“Os homens desacompanhados começam a olhar em volta,
buscando discretamente mulheres sozinhas.
As mulheres, por sua vez,
olham umas
às outras: como estão vestidas, que maquiagem usam,
se estão acompanhadas de
maridos ou amantes.”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
Por
que as mulheres se comportam dessa forma tão doentia querendo sempre ser mais
que as outras?! Eu sei que sou mulher, mas juro que nessas horas sou muito
macho. Quero lá saber da vida de A ou B! Foco sempre na minha que já dá um
trabalho dos diabos. E para finalizar... Saber das fofocas da vida de artistas
e de novela é outra coisa que detesto nas mulheres. Pronto falei.
“...nosso instinto é controlar tudo, até o
incontrolável,
como o amor e a fidelidade.”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
Eu
tenho ciúmes, confesso. Mas sou de me reservar ao máximo e só falo quando acho
REALMENTE um ponto onde desenrolar o novelo. Eu odeio injustiças. Uma crise de
ciúme pelo que não existe, me faria injusta. E ademais discussões de reação são
chatas e desgastantes. Se puder evitar, evitarei.
“Mas eu minto. Tenho mentido todos os dias.
Perdi o
amor-próprio e já não sei onde estou pisando.”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
Para
suportar o viver é preciso uma dose diária de ilusão. Fantasiar um universo
paradisíaco ou um mundo de bizarrices. Uma dose homeopática de fantasia por 24
horas de pressão diária. A vida é uma merda e fantasiar pode ser o ópio para
não se sentir no fundo do esgoto.
“É possível se educar para amar o homem certo?”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
Creio
que a pergunta correta é: Existe amor certo? E acho que a resposta é simples e
óbvia: existe desde que você se conheça e procure alguém com as mesmas
afinidades. Exemplo: Uma mulher caseira nunca será feliz com um farrista; um sádico
nunca será feliz com uma puritana... É preciso saber o que eu sou para definir
o que me completa.
“Não consigo me levantar deste ponto de ônibus
porque descobri que há correntes presas ao meu corpo.
São pesadas e é difícil
arrastá-las.”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
Como
não carregar culpa? Será que é possível passar uma vida inteira sem sentir
culpa de nada? Acho que sim, desde que você não tenha receio de dizer “eu fiz
porque quis”. Creio que culpas são saradas e aliviadas quando pedimos perdão do
fundo do coração ou admitimos para nós mesmos que fizemos uma escolha errada
num determinado ponto. Não tenho culpas em mim. E se alguém disser que tenho,
tenha certeza que foram eles que as colocaram em mim. Eu estou em paz.
“-Todo mundo tem aqueles dias em que diz:
‘Bem, minha
vida não está exatamente de acordo com as minhas expectativas. ’
Mas se a vida
lhe perguntasse o que você tem feito por ela, qual seria a sua resposta?”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
Eu
tenho feito pouco, essa seria minha resposta. E tudo está chato porque eu não
tenho me esforçado para mudar. Lembrei do Aerosmith “Sonhe até que seu sonho se
torne realidade”. E acho justamente que tenho sonhado demais. Ah, droga! Esta
aí Vida, a minha posição. Preciso mudar!
“-Sonhar não é tão simples quanto parece.
Pelo
contrário. Pode ser perigoso.”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
E como é! E quando nos perdemos em sonhos, voltar à
realidade pode nos levar a uma depressão ímpar. Eu sei do que falo porque já
sonhei demais. E hoje vivo o segundo estágio.
“O cérebro humano é fascinante: esquecemos um cheiro
até senti-lo de novo,
apagamos uma voz da memória até que a ouvimos outra vez,
e até as emoções que pareciam enterradas para sempre
podem ser despertadas
quando voltamos ao mesmo lugar.”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
Saudades
é como percorrer velhas ruas para alimentar de sentimento algo que não queremos
que morra. Tenho muitas saudades em mim. Saudades que vão desde rostos até
aquilo que não vivi. Quando ela vem, deixo que ela me queime, me despedace, me roa
os sentidos... Preciso das saudades para criar novos versos. Depois ela se vai
e eu fico ali plantando emoções novas que um dia também serão saudades.
“-Era bobagem. Mesmo assim era meu sonho.
E poderia
tê-lo realizado.”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
Acho
que a maior parte das frustrações que carregamos está no fato de perdermos
muito tempo esperando aprovações dos outros. Essa coisa de dizer que o homem é
um ser social e de isso ser levado a sério acaba gerando momentos de anulação
do que queremos ou somos para nos tornarmos o que esperam que sejamos. Eu tenho
algumas dessas “anulações” em mim. E te juro, isso pesa, as vezes, que não dá
nem para mesurar.
“Vivemos em uma partícula microscópica de um
gigantesco mistério,
continuamos sem respostas para nossos questionamentos de
infância:
existe vida em outro planeta?
Se Deus é bom, por que permite o
sofrimento e a dor dos outros?
Coisas assim.”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
O
tempo não parará, não há voltas no caminho e o futuro não se pode prever porque
tudo muda a cada minuto. E isso enlouquece a quem teima em querer que seja
diferente. Eu sei bem disso porque já tentei segurar o tempo e enlouqueci.
“Na eternidade, não existimos;
somos apenas um
instrumento da Mão
que criou as montanhas, a neve, os lagos e o sol.”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
Li
essa “eternidade” como fé. E a fé me aproxima de todos os mistérios que
encontro em meus questionamentos. Porque ter fé é acreditar. É acreditar até
mesmo no impossível, no impensável, no indizível... Ter fé é deixar envolver
pela esperança. A esperança é o melhor sentimento de conforto. Então sou eterna
porque tenho fé e esperança. E a mão que me conduz eu chamo de Deus.
“Terra firme? Não, nenhum relacionamento pode buscar
isso.
O que mata a relação entre duas pessoas é justamente a falta de desafios,
a sensação de que nada mais é novidade.
Precisamos continuar sendo uma surpresa
um para o outro.”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
Hei!
Onde está você que procuro? Você que terá sempre uma carta na manga, um pulo do
gato, o novo “porém”. Onde está você que espero com tanta vontade de conhecer?
Está na hora de chegar, sabia? Para sermos esquisitos juntos. Porque sei que
você está vagueando por ai sozinho com sua esquisitice. E isso é triste. Então,
junte a sua com a minha e vários por aí. E se nada ficar sentido, não tem
problemas coisas sem sentido são as melhores.
“Busquemos primeiro o Amor, e todo o resto nos será
acrescentado”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
Eu
amo. E não sei viver sem amar. Um dia me perguntaram que carência era essa em
mim. Eu não sei o que é. Mas preciso do amor. De senti-lo em mim. Caso
contrário, sinto a vida saindo de mim e meu olhar se apagando. Foi assim que
aprendi a suportar a vida, o que está ao redor, amando sou capaz de me suporta.
Porque amando me humanizo.
“E a mais importante lição é aprender a amar. (...)
Mas uma coisa ficará para sempre na alma do universo: meu amor.
Apesar dos
erros, das decisões que fizeram os outros sofrerem,
dos momentos em que eu
mesma pensei que ele não existia.”
(Paulo Coelho, “Adultério”)
Bom,
assim terminamos mais um livro. Achei a frase ideal para nos despedirmos.
Espero que todos aprendemos a amar sem ter que passar pelo processo do
adultério. Mas para ser franca, acho difícil que não passemos ao menos uma vez.
Então, senhores, é isso aí!
Até a próxima!
Waleska Zibetti