“O futuro aponta para uma nova forma de estar só. Mais pessoas vão perceber que viver sozinho não significa solidão.”
Via Facebook por R.N.Lins
Perfeita frase para resumir o assunto do post de hoje.
Estive conversando com algumas pessoas que basicamente optaram por não se importar com a “solteirice”. Posso dizer assim?
O tema ainda é delicado.
Lembro que fiquei um pouco sem graça ao abordar algumas pessoas para saber um pouco sobre esse lado íntimo. Algumas pessoas se sentiram invadidas e envergonhadas. Mas por quê?
Estamos vivendo em um momento especial, digamos assim, para as mulheres. Conquistamos independência, não precisamos nos casar por conveniência para agradar a família, sociedade ou sair de casa, temos oportunidades de bons cargos e muitas são chefes de família.
Como estaremos daqui a 50 anos? Não faço a menor ideia.
Ainda existem algumas críticas por parte dos homens, que ofendidos por estarem perdendo seu posto, sempre vêm com piadinhas: Ah, mas vocês não lutaram por independência? Agora aguentem!
Ouvi isso hoje no trabalho, quando em uma mesa de dois homens e uma mulher, esta pagou a conta toda. Claro que foi brincadeira, mas lá no fundo isso os incomoda.
Estariam os homens perdendo o seu papel?
Júlia, na história de Balzac, se casa jovem e após um ano de casada ela começa sentir as frustrações de um casamento por conveniência. Logo se apaixona por outro rapaz, mas quando engravida de Helena, ela decide não viver sua paixão para criar a filha nos conformes: pai, mãe, um lar. Ela basicamente adoece de apatia.
História que foi escrita no século XIX, ainda se repete nos dias de hoje. O que há de errado?
Conversando com uma jovem de 29 anos, muito bonita, super culta e independente, ela me convence de que estar solteira não é nada trágico. “As pessoas não têm ideia do poder que têm sobre a própria vida e o próprio corpo. A maioria vai vivendo sem planejamento, só imitando o que sempre vê... Suponho que daí venha também tantas frustrações. Esse mito do amor eterno não me convence. E isso de ter alguém para cuidar de nós é egoísta e idealizado.”
Com outra participante, R.A, de 38 anos, confessa que já era para estar casada, ficou noiva, passou no concurso e precisou se mudar, e a distância, juntamente com a independência, acabou afastando o casal. Depois ela chegou numa conclusão de que ele não era o cara certo, e confessou que o casamento nunca foi sua prioridade, e sim ter seu apartamento, carro e estabilidade.
“Quando se casar é um sonho de adolescência ele acontece, mesmo que seja de forma não muito duradoura.” Comenta M.G de 52 anos. Os dias se passaram, e como ela também nunca idealizou ter filhos, o “problema” não se tornou problema. Sempre pergunto sobre a questão de envelhecer e ter alguém para cuidar do companheiro, e a resposta dela foi à melhor: “Se você tem grana, você terá alguém para cuidar de você. Mas...” Ela frisou um sério detalhe. “Se você não tiver dinheiro para contratar alguém, você precisa no mínimo ser uma velhinha muito legal. Senão ninguém vai te suportar”.
Dialogando com as colegas do clube, o casamento passa a ser algo bom quando não vêm ligado as convenções tradicionais. O que perpetua é uma relação saudável, sem repressões, com sonhos em comum, pessoa que saiba dividir as alegrias e também as tristezas, ter um suporte sincero ao lado. Desapegar dos romances de novela faz bem, porque ali ilude as pessoas e fazem com que elas idealizem algo apenas escrito para ser vendido. E como diz minha mãe, “O casamento é um dom, e não é todo mundo que é agraciado com ele.”
E você, estar solteiro lhe incomoda?