grande maioria está nos salões fazendo as unhas, cabelos e sobrancelhas. É, minha gente, assumiram-se. Tempos modernos...
Querem um conselho? Apaixonem-se pelo dragão, pelo lobo mau... Esses caras cumprem ordens de mulheres e nos observam por tanto tempo tempo que sabem mais de nós que os príncipes que estão sempre por aí atrás de sabe lá Deus o quê. É preciso olhar mais para os lados, abrir possibilidades, criar novas expectativas, pontos de vista. Inovar-se. Renovar-se! Sapos haverão sempre no caminho, mas que não deixemos nunca de beijar por medo deles. Arriscar faz parte do viver.
E quanto a perfeição, minhas queridas, desconfie dela. Quem não acorda descabelado e de bafinho, por exemplo, não é humano. Ser humano é falho e é essa falha que faz o convívio se tornar interessante. Escolha para vocês aquele cara que lhe der flores sem motivo e acredite no "Te amo" que vier no meio da cena de maior suspense do filme "O Exorcista". A verdade brota do inesperado. O previsível é chato!
Já falamos de idealização, não é? Do quanto isso pode ser frustrante. Sabe o que acho crueldade? Incentivarem as meninas a idealizarem esses pares perfeitos. Não me veja como cética, por favor. Eu creio no amor. Contudo, acho que o amor só acontece quando aprendemos a amar o defeito do outro. Amar somente qualidades é comodismo.
A catástrofe esquizoide do mundo moderno começa nessa confusão que é conhecermos melhor o cara que mora do outro lado do mundo pelo computador, enquanto desconhecemos por completo o vizinho da porta da frente. Se as pessoas se escondem em seus celulares por puro medo de dar "Bom dia!", como poderão encarar olhos ansiosos por ouvir "Te amo!"?
Relacionar-se, ao meu entendimento, tem que seguir um passo a passo. Primeiro preciso se conhecer e se amar, se achar a melhor companhia do mundo, rir de si e chorar consigo. Quando você conseguir ser o suficiente para si, aí sim estará pronto para o outro. Não é fácil chegar a esse ponto de equilíbrio emocional. - Levei mais de trinta anos para encontrá-lo, lembra-se? - E muitas serão as noites que a carência se sentará ao seu lado para ver o sol nascer.
E, então, o que fazer no fim das contas? Fácil! Ser feliz. Solteira ou casada, sozinha ou acompanhada, tanto faz; o importante é nunca desistir de SER FELIZ.
Waleska Zibetti