quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Melancholy

Chove lá fora...
Olhar distante pela janela. Vejo pessoas, imagino vidas, imagino apenas toques, olhares e sempre o mesmo sorriso.
Violetas, margaridas e girassóis pela janela dão as cores para esse dia nublado, quanto lá fora, quanto em meu coração.
Pensamentos, imaginações, sentimentos, vazios de alma, euforia...
O que nos leva a limitada percepção de algo sempre nos deva surpreender seja perfeito e eterno?
Ah melancolia!!!!
Porque tu chegaste neste desabrochar do novo dia?
Que faz doer sem precisar apelar para o tato. Que pede um berro e é silenciado pela falta de voz. Essa melancolia o alegra e dá algum sentido a ele. Ou, pelo menos, faz achar que tem algum sentido. Não sabe em que rua se perdeu.
Um texto muitas vezes não quer dizer nada como para aquele que está triste precisa daquelas palavras para levantar-se a moral e à cabeça e confiar que pelo menos hoje tudo ficará bem.
Ah melancolia!!!
Você que assim como o medo, é assombrosa, paralisa tudo ao nosso redor, toda a nossa vida e toda a nossa vontade de sonhar. Ninguém pode explicar essa angústia silenciosa de quem sofre sem razão. Nem a própria razão consegue desvendar os segredos desse cofre guardado no peito. Rasga a pele e traz para mais perto o que imagina que seja o motivo. 
Mas o velho amigo ainda está lá, com uma expressão triste e falseada no rosto. É como se ele soubesse que, no fim das contas, se questionar demais é admitir a tristeza.
Saudades, ausências, partidas, incertezas, dúvidas, impermanência...
As horas passam devagar e o olhar distante continua naquela mesma janela. Continuo a pensar, qual será o desenrolar de mais esse capítulo que é o dia de hoje?
E a paisagem na janela serve para me perder: perder nas nuvens gris, parada pelo balanço das flores. Deixa a vontade de sentir essa brisa e com ela os bons ventos que hão de me levantar para seguir por mais essa jornada!
A busca justifica a vida. E ainda sobra a esperança.


Até o próximo texto
Au Revoir