O “PONTO DE DEUS” e outras
drogas.
Um dos tipos mais impressionantes
de estado alterado é o de sentir uma “presença” invisível – frequentemente
interpretada como a consciência de Deus. Estudos cerebrais descobriram que essa
sensação se deve à atividade em uma área do lobo temporal. Esse “ponto de
Deus”, como é popularmente conhecido, costuma ser ativado em situações nas
quais um período de estresse é repentinamente interrompido por uma experiência
prazerosa. Ele também pode ser estimulado artificialmente, ou induzido por
estimulações magnéticas transcraniana (que inibe a atividade em partes
específicas do cérebro). Os lobos temporais são uma das áreas associadas ao
nosso sentido de identidade. Uma teoria sobre a misteriosa presença sentida
quando a área do “ponto de Deus” é inibida em um lado do cérebro é que a área
equivalente do outro hemisfério inunda a consciência com uma sensação
espiritual sentida como se viesse de fora.
MEDICAMENTOS E A MENTE
Muitos medicamentos usados no tratamento
de doenças afetam o cérebro de tal maneira que a consciência é alterada.
Algumas drogas são fabricadas com essa finalidade: tranquilizantes,
antidepressivos e certos analgésicos agem diretamente no cérebro, alterando o
fluxo de neurotransmissores no intuito de melhorar a disposição ou deter a dor.
Entretanto, os efeitos desses medicamentos não podem ser previstos de maneira
precisa. Às vezes, eles não apenas aliviam sintomas desagradáveis, como também
desencadeiam experiências como a desrealização ou a euforia. Outras drogas
também afetam o cérebro indiretamente: os anti-histamínicos, por exemplo, são
capazes de provocar sonolência, e os esteroides, euforia.
FATO: Medicações da atividade elétrica em “acupontos” no
corpo – os pontos usados na acupuntura chinesa – revelaram uma ligação entre
relatos de experiências transcedentais e alterações no fluxo da corrente.
DROGAS E ALUCINAÇÕES
As alucinações podem ser
provocadas por uma grande variedade de drogas. Algumas, incluindo o LSD, o
peiote, a mescalina e a heroína, são usadas especificamente com esse propósito,
ao passo que outras podem provocar alucinações como um efeito colateral. As
últimas incluem medicamentos com receita controlada utilizados para tratar
pressão arterial alta (clonidina), dores (pentazocina, fentanil) e a depressão
(Prozac).
O tipo de alucinação depende de
qual parte do cérebro é mais afetada pela droga. Aquelas que têm como alvo o
córtex visual produzem cores e formas que giram e se movimentam rapidamente,
provocando uma percepção alterada do tamanho e da forma dos objetos. Aquelas
que afetam áreas mais “importantes” do cérebro – onde as sensações são
interpretadas – podem levar objetos a realizar atos estranhos: uma aranha pode
começar a pular carniça com um gato de repente. As drogas que afetam o córtex
auditivo podem alterar a maneira pela qual o som é ouvido, ou provocar ruídos
fantasmagóricos. Algumas substâncias químicas (incluindo o álcool e os
esteroides) induzem sensações táteis como a de “insetos” rastejando sobre a pele.
O nitrato de amila provoca sensações genitais que frequentemente estimulam o
despertar sexual. As drogas que atuam principalmente no sistema límbico, como o
Ecstasy, podem causar alucinações emocionais, como um sentimento intensificado
de beleza e amor, e aquelas que estimulam os lobos frontais (anfetaminas,
cocaína) provocam delírios de poder e força.
Créditos: Reader’s digest (Maximize o potencial do seu cérebro)