Por Gabriella Gilmore
Se preparar para
as perdas.
Podemos reparar que nossos
pais e a sociedade nos preparam para os ganhos e as vitórias, e muito poucos
são aqueles que preparam seus filhos para a real realidade: lidar com as
perdas. Elas quase sempre andam junto com as vitórias.
Perdemos as chaves de casa,
perdemos um vôo, perdemos aulas, perdemos amigos, familiares, relacionamentos.
Para cada caso, uma reação.
A perda que quero frisar agora
é aquela que vem relacionada ao coração. Muitas pessoas entram de cabeça em
relacionamentos, sem se preparar para futuras perdas. Será que nunca estaremos
preparados para ela? Algumas pessoas se acham inteligentes o suficiente para
evitar se relacionar, pois teme o término e até mesmo a morte do parceiro, mas
esta pessoa estaria vivendo? Ou apenas evitando viver?
Chorei uns 10 minutos com o
final da história de Emma e Dexter. Eu
sou uma das pessoas que eu citei acima que não fui preparada para perder as
pessoas que amo. Tenho esse lado frágil que pouco demonstro que é o medo de
perder ente querido, e como é possível evitar alguns apegos, eu acabo
inconscientemente vivendo com armadura. Obviamente todo mundo namora pensando
em se casar, e acham que viverão felizes e vivos para sempre, até que um dia o
inevitável acontece: o seu parceiro morre. O que fazer? Como fazer? EU NÃO SEI.
E francamente, prefiro não saber. Prefiro chorar com os finais tristes dos
livros. Eles duram esses minutos, mas e o da vida real? Você conhece alguém que
estava preparado quando perdeu o seu grande amor? Claro que não. Porém fugir para
evitar as perdas também não é resposta para os medos, porque na vida, uma hora
se ganha, noutra se perde, uns caem, outros levantam, e por ai vai. Evitar a
ansiedade desordenada seria um grande passo, viver o agora e deixar o futuro
para o futuro. “Falar é fácil Gabi”. Não, não é, porque essa lição quem precisa
aprender agora sou eu.