quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Resposta Para o Post: Solteiras sim, por quê não?


"Quando me amei de verdade,
parei de desejar que a minha vida fosse diferente
e comecei a ver que tudo o que acontece
contribui para o meu crescimento.
(Charles Chaplin”)

As pessoas me perguntam sempre: “Você não vai casar de novo?”.  Imediatamente eu respondo: “NÃO!”.
Não! Eu não sou traumatizada com o casamento. Eu fui feliz por um tempo dentro dele. Mas lembro das mudanças que falei que acontecem aos 30? Pois bem, eu passei  por elas e comecei a me interrogar sobre “vida a dois”. E de repente ficou muito difícil me calar para as coisas. É preciso saber que tudo tem um tempo para ser. E é preciso identificar esse tempo. Quando o prazo de uma relação expira, é melhor dar “adeus” que viver em suspiros e lamentações.

Quando me separei vieram cobranças. E por uns meses olhei-me mutilada. Onde estava a parte que me completava? Cheguei a pensar que eu era mesmo incapaz de ser feliz e fracassada como mulher. – Olha o tamanho da idiotice! – Mas o tempo passa e um dia me encarei no espelho e... BOOM! Tinha outra mulher me olhando. Era mais bonita, seu olhar mais firme e brilhante, era desejosa de vida... Completa.
Estar sozinha, fez com que eu buscasse em mim tudo que eu precisava. Abandonando a dependência, pude olhar para cima. E que delicia foi descobrir que o mundo me esperava de braços abertos. E que a vida estava começando para mim.

Casamento é bom sim! Mas não é tudo. TUDO é o amor. O amor que deve começar em nós e se expandir para os que nos cercam dormindo ao nosso lado ou não. 
(Waleska Zibetti)

Solteiras sim, por quê não?


Por Gabriella Gilmore

“O futuro aponta para uma nova forma de estar só. Mais pessoas vão perceber que viver sozinho não significa solidão.” 
Via Facebook por R.N.Lins

Perfeita frase para resumir o assunto do post de hoje.
Estive conversando com algumas pessoas que basicamente optaram por não se importar com a “solteirice”. Posso dizer assim?
O tema ainda é delicado.
Lembro que fiquei um pouco sem graça ao abordar algumas pessoas para saber um pouco sobre esse lado íntimo. Algumas pessoas se sentiram invadidas e envergonhadas.  Mas por quê?
Estamos vivendo em um momento especial, digamos assim, para as mulheres. Conquistamos independência, não precisamos nos casar por conveniência para agradar a família, sociedade ou sair de casa, temos oportunidades de bons cargos e muitas são chefes de família.
Como estaremos daqui a 50 anos? Não faço a menor ideia.
Ainda existem algumas críticas por parte dos homens, que ofendidos por estarem perdendo seu posto, sempre vêm com piadinhas: Ah, mas vocês não lutaram por independência? Agora aguentem!
Ouvi isso hoje no trabalho, quando em uma mesa de dois homens e uma mulher, esta pagou a conta toda. Claro que foi brincadeira, mas lá no fundo isso os incomoda.
Estariam os homens perdendo o seu papel?
Júlia, na história de Balzac, se casa jovem e após um ano de casada ela começa sentir as frustrações de um casamento por conveniência. Logo se apaixona por outro rapaz, mas quando engravida de Helena, ela decide não viver sua paixão para criar a filha nos conformes: pai, mãe, um lar. Ela basicamente adoece de apatia.
História que foi escrita no século XIX, ainda se repete nos dias de hoje. O que há de errado?
Conversando com uma jovem de 29 anos, muito bonita, super culta e independente, ela me convence de que estar solteira não é nada trágico. “As pessoas não têm ideia do poder que têm sobre a própria vida e o próprio corpo. A maioria vai vivendo sem planejamento, só imitando o que sempre vê... Suponho que daí venha também tantas frustrações. Esse mito do amor eterno não me convence. E isso de ter alguém para cuidar de nós é egoísta e idealizado.”
Com outra participante, R.A, de 38 anos, confessa que já era para estar casada, ficou noiva, passou no concurso e precisou se mudar, e a distância, juntamente com a independência, acabou afastando o casal. Depois ela chegou numa conclusão de que ele não era o cara certo, e confessou que o casamento nunca foi sua prioridade, e sim ter seu apartamento, carro e estabilidade.
“Quando se casar é um sonho de adolescência ele acontece, mesmo que seja de forma não muito duradoura.” Comenta M.G de 52 anos. Os dias se passaram, e como ela também nunca idealizou ter filhos, o “problema” não se tornou problema. Sempre pergunto sobre a questão de envelhecer e ter alguém para cuidar do companheiro, e a resposta dela foi à melhor: “Se você tem grana, você terá alguém para cuidar de você. Mas...” Ela frisou um sério detalhe. “Se você não tiver dinheiro para contratar alguém, você precisa no mínimo ser uma velhinha muito legal. Senão ninguém vai te suportar”.
Dialogando com as colegas do clube, o casamento passa a ser algo bom quando não vêm ligado as convenções tradicionais. O que perpetua é uma relação saudável, sem repressões, com sonhos em comum, pessoa que saiba dividir as alegrias e também as tristezas, ter um suporte sincero ao lado. Desapegar dos romances de novela faz bem, porque ali ilude as pessoas e fazem com que elas idealizem algo apenas escrito para ser vendido. E como diz minha mãe, “O casamento é um dom, e não é todo mundo que é agraciado com ele.”
E você, estar solteiro lhe incomoda? 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Resposta Para o Post: O que seria a mulher "Balzaca" moderna?



"É preciso suportar duas ou três lagartas 
se quisermos conhecer as borboletas
(Antoine Saint-Exupéry)

O que se fala da mulher de 30, é um fato. Aos trinta, a mulher dá uma guinada em seu pensamento. Começamos a sentir o corpo reagir diferente, o pensamento questiona-se e questiona o mundo a sua volta, certa coragem vai nos invadindo aos poucos. Hoje, aos 42, eu sinto que aos trinta eu entrava em um processo de “metamorfose” que só ficou totalmente completa aos 40. A mulher de 30 é a crisálida da borboleta que rompe o casulo aos 40. Provavelmente, como a de 40 é um preparo para a loba dos 50. A vida é isso: aprendizado. É preciso passar cada etapa e respeitar o valor de cada uma delas para se chegar preparada a próxima etapa. O q vejo hoje é que há uma vontade enorme de antecipar os acontecimentos. Penso que daqui para frente, nascerão muitas borboletas atrofiadas por conta desse desespero por amadurecer.
(Waleska Zibetti)

O que seria a mulher "Balzaca" moderna?

Bom dia, boa tarde, boa noite!
Estou eu aqui pra opinar, berrar, ou seja lá como queiram interpretar.
Mesmo depois de um fim de semana "óóóóóteemooo" vendo um show da Bee do Elton, eis eu aqui (corisando e sem voz) para relatar a minha primeira impressão do mulheres de 30. E mesmo assim a primeira impressão pré livro que tinha sobre o que é ter 3.0, essa idade famigerada e temida pela maioria de nós mulheres (pelo menos por mim até 10 dias atrás) mas, voltando ao que interessa e sem embromas, vamos lá.

Para começar uma perguntinha bem básica, se Balzac (1799-1850) estivesse vivo em nosso tempo como ele definiria a mulher de 30 anos?
Mulheres de trinta são cobradas, especuladas e misteriosas. 
Ora! Para todos os efeitos a sociedade define uma mulher nessa faixa etária da maneira mais taxativa possível: A que sabe o que quer! Pedro Bial em seu filtro solar foi gênio quando disse:
"As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos 22, o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem."
Acho sim que muitas mulheres nessa idade ainda não sabem o que querem da vida, sabem sim o que lhe é imposto. O casamento é a maior cobrança para elas. Algumas pensam que só estarão completas quando estiverem com um homem ao seu lado, outras chegam a se apavorar quando percebem que todos os amigos estão casando e passa a se sentir sozinha porque perde as companheiras de balada. Mas a mulher não é só o casar, nessa idade ela tem atrativos bem interessantes, que uma mulher aos vinte e tantos não possui, até porque tem sonhos demais, ilusões demais e inexperiência demais! 
Com a nossa heroína do livro a Julie não é diferente.Um dos melhores trechos é quando o pai da Julia descobre que ela está apaixonada pelo coronel Vitor. Vejam só o conselho dele:

"Pois bem, minha filha, escuta-me. As moças sonham muitas vezes com uns seres nobres e encantadores, criaturas perfeitamente ideais, e assim forjam umas quiméricas fantasias acerca dos homens, dos sentimentos e do mundo. Depois, elas atribuem inocentemente a um caráter as perfeições com que sonharam, e nele confiam. Elas amam no homem da sua escolha este ente imaginário, porém, mais tarde, quando já não podem fugir à desgraça, a aparência enganadora que elas embelezaram, o seu primeiro ídolo, enfim, muda-se num esqueleto odioso. Júlia, eu preferia que amasses um velho a ver-te amar o coronel. Ah! se pudesses adivinhar o que sucederá daqui a dez anos, farias justiça à minha experiência. Conheço Vitor: sua alegria é sem espírito, alegria de caserna, não tem talento e é perdulário. É um desses homens que o céu criou para comer e digerir quatro refeições por dia, dormir, amar a primeira que lhe aparece e bater-se. Não compreende a vida. O seu coração, porque o tem, leva-lo-á talvez a dar a bolsa a um desgraçado, a um camarada. Porém, é um indiferente, e não possui essa delicadeza de coração que nos torna escravos da felicidade de uma mulher." (Pg 20 e 21)
Lindo né?No começo, ele fala sobre algo que acontece com a maioria das adolescentes: elas sonham com um cara perfeito, ai vêem um rostinho bonito e imaginam que ele tenha tudo que elas querem. Antes de conhecer o sujeito direito, elas já imaginam um bebê com a cara dele. Na época da nossa Júlia, elas tinham quase uma obrigração e se casavam muito jovens. Então, só depois de casadas é que viam o que tinham feito da sua vida.
A análise que o pai da Júlia faz sobre o Vitor é muito boa. Eu conheço dúzias de caras como o Vitor, que são figurantes da vida dos outros. Eles não são maus, pelo contrário, são até bonzinhos. 
Mas e dai? A vida passa e eles continuam os mesmos. Não destroem nada, mas também não constroem. São indiferentes.
A frase final é a mais interessante do texto. Pode parecer uma bobagem feminista, mas não é não. O que eu noto é que os homens são, por natureza, bem acomodados. As mulheres tentam agradar, não magoar, imaginam 1000 vezes "o que será que ele tá pensando"... Já eles, bom, nem sempre. Pior ainda: elas precisam lutar, com unhas e dentes, pra ser ouvidas sem levar patadas.

E mesmo 200 anos depois existem situações semelhantes, dentro do mesmo contexto onde (dito no inicio deste texto) as mulheres pelo medo da solidão preferem um mal casamento em face de fazer bem a sociedade, a buscar a própria felicidade pelo simples fato de estar primeiro bem consigo mesmas!


Beijos,
Au Revoir!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Resposta Para o Post: Casamento, instituição falida (?)



"And I...
I love it when you give me things 
And you... 
You ought to give me wedding rings"
(Peter Gabriel, in "The Book Of Love")

 A decepção que surge no casamento vem do idealizar. A vida real ñ é um musical da Broadway. É preciso aprender a amar o outro sem imaginá-lo como a peça que se encaixará naquele pedaço vazio de nossa alma. No máximo, esse ser pode te fazer esquecer que há esse pedaço vazio. É preciso respeitar. Assim como nós temos dias de TPM, eles também têm o dia de "pé no saco". Não espere e será uma surpresa quando acontecer. Não exija e será incrível ele se doar. Amor é isso, é construído assim, devagarzinho e com jeitinho. Com esperanças e não com fantasias.
(Waleska Zibetti)

Casamento, instituição falida (?)


Por Gabriella Gilmore


Estamos estreando nosso clube de leitura virtual com o título de Honoré de Balzac chamado A mulher de trinta anos.
Acredito que todas nós, do clube, vamos nos identificar com o tema. Eu e mais duas colegas estamos chegando aos 30.
Estou solteira basicamente por opção. Hoje nós não temos mais aquela pressão de casar para não ficar encalhada ou mal falada na sociedade, como mostra o caso da personagem Julia no início do século XIX. Antigamente o papel da mulher era ser esposa, dona de casa e mãe. Hoje as mulheres podem ser isso e muito mais, abrindo assim o seu leque de opções.
Eu costumo ser durona quanto aos meus sentimentos, e vivo dizendo que não acredito no amor. Mas lá no fundo eu ainda acho que esse amor romântico (por não tê-lo encontrado) possa ser a causa da minha “solteirice”. 
Há um trecho de uma carta que Julia escreve para Luiza no qual preciso dividir com vocês.
Juramos ambas que a primeira que casasse narraria fielmente à outra esses segredos do himeneu, essas alegrias que as nossas almas jovens nos figuravam tão deliciosas. Essa noite será o teu desespero, Luiza. Naquele tempo eras novas, formosa, despreocupada, senão feliz; um marido tornar-te-á, em poucos dias, o que eu já sou, feia, doente e velha. Dizer-te como me sentia altiva, vaidosa e feliz por desposar o coronel Vitor d’Aiglemont seria um loucura! E como havia de dizer agora? Já nem me lembro sequer de mim. Em poucos dias, a minha infância tornou-se como um sonho.”
Esse trecho mostra um pouco a decepção que a personagem tem após um ano de casada. O que será que ela esperava encontrar com o casamento? E como ela deve estar se sentindo por não ter escutado a opinião de seu pai, quando este não aprovou o seu casamento com o coronel?
Nos dias de hoje, muitos dizem que o casamento é uma instituição falida, o que você pensa sobre isso, caro leitor?!
O tema deste livro será discutido até dia 16 de março. Deixe sua opinião e interaja conosco.
Até o próximo post.

Beijos!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

1° Livro das discussões - Honoré de Balzac - A mulher de trinta anos

Primeiríssima Leitura do nosso Clube é:
A mulher de trinta Anos - Honoré de Balzac

Sugestão de nossa colunista Bruna Mota

Segundo Paulo Rónai, "esse conjunto de seis episódios disparatados, mal reunidos entre si e rematados por uma conclusão melodramática, é mais apropriado a enfastiar o leitor do que a fazê-lo procurar outras obras do romancista."

Portanto nos acompanhe durante a nossa jornada!
Pegue um chá ou um cafezinho e se delicie!