sábado, 15 de novembro de 2014

E SE DEUS FOSSE UM DE NÓS?



E se Deus fosse um de nós?
Por Gabriella Gilmore

“A maior prova de que Deus existe é que Deus está vivo em cada um de nós.” – Bruna Mota

Boa tarde pessoal. O tema de hoje é um pouco delicado.
“Futebol e religião não se discute” sempre ouvimos falar, não é mesmo? Mas a própria palavra já diz: Discutir “Debater (um assunto) por meio de discussão.”. E é isso que faremos hoje: Debater.
Ano passado, eu teclava com um amigo de Minas sobre a teoria do Big Bang e a Evolução, foi quando ele me perguntou se eu era Criacionista. Eu disse que sim e pelo início da conversa achei que ele era Evolucionista. Porém, eu estava errada. Logo ele foi me falando que tanto a ciência quanto a religião se completam. Foi ai que ele declarou que acreditava tanto em Deus quanto na teoria de Darwin.
Deixei esse assunto “de lado” depois que terminamos a conversa, entretanto, duas semanas atrás quando eu peguei um livro na biblioteca para ler depois dessa ausência involuntária de leitura pela qual passei, eu posso dizer que não foi eu quem o escolhei, e sim ele a mim.
O livro se chamava “A linguagem de Deus”. O cientista Francis S.Collins, diretor do projeto Genoma apresenta evidências de que Ele existe.
O curioso é que eu nunca deixei de acreditar em Deus, mesmo convivendo com pessoas de religiões e culturas totalmente diferentes da minha, e a minha atual pergunta é, inclusive contrária do que sempre ouvimos: Por que NÃO acreditar no Deus de maravilhas? E desde então, venho estudando para tentar entender a mente dos ateus ou pseudo-ateus.
Aprendemos sobre espíritos, sobre Buda, sobre Deusa mãe, Vishnu, Thor (para os amantes do desenho animado rs)... Mas Deus só existe UM, deuses vários... E é sobre esse Deus, com “D” maiúsculo, é que me refiro no artigo de hoje.

Uma vez eu conversava com um descrente, e ele dizia com uma convicção apaixonante de que Jesus Cristo como referencia de moral era irrelevante, pois a moral não se aprende dentro de uma instituição religiosa. Fiquei tentada sobre este pensamento dele, porém nunca deixei o meu acreditar de lado. E esses dias lendo os livros de sabedoria da bíblia, que são os de Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cânticos, li centenas de pensamentos que foram escritos há tantos séculos antes dos sábios dos tempos de nossos tataravôs, e que com uma palavra aqui e ali resumia o que já fora escrito nas escrituras. Entendem o que quero dizer? Até os mais sábios para nós conheceram os ensinamentos de Deus, e sim, a moral deles foi baseada ali, na Palavra.
É muito simples matar Deus. E uma de minhas perguntas é: O que seria aquilo no qual a ciência não consegue desvendar por séculos? “Os não crentes podem também nos contestar que achamos “simples” replicar o que não se responde dizendo que: “ É coisa de Deus!”, algo que não sabemos explicar. Eu falo isso porque já ouvi isso milhares de vezes. E não tenho esse tipo de resposta porque Deus é muito mais que uma resposta para o “sobrenatural”, Deus é amor incondicional, é a fé para lutar por algo em que pensamos não acreditar. Deus é aquele suspiro de manhã quando acordamos gratos por mais um dia. Ele não deixa faltar nada para aqueles que creem e que pedem. Deus é a esperança de vivermos em um lugar feliz. Deus é o responsável por ter feito seres humanos tão complexos e ricos em perfeição física. Deus é compromisso com o que é certo e honesto. E deixar claro que a ciência não é ameaçada por Deus, e sim aprimorada.

Um recado aos que acreditam em Deus
Se você acredita em Deus e se preocupa com o fato de que a ciência está corroendo a fé ao promover uma visão de mundo ateísta, espero que tenha restaurado sua confiança graças ao potencial de harmonia entre a fé e a ciência. Se Deus é o criador de todo o universo, se Deus tem um plano específico para a entrada da humanidade em cena e se Ele deseja uma afinidade com os humanos, nos quais injetou a Lei Moral para que se aproximassem Dele, Deus não pode ser ameaçado pela nossa compreensão minúscula e seus esforços por entender a magnitude de Sua criação.
Nesse contexto, a ciência pode ser uma forma de adoração. De fato, os que creem em Deus devem buscar a vanguarda dos que procuram novos conhecimentos. Os que creem em Deus têm muitas vezes levado a ciência ao passado. Entretanto, com muita frequência hoje em dia, os cientistas sentem-se constrangidos em admitir suas visões espirituais. Somam-se a esse problema os líderes de igrejas, que em geral parecem fora de sintonia com as novas descobertas cientifica, correndo o risco de atacar as perspectivas da ciência sem uma compreensão total dos fatos. As consequências disso podem fazer a Igreja cair no ridículo, afastando quem está buscando a Deus com sinceridade, em vez de lançar essa pessoa nos braços Dele. Em provérbios 19:2, há uma advertência contra esse tipo de fervor religioso, bem-intencionado, mas desinformado: “Não é bom agir sem refletir”.
Os crentes em Deus fariam bem em seguir a orientação de Copérnico, que encontrou, ao descobrir que a Terra girava em torno do Sol, uma oportunidade de celebrar, em vez de diminuir a grandeza de Deus: “Conhecer as obras poderosas de Deus; compreender Sua sabedoria e majestade e poder; apreciar, em certo grau, o maravilhoso trabalho de Suas leis, sem dúvida, tudo isso deve ser uma maneira agradável e aceitável de louvar o Altíssimo, a quem a ignorância não pode ser mais grata que o conhecimento”.

Um recado aos cientistas
Se você é daqueles que acreditam nos métodos da ciência, mas permanece cético em relação à fé, este seria um bom momento para se perguntar que obstáculos estão em seu caminho na busca de uma harmonia entre essas duas visões de mundo.
Você tem se preocupado porque a crença em Deus exige retroceder à irracionalidade, esquecer-se do compromisso com a logica ou mesmo cometer suicídio intelectual? Espero que os argumentos apresentados neste breve artigo permitam, ao menos, um antidoto parcial a esse ponto de vista e que o convençam de que, de todas as visões de mundo possíveis, a ateísta é a menos racional.
Você se irrita com o comportamento hipócrita dos que professam uma crença? Entenda que a água pura da verdade espiritual é transportada em recipientes enferrujados, aos quais chamamos de seres humanos. Assim, não se surpreenda se, às vezes, essas crenças fundamentais ganhem distorções graves. Portanto, não baseie sua avaliação da fé nos comportamentos que vir em um ou outro individuo ou em religiões organizadas. Em vez disso, baseie-se nas verdades espirituais e atemporais que a fé apresenta.
Você está sofrendo em decorrência de algum problema filosófico especifico referente à fé, como, por exemplo, por que um Deus de amor permite o sofrimento? Admita que uma grande parcela do sofrimento é trazida a nós por causa de nossas ações ou de ações de terceiros e que, num mundo onde humanos praticam o livre-arbítrio, isso se torna inevitável. Embora seja difícil aceitar isso, a ausência total de sofrimento talvez de nada interessasse ao nosso crescimento intelectual.
Você apenas não se sente à vontade ao aceitar a ideia de que os instrumentos da ciência são insuficientes para responder a qualquer pergunta importante? Esse, em particular, é um problema para cientistas, pois eles comprometeram sua vida à verificação experimental da realidade. Dessa perspectiva, admitir a incapacidade da ciência para responder a todas as questões pode ser um soco em nosso orgulho intelectual – mas esse soco precisa ser reconhecido, assimilado e aprendido.
Essa discussão sobre espiritualidade deixa você desconfortável por sentir que o reconhecimento da possibilidade de Deus talvez traga novas exigências à sua vida, no que concerne a planos e atitudes? E ainda posso testemunhar que chegar ao conhecimento do amor e da graça de Deus fortalece em vez de aprisionar. Deus está no ramo da libertação e não da carceragem.
E enfim, você simplesmente não teve tempo de considerar de maneira séria a visão de mundo espiritual? Neste mundo moderno, muitos de nós disparamos de uma experiência para outra, tentando negar nossa mortalidade e adiando qualquer reflexão séria acerca de Deus até algum instante, no futuro, em que acharemos que as circunstancias estão corretas.
A vida é curta. O índice de mortalidade será diferente para cada pessoa num futuro previsível. Abrir-se para a vida do espirito pode ser uma experiência enriquecedora. Não fique protelando a reflexão sobre essas questões de significado eterno até que uma crise pessoal ou a idade avançada o obrigue a reconhecer o empobrecimento espiritual.

Créditos: Francis S. Collins, livro “A linguagem de Deus pg 233 a 236”.
Título inspirado na música de Joan Osbourne – “One of us”.