Esse texto se refere a música portuguesa Minha Machadinha. Não há nada de real nele, é simplesmente obra da minha imaginação louca.
-----------------------------------------------------------------------------------
Numa
estranha tarde cheia de nuvens no céu, algumas crianças estavam sentadas na
calçada conversando, quando de repente um casal saiu correndo de um prédio e
gritos encheram a rua. Seguindo o casal, veio um homem com uma machadinha na
mão. Ele a erguia e a balançava no ar, atrás dele vinha uma pequena multidão
que corria para tentar impedi-lo de chegar à rua, de chegar ao casal.
O
casal estava assustadíssimo. O homem com a machadinha na mão louco e
enfurecido. A multidão atordoada com a velocidade de fatos. E as crianças
assistiam com certo interesse. O homem com a machadinha na mão começou a
gritar:
- Por que
você fez isso comigo? Por que você me traiu?
- Calma,
não é o que você pensou... – a mulher respondeu - Vamos conversar...
- Não
quero calma, quero o motivo...
- Pense
um pouco, não vai resol... – o rapaz ao lado da mulher tentou argumentar, mas o
outro ameaçou.
- Fica
fora disso, desgraçado... FICA FORA DISSO! – mais uma vez ele sacudiu a arma no
ar fazendo medo em todos.
- Amor,
calma... Vamos conversar...
- Por
quê? Por quê? Por que ele te pôs a mão. – O homem com a machadinha começou a
chorar.
- Calma,
pois eu sou sua...
- Eu
também sou teu...
- Solta
essa arma... – O homem largou a machadinha, quase no mesmo instante dois
rapazes da multidão pularam nele. O rapaz ao lado da mulher segurou-a e saiu
correndo. Ou pelo menos tentou.
O marido
se soltou dos dois rapazes, pegou a machadinha no chão e a arremessou contra o
rapaz que fugia com sua esposa. A machadinha pegou no meio das costas dele. O
homem foi até eles correndo e, antes que pudessem impedi-lo, decapitou a
mulher. Todos com medo se afastaram um passo. O homem, perdido na sua loucura,
pegou a arma e atingiu a própria cabeça.
A
multidão foi se desfazendo, a polícia chegou e levou os corpos e as crianças
cantavam sombriamente no canto da rua:
“Ha ha ha
puxa a machadinha
Ha ha ha
puxa a machadinha
Quem te
pôs a mão, sabendo que és minha?
Quem te
pôs a mão, sabendo que és minha?
Ha ha ha
sabendo que és minha
Ha ha ha
eu também sou tua
Puxa a
machadinha no meio da rua
Puxa a
machadinha no meio da rua”
(João V. Zibetti, in
"Minha Machadinha")
Nenhum comentário:
Postar um comentário