quinta-feira, 29 de maio de 2014

PRELÚDIO MORTAL


Por Gabriella Gilmore

"O caso não está no ceco, nem no rim, mas na vida e... na morte. Sim, a vida existiu, mas eis que está indo embora, embora, e eu não posso detê-la. Sim. Para quê me enganar? Não é evidente para todos, com exceção de mim, que estou morrendo, e a questão reside apenas no número de semanas, de dias, talvez seja agora mesmo? Existiu luz, e agora é a treva. Eu estive aqui, e agora vou para lá! Para onde?"

"Eu não existirei mais, o que existirá então? Não existirá nada. Onde estarei então, quando não existir mais? Será realmente a morte? Não, não quero. "

"Para quê? Tanto faz . A morte. Sim, a morte. E nenhum deles sabe nem quer saber, e nem lamenta isso. Ocupam-se de música. Para eles, tanto faz, mas também eles hão de morrer. Bobalhões. Eu vou primeiro, eles depois; hão de passar pelo mesmo que eu. E no entanto, estão alegres. Animais!"

Essas são as palavras de Ivan dialogando consigo mesmo, quando a realidade finalmente começou a escancarar-se para ele.
Mesmo "merecendo" todo o desprezo familiar e social, ele sentia conforto em saber que a qualquer momento, as pessoas ao seu redor também teriam o mesmo destino.
Obviamente cada um terá a morte que merece, e como disse Wal em uma de nossas conversas, o leito de morte passa a ser menos doloroso quando temos ao redor pessoas que nos amam, que nos apoiam e que farão de tudo para aliviar nosso sofrimento.
Ainda não conclui a leitura, mas creio que voltarei com algum desfecho sobre o que aprendi com a morte de Ivan Ilitch.


Até breve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário