sábado, 11 de julho de 2015

Minha Machadinha



Esse texto se refere a música portuguesa Minha Machadinha. Não há nada de real nele, é simplesmente obra da minha imaginação louca.

-----------------------------------------------------------------------------------
Numa estranha tarde cheia de nuvens no céu, algumas crianças estavam sentadas na calçada conversando, quando de repente um casal saiu correndo de um prédio e gritos encheram a rua. Seguindo o casal, veio um homem com uma machadinha na mão. Ele a erguia e a balançava no ar, atrás dele vinha uma pequena multidão que corria para tentar impedi-lo de chegar à rua, de chegar ao casal. 
  O casal estava assustadíssimo. O homem com a machadinha na mão louco e enfurecido. A multidão atordoada com a velocidade de fatos. E as crianças assistiam com certo interesse. O homem com a machadinha na mão começou a gritar:
- Por que você fez isso comigo? Por que você me traiu?
- Calma, não é o que você pensou... – a mulher respondeu - Vamos conversar...
- Não quero calma, quero o motivo...
- Pense um pouco, não vai resol... – o rapaz ao lado da mulher tentou argumentar, mas o outro ameaçou. 
- Fica fora disso, desgraçado... FICA FORA DISSO! – mais uma vez ele sacudiu a arma no ar fazendo medo em todos.
- Amor, calma... Vamos conversar...
- Por quê? Por quê? Por que ele te pôs a mão. – O homem com a machadinha começou a chorar. 
- Calma, pois eu sou sua...
- Eu também sou teu... 
- Solta essa arma... – O homem largou a machadinha, quase no mesmo instante dois rapazes da multidão pularam nele. O rapaz ao lado da mulher segurou-a e saiu correndo. Ou pelo menos tentou.
O marido se soltou dos dois rapazes, pegou a machadinha no chão e a arremessou contra o rapaz que fugia com sua esposa. A machadinha pegou no meio das costas dele. O homem foi até eles correndo e, antes que pudessem impedi-lo, decapitou a mulher. Todos com medo se afastaram um passo. O homem, perdido na sua loucura, pegou a arma e atingiu a própria cabeça. 
A multidão foi se desfazendo, a polícia chegou e levou os corpos e as crianças cantavam sombriamente no canto da rua:

“Ha ha ha puxa a machadinha
Ha ha ha puxa a machadinha
Quem te pôs a mão, sabendo que és minha? 
Quem te pôs a mão, sabendo que és minha?
Ha ha ha sabendo que és minha
Ha ha ha eu também sou tua
Puxa a machadinha no meio da rua
Puxa a machadinha no meio da rua”

(João V. Zibetti, in "Minha Machadinha")