sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Devaneios

Quantas vezes navegastes nos meus sonhos. E agora chegais ao meu despertar, que é meu sonho mais profundo. Disposto me encontrais a partir, e minha impaciência, de velas desfraldadas, está à espera do vento. Tomarei apenas mais um hausto de ar neste ambiente sereno, volverei para trás somente mais um olhar afetuoso. E, logo após, juntar-me-ei a vós, marujo entre marujos. E tu, vasto mar, mãe sempre acordada... (Gibran) 

Sentiu vontade de ceder à sua dúvida. Sentia uma incomensurável ânsia de retroceder e regressar, fosse para onde fosse que ele provinha, sentiu aquela dúvida que acomete a alma que deixa de encontrar razões para prosseguir na sua demanda. Interrogou-se porque é que tinha de fazer aquilo, interrogou-se acerca do seu objetivo e do seu derradeiro fim. Chegou mesmo a ter a manifesta imprevidência de se interrogar sobre o que procurava, mas, que estava bem diante da sua vida a espera de um sim ou um não.
Às vezes o caminhar é lento, mas o importante é não parar e mesmo um pequeno progresso é um avanço na direção certa. E qualquer um é capaz de fazer um pequeno progresso.
Se você não pode conquistar algo importante hoje, conquiste algo menor. "Pequenos riachos se transformam em rios poderosos."


Continue em frente.

O que de manhã parecia fora do alcance, pode ficar mais próximo à tarde se você continuar em frente. 
Tudo isto lhe fazia sentido. Toda aquela transparência envolto no silencio da fala. Deixa que os olhos falem tudo o que o corpo por inteiro sente e tem vontade! Ele via-se contra a luz do sol brilhante, ela era um vulto que contrastava com os tons laranja das reflexões citadinas, com a imobilidade da beleza dos bairros antigos que atravessava. No topo de uma colina onde se encontrava, só se via como vulto disforme, rasgado, um pedaço de escuridão andante, perdido, perdido…   

Não desista.

Pouca gente espera pela chuva como quem espera por um grande amor. Quase ninguém celebra um pôr do sol (eu pelo menos adoro!), quase ninguém sabe esperar. A difícil arte da espera...
Brigar com o relógio...
Quanto tempo ainda? Não muito...
Porque depois do inverno sempre vem a primavera...
porque nada é pra sempre, nem mesmo a espera.   



Até o Próximo texto 
Au Revoir