Por Gabriella Gilmore
Julia me lembrou muito Johanna Schopenhauer, mãe do
filósofo Arthur S. Casou-se por qualquer
outra coisa, menos por amor. Será que amor romântico alguma vez realmente
existiu? A maior crueldade é quando essa frustração é passada para os filhos.
Leia a definição de casamento no qual Julia conversa com
o padre.
“O casamento, instituição em que hoje se funda a
sociedade (em 1800), faz-nos sentir todo o seu peso; para o homem a liberdade,
para as mulheres os deveres. Nós lhes devemos toda a nossa vida, eles devem-nos
apenas raros instantes. Enfim, o homem escolhe, e nós nos submeteremos
cegamente. Pois bem, o casamento tal como hoje se efetua, afigura-se-me uma
prostituição legal.” Pg 91.
Mas no final do trecho Julia confessa que “Fui à própria
autora do mal, tendo desejado este casamento”.
Pois bem leitor, muitos amigos casados me criticam
falando que eu fico pensando demais se caso ou não, e que aonde come um, come
três, etc. Mas sinceramente não quero m e casar para agradar ninguém, e muito
menos ter filhos só porque estou passando da hora de ser mãe. Se eu não puder
dar atenção, educação de qualidade, vida social, e boa alimentação, me
desculpem, por uma criaturinha no mundo para passar raiva (como muitas vezes eu
passei quando adolescente por falta de certas coisas materiais e emocionais),
não, obrigada.
Uma vez uma prima, que estava grávida do 8º filho no seu
30º aniversário, teve a cara de pau de dizer que “eu coloco filho no mundo para
depois eles trabalharem para me sustentar”. As crianças vivem num pardieiro,
sem conforto, sujas, e jogadas. Pelo amor de Deus, seres humanos que colocam
filhos no mundo assim devem pagar caro. Francamente!
Arthur Schopenhauer, depois que perdeu o pai aos 16 anos
pelo suicídio, culpou sua mãe vaidosa pela depressão do pai. Johanna, muito
inteligente, extrovertida e arrependida do casamento, pode ter sido motivos por
Arthur ter sido tão pessimista, mesmo herdando a genética do seu pai.
As pessoas têm que entender que filhos não são gerados
para companhia apenas não, como se fossem bonecos, que a gente usa e abusa,
depois descarta. Foi basicamente isso que aconteceu com o fato de Julia e
Johanna terem sido mães antes da hora. Não tinham maturidades para isso.
As histórias se repetem, mulheres são compradas ou
vendidas por conta própria. Acabam trocando a chance de um dia conhecer alguém que
faça a vida valer a pena por alguma conveniência barata, trazendo até mesmo
desagradáveis situações de geração a geração.