quinta-feira, 13 de março de 2014

Casamento, prostituição legal?

Por Gabriella Gilmore

Julia me lembrou muito Johanna Schopenhauer, mãe do filósofo Arthur S.  Casou-se por qualquer outra coisa, menos por amor. Será que amor romântico alguma vez realmente existiu? A maior crueldade é quando essa frustração é passada para os filhos.
Leia a definição de casamento no qual Julia conversa com o padre.
“O casamento, instituição em que hoje se funda a sociedade (em 1800), faz-nos sentir todo o seu peso; para o homem a liberdade, para as mulheres os deveres. Nós lhes devemos toda a nossa vida, eles devem-nos apenas raros instantes. Enfim, o homem escolhe, e nós nos submeteremos cegamente. Pois bem, o casamento tal como hoje se efetua, afigura-se-me uma prostituição legal.” Pg 91.
Mas no final do trecho Julia confessa que “Fui à própria autora do mal, tendo desejado este casamento”.
Pois bem leitor, muitos amigos casados me criticam falando que eu fico pensando demais se caso ou não, e que aonde come um, come três, etc. Mas sinceramente não quero m e casar para agradar ninguém, e muito menos ter filhos só porque estou passando da hora de ser mãe. Se eu não puder dar atenção, educação de qualidade, vida social, e boa alimentação, me desculpem, por uma criaturinha no mundo para passar raiva (como muitas vezes eu passei quando adolescente por falta de certas coisas materiais e emocionais), não, obrigada.
Uma vez uma prima, que estava grávida do 8º filho no seu 30º aniversário, teve a cara de pau de dizer que “eu coloco filho no mundo para depois eles trabalharem para me sustentar”. As crianças vivem num pardieiro, sem conforto, sujas, e jogadas. Pelo amor de Deus, seres humanos que colocam filhos no mundo assim devem pagar caro. Francamente!
Arthur Schopenhauer, depois que perdeu o pai aos 16 anos pelo suicídio, culpou sua mãe vaidosa pela depressão do pai. Johanna, muito inteligente, extrovertida e arrependida do casamento, pode ter sido motivos por Arthur ter sido tão pessimista, mesmo herdando a genética do seu pai.
As pessoas têm que entender que filhos não são gerados para companhia apenas não, como se fossem bonecos, que a gente usa e abusa, depois descarta. Foi basicamente isso que aconteceu com o fato de Julia e Johanna terem sido mães antes da hora. Não tinham maturidades para isso.
As histórias se repetem, mulheres são compradas ou vendidas por conta própria. Acabam trocando a chance de um dia conhecer alguém que faça a vida valer a pena por alguma conveniência barata, trazendo até mesmo desagradáveis situações de geração a geração.