domingo, 6 de julho de 2014

O Homem Que Desafiou o Diabo



Lançamento
28 de setembro de 2007 
Duração
1h46min
Dirigido por
Moacyr Góes
Com
Marcos Palmeira, Fernanda Paes Leme
Gênero
Comédia
Nacionalidade
Brasil

Sinopse e detalhes
Zé Araújo (Marcos Palmeira) é um homem boêmio, que gosta de freqüentar cabarés e ouvir cantadores de viola. Após tirar a virgindade de uma turca, ele é obrigado pelo pai dela a se casar. Durante anos Zé passa por seguidas humilhações, provocadas por sua esposa. Um dia, ao ouvir uma piada sobre sua situação, ele se revolta, destrói o armazém do sogro e ainda dá uma surra na esposa. Ao terminar ele monta em seu cavalo e parte sem destino, decidido a ter uma vida de aventuras. A partir deste dia Zé Araújo passa a ser conhecido como Ojuara, enfrentando inimigos e vivendo situações inusitadas.

Minha Opinião

Um passeio pelos cenários nordestino brasileiro através da linguagem de cordel é a proposta dessa divertida comédia nacional que assisti nessa última sexta-feira. Um filme sem grandes pretensões aparentes, mas com algumas mensagens subliminares que desconstrói as figuras típicas do interior.

O Zé Araújo é o caixeiro viajante acostumado a estrada que cai na armadilha de uma mocinha e acaba no cabresto. Com o tempo, meio que se acomoda com a situação. Até que decide matar o seu “eu ridicularizado” para dar vida ao seu alter ego  Ojuara – Araújo ao contrário. E a partir daí, Zé vira mesmo o seu inverso. Cria e traça novos rumos para sua vida, sua coragem vai abrindo portas nesse mundo e no mundo dos espíritos. A diversão é garantida numa atuação ímpar de Marcos Palmeira.

Ah, por que falar desse filme? Bom, pense bem em quantas vezes você não quis ser o seu inverso. Eu adoraria deixar nascer a Akselaw e aventurar-me por aí em novas experiência sem o peso das responsabilidades que a Waleska tem, sem tantas poesias e borboletas no pensamento... Uma mulher mais prática e fria. Está chocado? Fica não! Eu queria ter um coração mais pedra que é para pensar um pouco mais em mim. Talvez seja egoísta de minha parte, mas...

Desafiar o diabo, não foi o ato de maior coragem de Ojuara. Penso que o que o torna um personagem especial é o desafio que ele se propõe para si ao longo de seu caminho, a determinação de atingir uma cidade fantasiosa onde paz e as coisas boas reinam. Ojuara é representação da determinação nordestina que não desiste de uma vida simples e justa. E essa determinação de Ojuara é invejável!


Senhores, deixo-lhes agora com o próprio Ojuara, esse anti-herói mais “heroístico” que já conheci que mal comparando podemos chamar de Quixote brasileiro sem Sancho Pança e com uma Dulcinéia prostituta. Hei-o, senhores, Ojuara!

“O meu nome é Ojuara eu vim de longe e vou em frente, e o senhor não é mais feio que certo tipo de gente. Feio é a herança do homem, a herança de Caim. Praga de mão ofendida, tentação do coisa ruim. Feio é aquela sombra escura que vai levando consigo o covarde que traiu a confiança do amigo. A beleza e a feiúra tão junta em toda parte, a beleza inté na morte, e feiúra inté na arte. Olhe seu rosto no espelho e não perca a esperança, porque foi Deus que lhe fez, à sua imagem e semelhança.”