Por Gabriella Gilmore
Confesso que estou demorando a engrenar na leitura de Lev
Tolstói, que com o título nos chama para conhecer a história de Ivan Ilitch sem mesmo ler a sinopse.
O tema “morte” apesar de ser algo que ainda aflige as
pessoas, não deixa de ser sedutora.
Apesar de todo o bla bla bla do autor, eu tenho conseguido
pegar o sentimento de Ivan de uma forma muito íntima, pois como ele, eu também
ando narrando minha própria morte mentalmente.
Costumo falar isso para os adolescentes que às vezes convivo, dizendo que essa
fase, juntamente com o da juventude, é algo que devemos curtir lentamente, saboreando-a, sem
precisar pular este período, porque o cansaço é apenas uma “impressão”. Eu
quando jovem, também almejava a vida adulta, só para não ter de encarar a
encheção de saco da minha mãe e dos professores. E finalmente, a vida adulta chega fazendo dedinho para você.
Debochada que só!
Com tanta coisa para resolver em todos os lados da vida,
seja sentimental, profissional, espiritual, familiar e social, 24 horas chega a
ser nada quando se tem tantas preocupações assolando a mente que nem dormindo
descansa, porque os pesadelos insistem em te fazer careta.
Ivan chegou num estagio da vida em que tudo pelo qual
estudou não valeu por quase nada, e pelo que tenho lido, ele está de face a face
a uma depressão.
Ivan, assim como eu, tem nadado, nadado, e nadado... mas
quando percebeu que o cansaço está ganhando, foi pego pensando em
absurdos. É como se a gente andasse sem destino. Para que? Por quê? Ah, vá
saber!
Posso estar errada quanto aos meus sentimentos sobre Ivan e
sua morte lenta, mas sente aqui comigo para desvendarmos os temores que no
íntimo do autor Tolstoi, fez brotar esse personagem que foi um sucesso em sua
época.
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