terça-feira, 21 de outubro de 2014

Eu, eu mesma e todos os meus medos...

"- Augustus, talvez você queira falar de seus medos para o grupo.
- Meus medos?
- É
- Eu tenho medo de ser esquecido - disse de bate pronto. - Tenho medo disso como um cego tem medo de escuro."
(A culpa é das estrelas - John Green)


Não tenho medo de altura, não tenho medo de voar, não tenho medo de barata, não tenho medo de cara feia, não tenho medo de partir. 

Mas se hoje você me perguntar:
- Você tem medo de quê?
Eu te respondo na lata:
- Tenho medo da completa solidão e de ser pisada pelas pessoas que mais tenho sentimento, e, tenho pesadelos horríveis com isso!

"Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia."
(Friedrich Nietzsche YALOM, I. When Nietzsche Wept: A Novel of Obsession. New York: Basic Books, 1992.)

Talvez eu me jogue de cabeça e tente ser o máximo de mim mesma em qualquer seguimento da minha vida. Mas, tenho dúvidas se sou o suficiente pra tudo ou pra todos, se realmente inundo suas vidas com alguma forma de poesia. E nesse tempo criamos aquele medo de tudo dar errado e por consequência o medo de perder é o que torna os dias uma incógnita.
A primeira frase desse texto "Eu tenho medo de ser esquecido" talvez reflita as sucessões de fracassos que muitos 
(inclusive e principalmente os meus) tem durante essa maluca existência.
Mas de onde vem o medo? E porque é que ele grita nas nossas cabeças e contamina nossos corações como um vírus?

"Quando você chorou, eu enxuguei todas as suas lágrimas
Quando você gritou, eu lutei contra todos os seus medos
E eu segurei sua mão por todos estes anos
Mas você ainda tem tudo de mim"
(Amy Lee / Ben Moody / David Hodges; My Immortal, Álbum Fallen (2003))

Medos que derivam do ritmo nervoso, devorador, que imprimimos à nossa rotina. Quais são eles? Tantos! 
Se eu fosse enumerá-los talvez você tivesse duas reações: A do riso por achar que são meras bobagens ou das lágrimas compartilhadas por identificar ao menos um medo meu que fosse igual ao seu.

Tenho medo de deixar que a vida me faça esquecer quem eu realmente sou, de que minha verdade existencial assim assuste. Tenho medo de ter tanto medo e sentir tanta culpa por coisas que às vezes nem eram pra ser. Ou que deram errado por conta de outras coisas.

"Joguei sobre você tantos medos, tanta coisa travada, tanto medo de rejeição, tanta dor. Difícil explicar. Muitas coisas duras por dentro."
(Caio Fernando Abreu, Morangos Mofados, 1985) 

Não, eu não quero mais ser tomada e dominada pelos meus medos, pelos meus receios, não! 
Não quero ser apenas uma observadora da vida. Quero ser a protagonista dela, com todos os por menores e detalhes.
Descobri que a gente tem que vivê-la como se fosse um filme ou como os sonhos que sempre temos com as gotas de felicidade diária. Tudo pode dar errado sim, e no máximo, vira um texto cheio de catarse ou um poema repleto de ferocidade!

"Que o medo da solidão se afaste
E o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso
Que me lembro ter dado na infância
Pois metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade não sei

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o seu silêncio me fale cada vez mais
Pois metade de mim é abrigo
A outra metade é cansaço"

Nós temos que experimentar, tocar, sentir, cheirar, amar e conhecer o mundo, não ter medo dele. Todos nós temos tanto o que aprender sobre os nossos medos e não nos deixar dominar por eles, e ao mesmo tempo, tanta coisa que podemos compartilhar sobre nós mesmos com as pessoas que nos são caras. 
Acredite: é muito melhor arriscar tudo, do que viver para sempre se arrependendo de não ter ao menos tentado.
Mas aí a vida vem, e ensina que tudo isso faz parte e você começa tudo outra vez. 
Carpe Diem!

Au Revoir
Até o próximo texto

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