A concretização do mundo moderno. O capitalismo
tem uma função muito mais do que econômica. Seria a evolução do mercantilismo,
uma adaptação e aprimoramento das trocas materiais num mundo que se expandiu de
forma desordenada.
Primeiro falarei de seu pai o Mercantilismo. O
Mercantilismo foi um momento econômico histórico no qual o Estado interferia
massivamente no mercado, trazendo o Capital para si. Os Estados Nacionais
acordavam entre si para melhorar suas comercializações e seus estados financeiros.
Há o nascimento das indústrias nacionais, que pertenciam ao Estado e há mais
ninguém. O auge desse momento foram as navegações, pois elas possibilitaram aos
grandes Estados (Inglaterra, França, Portugal e Espanha) um aprimoramento de
seu comércio e a expansão de seu mercado. As colônias inglesas, francesas,
portuguesas e espanholas levaram às suas metrópoles uma nova possibilidade de
crescimento e de exploração. Também foi de igual importância a chegada da
Europa ao Oriente. Os países do oriente contribuíram de forma ainda mais
expansionista para os Europeus, pois eles produziam, a Europa transformava e
mandava de volta para os países, gerando para ela lucro estatal.
Então surge Adam Smith com o livro A Riqueza das Nações, surge com ele o
Liberalismo: “o Mercado deve ser livre, sem a interferência do Estado”. Começa
então a ideia Capitalista. As pessoas dominariam o Mercado, os meios de
produção, a construção do mundo dependeria delas. Surge uma nova classe para
afrontar o Clero e a Nobreza, a Burguesia. O Capitalismo pertence aos homens,
quebrando o Mercantilismo que pertencia ao Estado. O Capitalismo busca o lucro
pessoal, o individuo que produz, merece e ficará com o lucro do que produziu e
fará com seus ganhos o que bem entender.
O Capitalismo possibilita a criatividade humana,
pois os donos dos meios de produção podem criar, destruir e reinventar os meios
como acharem melhor. Com a “privatização” dos meios de produção as indústrias
nacionais perderam força e ruíram, abrindo espaços para os grandes capitalistas.
O Capitalismo Liberal tomou conta da Europa e se espalhou pelo mundo. Todos têm
direito de compra, todos fazem parte do sistema econômico.
Como tempo criou um inimigo poderoso, que foi o
Comunismo. O grande problema é que o Capitalismo é, até hoje, o único meio
econômico que soube sair de uma crise, sem ter que se render, fundir ou mudar
por completo. Em 1929 houve a maior crise do Capitalismo, os valores da bolsa
de valores caíram de forma assustadora, resultando na dúvida do Capitalismo
como forma econômica e num suicídio em conjunto de várias pessoas que foram
afetadas. Os economistas entraram em desespero e os comunistas vibraram. Contudo Keynes (economista britânico) aponta
a saída: “O Estado só tocará no Mercando quanto este estiver em crise”. Keynes
cria as chamadas “ferramentas keynesianas”, são elas a Política Fiscal,
Política Cambial e Política Monetária. Sendo assim o Estado começa a interferir
novamente na economia, mas com muito menos força do que antes. O Estado pode
criar formas de ajudar o Mercado a não cair ou impedir que a moeda local perca
seu valor ou que a economia local não morra de vez, mas ele em si não pode ser
detentor direto do poder do Mercado.
Uma das armas do Estado para ajudar o Mercado é
a inflação. A inflação tem diversas funções dentro do Capitalismo um deles é a
diminuição de capital circulante, pois se houver muito capital girando no
sistema econômico ele começa a perder valor. Mas não me prenderei a esse
assunto.
O Capitalismo é o único sistema que representa a
natureza humana. É o único que possibilita a busca pela grandeza. No feudalismo
as pessoas que nasciam em determinada classe permaneceriam naquela classe até
suas mortes, no mercantilismo as pessoas não ganham nada com o que produzem
(lucro do Estado), no socialismo todos somos iguais demais, os meios de
produção pertencem ao Estado ele dita como deve ser produzido (Isso não quer
dizer que o que se produz será dado para os outros, o Socialismo não é aquela
ideia de que entram na sua casa, comem a sua comida e depois vão embora). O
Capitalismo permite ao povo a ideia de crescer, dá ao ser humano a criatividade
de agir com os meios de produção como bem entenderem e como acharem melhor.
Contudo não existe ética e moral para o
capitalismo. Ele se fundamenta na ideia de que uns devem crescer e outros devem
descer, enquanto uns vivem na mais linda mansão outros devem perecer num
minúsculo “chiqueiro”. O Capitalismo é individualista. O pensamento capitalista
gira em torno do bem-estar próprio: “enquanto EU estiver bem, o mundo que se
afogue em trevas e miséria”. Para o Capitalismo a moral, a preocupação com os
outros, a humanidade não são muito relevantes. Mas há também outra coisa que o
Capitalismo ignora como se fosse um lixo: A Cultura. Para o Capitalismo não há
a necessidade de se manter a cultura, a história, a formação do povo. Passamos
nesse momento por dois momentos que ficarão para História. O primeiro (e menos
importante em minha opinião) é o fechamento da mais clássica e “lendária” loja
de brinquedos dos EUA, a FAO Schwarz. Esta não teve como se manter no lugar
privilegiado que ocupava por causa do alto custo do aluguel e foi “convidada” a
se fechar.
O Segundo, e muito mais importante, é a Grécia.
O berço de nossa civilização, pois até o Império Romano tem seus deuses
roubados da Grécia. O início do mundo Oriental, o ventre de toda a nossa
cultura. Há mais ou menos cinco anos, vem passando por problemas sérios
financeiramente. Já houve a cogitação da retirada dela da União Européia, já
houve a cogitação da separação dela, mas o que seria do Mundo se não houvesse
Grécia? O que seria de nossas referências? O Capitalismo não liga, ele quer
sobreviver. Leonardo Boff, em sua página fez um pronunciamento sobre isso que
acontece na Grécia. Sobre a vitória da Cultura sobre o Capitalismo.
Enfim, o Capitalismo é o mais inteligente
sistema econômico, pois foi o único que conseguiu superar crises e convencer o
povo de que é bom. Alguns economistas dizem que ele morreu e se esqueceram de
enterrá-lo. Outros dizem que ele está mais vivo do que nunca. Alguns dizem que
ele não morreu, mas está matando o planeta. Pois outro problema do Capitalismo
é o consumo. Consumo exagerado e desenfreado. Quanto mais se consume mais se
produz, e o planeta não vai aguentar essa superprodução louca, não dá mais
tempo de repor o que foi tirado. Não sei qual é a mais certa, pois todas têm um
toque de certeza.