Valsando pela rua
Pequenina vai
Ela curva-se
Cumprimenta gentilmente
Quem passa
E segue dançando
Com seu par imaginário
E a rua é seu salão
Todos a olham sorrindo
Admirados eles suspiram
A pequenina
Em seu vestido
De algodão rasgado
O guarda pensa em pará-la
Mas ela o olha terna e feliz
Pés no chão
Rodopia
Um cão a segue
Um rapaz toca seu violão
Ela para diante dele
Em pequeno rodopios
E o florista lhe entrega uma rosa
Que ela põe nos cabelos
Docemente segue a valsa
A moça lhe dá um lenço
E ela o ergue
Fazendo pequenos meneios
E ele a acompanha em seu dançar
A vida fica mais leve
Nas calçadas por onde ela passa
Dançarina pequenina
Que por fim pára
Encarando seu público
Respira fundo
Manda beijo
Bate as asas
Vira anjo
(Waleska Zibetti, in "A Bailarina Pequenina")
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