sábado, 3 de janeiro de 2015

Talvez - Pablo Neruda


Talvez não ser, é ser sem que tu sejas,

sem que vás cortando o meio dia com uma flor azul,

sem que caminhes mais tarde pela névoa e pelos tijolos,

sem essa luz que levas na mão que, talvez, outros não verão dourada,

que talvez ninguém soube que crescia como a origem vermelha da rosa, sem que sejas, enfim, sem que viesses brusca,

incitante conhecer a minha vida, rajada de roseira, trigo do vento, 

E desde então, sou porque tu és 

E desde então és sou e somos... 

E por amor Serei... Serás... Seremos...