Lançamento
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28 de setembro de 2007
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Duração
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1h46min
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Dirigido por
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Moacyr Góes
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Com
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Marcos Palmeira, Fernanda Paes Leme
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Gênero
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Comédia
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Nacionalidade
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Brasil
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Sinopse
e detalhes
Zé Araújo (Marcos Palmeira) é um homem
boêmio, que gosta de freqüentar cabarés e ouvir cantadores de viola. Após tirar
a virgindade de uma turca, ele é obrigado pelo pai dela a se casar. Durante
anos Zé passa por seguidas humilhações, provocadas por sua esposa. Um dia, ao
ouvir uma piada sobre sua situação, ele se revolta, destrói o armazém do sogro
e ainda dá uma surra na esposa. Ao terminar ele monta em seu cavalo e parte sem
destino, decidido a ter uma vida de aventuras. A partir deste dia Zé Araújo passa
a ser conhecido como Ojuara, enfrentando inimigos e vivendo situações
inusitadas.
Minha Opinião
Um passeio pelos cenários nordestino brasileiro através da
linguagem de cordel é a proposta dessa divertida comédia nacional que assisti
nessa última sexta-feira. Um filme sem grandes pretensões aparentes, mas com
algumas mensagens subliminares que desconstrói as figuras típicas do interior.
O Zé Araújo é o caixeiro viajante acostumado a estrada que cai
na armadilha de uma mocinha e acaba no cabresto. Com o tempo, meio que se
acomoda com a situação. Até que decide matar o seu “eu ridicularizado” para dar
vida ao seu alter ego Ojuara – Araújo ao
contrário. E a partir daí, Zé vira mesmo o seu inverso. Cria e traça novos
rumos para sua vida, sua coragem vai abrindo portas nesse mundo e no mundo dos
espíritos. A diversão é garantida numa atuação ímpar de Marcos Palmeira.
Ah, por que falar desse filme? Bom, pense bem em quantas
vezes você não quis ser o seu inverso. Eu adoraria deixar nascer a Akselaw e
aventurar-me por aí em novas experiência sem o peso das responsabilidades que a
Waleska tem, sem tantas poesias e borboletas no pensamento... Uma mulher mais
prática e fria. Está chocado? Fica não! Eu queria ter um coração mais pedra que
é para pensar um pouco mais em mim. Talvez seja egoísta de minha parte, mas...
Desafiar o diabo, não foi o ato de maior coragem de Ojuara.
Penso que o que o torna um personagem especial é o desafio que ele se propõe para
si ao longo de seu caminho, a determinação de atingir uma cidade fantasiosa
onde paz e as coisas boas reinam. Ojuara é representação da determinação
nordestina que não desiste de uma vida simples e justa. E essa determinação de
Ojuara é invejável!
Senhores, deixo-lhes agora com o próprio Ojuara, esse
anti-herói mais “heroístico” que já conheci que mal comparando podemos chamar
de Quixote brasileiro sem Sancho Pança e com uma Dulcinéia prostituta. Hei-o,
senhores, Ojuara!
“O meu nome é Ojuara eu vim de longe e vou em
frente, e o senhor não é mais feio que certo tipo de gente. Feio é a herança do
homem, a herança de Caim. Praga de mão ofendida, tentação do coisa ruim. Feio é
aquela sombra escura que vai levando consigo o covarde que traiu a confiança do
amigo. A beleza e a feiúra tão junta em toda parte, a beleza inté na morte, e feiúra
inté na arte. Olhe seu rosto no espelho e não perca a esperança, porque foi
Deus que lhe fez, à sua imagem e semelhança.”