Aos meus queridos,
A felicidade depende de nós mesmos.
Talvez não seja sobre o final feliz, talvez seja sobre a história.
O propósito da vida é uma vida de propósito.
A diferença entre o ordinário e o extraordinário é aquele pequeno extra. Felicidade é uma direção, não o destino.
Obrigada por existir. Seja feliz, seja livre, acredite, eternamente jovem.
Você sabe meu nome, não a minha história.
Vocês ouviram o que eu fiz, mas não o que eu passei.
O amor é como o vidro, parece tão encantador, mas é fácil de quebrar.
O amor é raro, a vida é estranha, nada dura e as pessoas mudam.
A vida só é ruim se você torná-la ruim.
Se alguém te ama, então ele não iria deixá-lo escapar, não importa o quão difícil seja a situação.
Lembre-se de que a vida é cheia de altos e baixos, sem os baixos, os altos não significam nada.
Estou esperando para me apaixonar por alguém para quem eu possa abrir meu coração.
A vida é um jogo para todos, mas o amor é o único prêmio.
O amor não é sobre com quem você se enxerga no futuro, é sobre quem você não pode enxergar passando a sua vida sem.
Todos os dias são especiais, então tire o máximo deles. Você pode pegar uma doença terminal amanhã, então aproveite cada dia.
Sejam vocês e acreditem principalmente em vocês mesmos!
Athena Orchard
terça-feira, 20 de outubro de 2015
domingo, 18 de outubro de 2015
De meias verdades nunca aprendi e estou cheia!
“Engolimos de um sorvo a mentira que nos adula e bebemos gota a gota a verdade que nos amarga.”
―Diderot
―Diderot
A verdade dói e nem todos estão suficientemente preparados para lidar com ela.
Mesmo que a preferimos a uma doce ilusão, não agimos como tal.
Observando comportamentos e até mesmo a mim percebo que somos falhos no ato das aceitações. E como resultado disso protelamos a vida no ato do que a gente acha que deve ser nos nossos planejamentos.
Lidar com a verdade é realmente difícil, requer maturidade, mente aberta, auto estima e principalmente paciência. O problema é que é mais fácil acreditar nas coisas ruins que nos impõem e elas nos consomem total e ferozmente que não sabemos reconhecer o que é o verdadeiro, fazendo com que estraguemos tudo.
A verdade é dolorida, machuca, nocauteia quem a está ouvindo, mas não
deixa também quem a está falando em boa posição. A verdade para quem a
está falando torna-se um conjunto de informações críticas a nós mesmos,
que nos leva a um arrependimento e uma angustia notável.
Todos nós temos o direito de expressar nossos sentimentos sobre um fato,
porém, isso poderá resultar em situações pouco salutares aos nossos
relacionamentos, principalmente quando faltarem a sabedoria e o
discernimento para identificarmos “como” e o “melhor momento” de
fazê-lo.
Até o Próximo texto
Au Revoir
Buscai a verdade como quem busca o horizonte.
Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
A verdade, que achamos necessário ser expressa, precisa de antemão,
convencer e não ofender o nosso próximo, pois, por si só ela já
desconcerta aquele que acreditava estar vivendo retamente. Se quisermos
apresentar de forma franca nossa opinião, com o objetivo de trazer uma
nova possibilidade de entendimento, de ensinar ou até mesmo de advertir
alguém, “a sabedoria de um ancião” deverá controlar o ímpeto de um
coração ávido do desejo de consertar o mundo.
DAS UTOPIAS
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
Verdade essa que atormenta mais é necessária mas tão bem relatada e preparada talvez evitasse tantas perdições.
Mas é exatamente esse o problema em
ser sincero. A gente tenta falar com sinceridade. Embora tenhamos que
ser falsos às vezes porque a coisa toda é falsa, de uma certa forma,
como um jogo. Mas você espera que, se alguma vez você for sincero com
alguém, essa pessoa pare com as reações plásticas e seja sincera com
você. Só que todos estão jogando o jogo, e algumas vezes fico nu e
sincero, com todos me mordendo. É decepcionante.
John Lennon
Até o Próximo texto
Au Revoir
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Imortais
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
(Pablo Neruda)
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Vinte e Nove, uma história de mudanças
“e aos vinte e nove, com o retorno de Saturno, decidi começar a viver.”
(Renato Russo, quando tomou a decisão que mudaria o rumo de sua história. abril/1993)
Como é difícil recomeçar. A maioria das pessoas sofre de medo de iniciar e mais ainda de pânico de reiniciar. Seguimos uma lógica dualista, preto e branco, bem e mal, ganhar ou perder. Lógica responsável por grande parte das aflições que nos atingem.Some a isto uma boa dose de autocentramento e temos uma bomba de sofrimento, prestes a explodir, diante de qualquer instabilidade.
O referencial autocentrado se transforma no principal obstáculo quando estamos diante da possibilidade de seguir nosso caminho. É ele que se veste de culpa e medo fazendo-nos estagnar. É ele que nos força a tentar vencer, moldando as circunstâncias exteriores a nosso favor. O grande problema é que, muitas vezes, este "a favor" não é tão favorável assim.
Entretanto, seja qual for o começo ou o recomeço — ambos e ou todos eles só começam ou recomeçam com um passo simples.
Tantas canções da Legião Urbana me chamam tanta atenção pelos simbolismos que para mim pessoalmente representam (Clarice, Fábrica, L'Avventura, Love in the afternoon) mas, Vinte e Nove vem carregada de mensagens pelas quais muitos de vocês leitores devem se encaixar em algum momento da sua história de vida pra mim ela representa uma certa libertação como pro próprio Renato foi.
Recentemente foi lançado pela Companhia das Letras “Só por hoje e para sempre – diário do recomeço”, um relato dos famosos 29 dias eternizado numa das maiores canções do Álbum O Descobrimento do Brasil (1993).
O descobrimento do Brasil foi lançado pela Legião Urbana em novembro de 1993. Menos de seis meses antes, em abril do mesmo ano, Renato dava entrada na clínica de reabilitação Vila Serena, no Rio de Janeiro, não só para se desvencilhar do álcool e das drogas, como também para mergulhar numa reflexão profunda sobre sua vida.
Vinte e Nove é apresentada, abrindo o disco "O Descobrimento do Brasil", que tem como característica marcante a presença de letras após a fase de dependência de Renato.
Recentemente foi lançado pela Companhia das Letras “Só por hoje e para sempre – diário do recomeço”, um relato dos famosos 29 dias eternizado numa das maiores canções do Álbum O Descobrimento do Brasil (1993).
"Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)
Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.
Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.
(E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez)"
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.
(E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez)"
O descobrimento do Brasil foi lançado pela Legião Urbana em novembro de 1993. Menos de seis meses antes, em abril do mesmo ano, Renato dava entrada na clínica de reabilitação Vila Serena, no Rio de Janeiro, não só para se desvencilhar do álcool e das drogas, como também para mergulhar numa reflexão profunda sobre sua vida.
Vinte e Nove é apresentada, abrindo o disco "O Descobrimento do Brasil", que tem como característica marcante a presença de letras após a fase de dependência de Renato.
Dentro dessa canção é citado o Retorno de Saturno, que é um fenômeno que a
Astrologia descreve como os 29 anos para percorrer sua órbita e voltar
ao ponto em que se encontrava no dia do nascimento do indivíduo;
considera-se, então, que os vinte e nove anos de vida marcam o início de
uma nova fase na vida de cada pessoa.
Relativamente pra mim essa canção é o retrato das esperanças que reconquistamos ao longo das nossas crises interiores e provavelmente o recomeço para quem se encontra em uma situação de tal perigo.
Uma Breve análise da canção
Na frase : "Perdi vinte em vinte e nove amizades" podemos ver que por conta da droga ,como ele diz “pedra em minhas mãos”,ele perdeu tais amizades. Percebe-se, também, que ele bebia e que aprendia a viver sem a pessoa amada, que, certamente, não o queria pelo vício.
Na frase: "Decidi começar a viver" vemos que ele se deu conta do tempo que estava perdendo de viver e ser feliz, da liberdade que estava perdendo e das decisões erradas que ele tomou, vemos que o mesmo realmente decidiu começar a viver ,passou para uma nova fase de sua vida, uma fase de recomeço.
Na Frase: "Quando você deixou de me amar" podemos dizer que ele aceitou o fato dessa pessoa não amar mais ele, por conta disso ele aprendeu a ser mais compreensível, a perdoar e a pedir perdão.
Podemos dizer que com isso ele libertou-se, por isso os anjos vieram saudá-lo, e, consequentemente ele conseguiu vinte e nove amigos.
Podemos dizer que com isso ele libertou-se, por isso os anjos vieram saudá-lo, e, consequentemente ele conseguiu vinte e nove amigos.
Como é difícil recomeçar. A maioria das pessoas sofre de medo de iniciar e mais ainda de pânico de reiniciar. Seguimos uma lógica dualista, preto e branco, bem e mal, ganhar ou perder. Lógica responsável por grande parte das aflições que nos atingem.Some a isto uma boa dose de autocentramento e temos uma bomba de sofrimento, prestes a explodir, diante de qualquer instabilidade.
O referencial autocentrado se transforma no principal obstáculo quando estamos diante da possibilidade de seguir nosso caminho. É ele que se veste de culpa e medo fazendo-nos estagnar. É ele que nos força a tentar vencer, moldando as circunstâncias exteriores a nosso favor. O grande problema é que, muitas vezes, este "a favor" não é tão favorável assim.
Entretanto, seja qual for o começo ou o recomeço — ambos e ou todos eles só começam ou recomeçam com um passo simples.
Até o próximo texto
Au Revoir
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
Poeminha da Tristeza
Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua.
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua.
(Martha Medeiros)
terça-feira, 6 de outubro de 2015
A Felicidade
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
A felicidade é uma coisa boa
E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor
Felicidade sim
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta-feira
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
A felicidade é uma coisa boa
E tão delicada também
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato dela sempre muito bem
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite, passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre com o dia
Oferecendo beijos de amor
(Vinicius de Moraes)
domingo, 4 de outubro de 2015
Depressão Profunda
Comecei a me sentir indiferente
Para as coisas que sempre mais amei.
Por mais que eu faça nada é suficiente,
Eu já não sonho mais como sonhei...
Eu tenho medo de pegar no sono,
Porque os pesadelos me atormentam...
Meu coração que sofre de abandono,
Pressionam meus vasos que ainda agüentam...
Eu sinto uma tristeza que é tão grande,
Que não tenho palavras pra explicar...
Meu corpo sofre tanto e a dor se expande;
Minhas pernas pesam muito para andar.
A minha voz que antes era bela,
Morreu e minha garganta atrofiou...
Contemplo o meu retrato numa tela:
Lembrança do tempo bom que se acabou ...
Para as coisas que sempre mais amei.
Por mais que eu faça nada é suficiente,
Eu já não sonho mais como sonhei...
Eu tenho medo de pegar no sono,
Porque os pesadelos me atormentam...
Meu coração que sofre de abandono,
Pressionam meus vasos que ainda agüentam...
Eu sinto uma tristeza que é tão grande,
Que não tenho palavras pra explicar...
Meu corpo sofre tanto e a dor se expande;
Minhas pernas pesam muito para andar.
A minha voz que antes era bela,
Morreu e minha garganta atrofiou...
Contemplo o meu retrato numa tela:
Lembrança do tempo bom que se acabou ...
(Autor Desconhecido)
sábado, 12 de setembro de 2015
O Mágico de OZ
“We
are off to see the wizard, the wonderful wizard of Oz…”, essa é a primeira
coisa que me vem a cabeça quando penso em Mágico de Oz. Você se lembra?
Bom,
depois de uma leitura mais cabeça, sempre corro para algo na linha infantil ou
infanto-juvenil como forma de equilibrar as ideias. Sendo assim, saí de James
Joyce e seus mortos e fui para a Cidade das Esmeraldas a procura de Oz junto
com Dorothy, menininha de onze anos e moradora oriunda do Kansas, o Homem de
Lata – em minha opinião, o personagem mais chato; o Espantalho e o Leão –
personagem que mais curti.
“O
Mágico de Oz” é um dos livros da série de livros “O Maravilhoso Mundo de Oz”
que teve quatorze livros escrito pelo seu autor original L. Frank Baum e mais vinte e seis escrito por outros autores.
O enredo de “O Mágico de Oz” é
fofo e simples. Para aquela leitura prazerosa e suave. Não traz muito além dos
ensinamentos, tais como: “O bem vence o mal” e a “A amizade acima de tudo”. O que me deixou um pouco decepcionada porque
imaginei de tirar pelo menos uma meia dúzia de boas citações, mas não deu nem
para isso.
Lembro-me bem do filme estrelado
por: Judy Garland (Dorothy), Jack Haley
(Homem de Lata). Bert Lahr (Leão) e Ray Bolger (Espantalho). O
filme é de 1939, produção da MGM originalmente em preto e branco e mais tarde
remasterizado; costumava ser passado nas Sessões da Tarde com grande frequência.
O principal tema do
filme foi a música “Somewhere Over The Rainbow” que foi regravada depois em
vários momentos e pelos mais diferentes interpretes. Aposto que ela ainda está
na cabeça da todos os cinéfilos até hoje.
Enfim, “O Mágico de Oz”
é um filme ou um livro para a garotada curtir sem grandes pretensões. Por
exemplo, animar uma aborrecida tarde de férias de inverno. Aventura não falta
no enredo e crianças menores curtirão, com toda certeza.
Já eu, jamais pensei
em dizer isso, mas... Sou muito mais o filme. De qualquer forma fica a dica e
até a próxima!
Beijos da Wal.
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
Os Miseráveis - Final (Epílogo)
Epílogo
Marius já sabe
que foi Valjean que o retirou da barricada quando fora atingido e agora ele e
Cosette estão indo encontrar o velho que o salvou. Infelizmente não há o que
falar dessa parte, pois (para quem não viu) estragará o final, mas vale dizer
que é belíssimo.
Mas o que posso
dizer é o quanto interessante se faz essa cena, misturando a esperança de
revolução da época em que foi escrito, misturando religião e tantas outras
coisas que a peça soube misturar de forma ímpar.
E deixo aqui
uma das grandes mensagens da peça: And
remember the truth that once was spoken, to love another person is to see the
face of God (E lembre-se da verdade que uma vez foi dita: Amar outra pessoa é
ver o rosto de Deus).
Como bônus
especial eu falarei o seguinte: Na versão de 1995 (o aniversário de 10 anos da
peça), após o espetáculo são convidados para o palco Valjean’s de 17 países
diferentes: Reino Unido, França, Alemanha, Japão, Hungria, Suécia, Polônia,
Holanda, Canadá, Áustria, Austrália, Noruega, República Tcheca, Dinamarca,
Irlanda, Islândia e Estados Unidos. Todos eles juntos cantam uma das mais
épicas versões de “Do You Hear The
People Sing?”.
Convido-lhes mais uma vez a ver a peça.Bom. Foi isso, espero que tenham gostado e que assistam a peça. Até a próxima pessoal.
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
Os Miseráveis - Parte 6 (Inspetor Javert)
Após a batalha
dos revolucionários contra o governo, Marius é deixado inconsciente e
gravemente ferido, Valjean o pega e o leva para um médico. No caminho ele cruza
com Javert.
Valjean tenta
passar e Javert tenta impedi-lo, sobre o pretexto de que tinha chegado a hora
de Valjean. Valjean lhe pede mais uma hora e que depois eles se encontrarão
para resolver tudo. Javert dá o tempo que precisa.
Enquanto
Valjean leva Marius para o médico, Javert vai até a ponte onde costuma pensar.
Lá ele entra em um grande estado de confusão. Afinal o homem que ele perseguiu
na esperança de prender o salvou. E diz que o mundo terá que escolher. There
is nothing in this world that we share. It’s either Valjean or Javert. (Não há nada no mundo que
compartilhamos. Isto é entre Valjean ou Javert).
Depois se
pergunta como ele pode impedir Valjean de dominá-lo, afinal ele teve a chance
de matá-lo e não o fez. Devolveu-lhe
a liberdade. And my thoughts fly apart.
Can this man be believed? Shall his sins be forgiven? Shall his crimes be
reprieved? (E meus pensamentos
voam. Dá para acreditar nesse homem? Seus pecados serão perdoados? Seus crimes
serão suspensos?). E agora ele se vê duvidando de coisas que nunca duvidou.
My heart is stone and still it trembles. The world I have known is lost
in shadows. Is he from heaven or from hell? And does he know that granting me
my life today this man has killed me even so. (Meu coração é pedra e
ainda treme. O mundo que eu conheci perde em sombras. Ele é do céu ou do
inferno? E ele sabe que me concedendo minha vida hoje, este homem me matou
mesmo assim).
Senhoras e
Senhores. Javert é a representação de um Direito cego e cruel, que simplesmente
segue o que está na lei, esquece-se do que torna o Direito uma ciência humana.
Valjean vem para ensinar-lhe o perdão. Eis a grande jogada Javert é o mundo
antigo, Valjean é a ocorrência das revoluções, as mudanças. Tudo o que Javert
viu e acreditou que fosse certo caiu como sombras que somem ao chegar o dia.
Javert havia sido derrotado como o antigo mundo.
I am reaching but I fall. And the stars are black and cold, as I stare
into a void of a world that cannot hold. I’ll escape now from that world. From
the world of Jean Valjean. There is nowhere I can turn. There is no way to go
on.
(Eu estou alcançando [o céu], mas eu caio. E
as estrelas são escuras e frias, enquanto eu observo um vazio de um mundo que não
me segura. Eu escaparei deste mundo. Do mundo de Jean Valjean. Não há lugar
para retornar. Não a como seguir).
Javert se joga
da ponte...
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
Os Miseráveis - Parte 5 (A Vida Continua e Malditos Ladrões)
A
Vida Continua e Malditos Ladrões
O senhor
Thénardier estava nas barricadas, mas não para ajudar na batalha. Ele “rouba”
os pertences das pessoas mortas e usa-as para fazer fortuna. O momento de sua
maior atrocidade acontece com a ária “Dogs
Eat Dogs”. Como eu já havia dito antes eles são um casal desprezível.
Não houve
revolução, logo nada mudou. Agora as pessoas se conformam de que nada mudará. E
os anos se passarão sem nada mudar.
Marius foi o
único sobrevivente (mas não sabe como saiu de lá quando esteve inconsciente,
falarei disso depois). Ele lamentasse de ter sido o único a sobreviver e que
seus amigos tenham morrido. O momento passa na Taverna onde eles discutiam
sobre a revolução (“Empty Chair at
Empty Tables”) outro momento muito bonito da peça e o verso mais bonito
dessa ária é: Now my friends will sing no
more (Agora meus amigos não cantarão mais).
Cosette chega
até Marius e ele se pergunta como saiu da barricada, Cosette pede que ele
esqueça. Marius a pede em casamento e Valjean conta toda sua história para
Marius, desde seu crime até o final. Ele com medo do que Cosette iria pensar
dele, ele foge.
Na noite do
Casamento de Marius e Cosette o casal Thénardier aparece bancando pose de
nobres. Marius reconhece o anel que o senhor Thénardier está usando. O anel era
de Marius. Nesse momento cai a ficha de que quem o tirou das Barricadas foi
Valjean. Marius expulsa os Thénardier (que cantam a música “Beggars at the Feast”), conta a
Cosette a verdade e vai até Valjean.
O correto seria
eu falar sobre o Epílogo, mas ainda há Javert que eu pulei na ordem por ele
ser, além do meu favorito, um personagem muito mais complexo que os Thénardier,
Marius e Cosette. Então no próximo texto falarei sobre o fim de Javert e depois
sobre o Epílogo.
domingo, 6 de setembro de 2015
Homenagem Aos Poetas Franceses - Paul Verlaine
3- Paul Verlaine No final do século 19, os críticos incluíram Verlaine entre os chamados "poetas malditos", como Arthur Rimbaud. A expressão, aliás, é do próprio Verlaine, eleito em 1894 o "Príncipe dos Poetas".
A uma
Mulher
Paul Verlaine
Pra vós são estes versos, pla consoladora
Graça dos olhos onde chora e ri um sonho
Doce, pla vossa alma pura e sempre boa,
Versos do fundo desta aflição opressora.
Porque, ai! o pesadelo hediondo que me assombra
Não dá tréguas e, louco, furioso, ciumento,
Multiplica-se como um cortejo de lobos
E enforca-se com o meu destino que ensanguenta!
Ah! sofro horrivelmente, ao ponto de o gemido
Desse primeiro homem expulso do Paraíso
Não passar de uma écloga à vista do meu!
E os cuidados que vós podeis ter são apenas
Andorinhas voando à tarde pelo céu
— Querida — num belo dia de um Setembro ameno
sábado, 5 de setembro de 2015
Os Miseráveis - Parte 4 (As Barricadas)
As
Barricadas
O segundo ato
começa com Éponine andando pelas ruas de Paris, pensando sobre sua situação com
Marius. Decreta-se sozinha com a ária “On
My Own”. Depois da canção ela decide ir juntar-se a Marius na
barricada.
Enquanto isso
na Barricada, os estudantes são ameaçados pela guarda que já aparece, mas
Enjolras encoraja seus amigos e eles aceitam o desafio. Um dos soldados avisa e
os aconselha a desistir, pois estão sós. You at the barricades, listen to
this! No one is coming to help you to fight! You’re on your own! You have no friends!
Give up your guns or die! (Vocês nas barricadas ouçam isso! Ninguém está
vindo para ajudá-los na luta! Vocês estão por sua conta! Vocês não têm amigos!
Larguem as armas ou morram!). Enjolras devolve com uma resposta digna de um
revolucionário. Damn their warnings, damn
their lies! They will see the people rise! (Danem-se seus avisos, danem-se suas
mentiras! Eles verão o povo se erguer).
Javert finge
ser uma pessoa do povo que se voluntariou para ajudar na luta. Infiltra-se bem
e diz que há muitos guardas e que o perigo é real. Diz que os inimigos deixarão
que eles sintam fome e desistam. Então chega o pequeno Gavroche e acaba com o
plano de Javert, denunciando-o. Liar! Good evening, dear Inspector.
Lovely evening, my dear. I know this man, my friends, his name’s Inspector
Javert. (Mentiroso! Boa noite, querido Inspetor. Linda noite, meu caro.
Eu conheço esse homem, meus amigos, seu nome é Inspetor Javert). Javert é
preso e fica para o povo decidir o que será feito com ele.
Pequena nota
sobre este momento: Javert possui uma “música tema” no momento em que prende
Fantine e em algumas outras partes também. Quando ele é preso pelos estudantes
essa música retorna contra ele.
Éponine chega à
Barricada, mas é gravemente atingida pela guarda. Enquanto morre aos braços de
Marius canta “Little Fall of Rain”.
Enjolras, para consolar Marius, diz que a morte dela não será em vão.
Valjean se
candidata a ser voluntário para a guerra, mas vai vestido com o uniforme da
guarda e não é muito bem recebido. Em determinado momento eles mostram a
Valjean o que aconteceu com Javert, que estava preso e os dois se assustam.
Enjolras deixa que Valjean ajude, mas o adverte: se os atacasse pelas costas
ele seria morto.
O Governo faz o
primeiro ataque. Valjean é de grande ajuda a eles. Enjolras diz que só o poderá
agradecer quando a guerra tiver sido ganha, mas Valjean só pede uma coisa, que
ele cuide de Javert. Enjolras permite que ele faça isso.
Javert espera
seu fim, mas Valjean não o executa. Javert o avisa de que ele sempre será um
bandido e que continuará o perseguindo, que é melhor para Valjean que o mate,
pois Javert acredita que Valjean queira um acordo com ele. Mas Valjean mostra
ao antigo policial que ele está errado. You are wrong, and alway have been
wrong. I am a man no worse than any man. You are free and there are no
conditions, no bargains or petitions. There’s nothing that I blame you for. You’ve
done your duty, nothing more (Você está errado, e sempre esteve errado. Eu
sou um homem não pior que nenhum outro. Você está livre e não há condições,
nenhuma barganha nem petição. Não o culpo por nada. Você cumpriu seu dever,
nada mais). Em seguida Valjean
entrega seu endereço e “convida” Javert a ir dá-lhe a lição que merece. If I come out of this alive you will find me at No. 55 Rue Plumet. No
doubt our paths will cross again. (Se eu sair disto vivo você me encontrará no
número 55 Rua Plumet. Sem dúvida nossos passos se cruzarão de novo). Javert
vai embora derrotado.
A noite cai na
barricada e os amigos cantam sobre o que está acontecendo e sobre sua amizade,
ao tema “Drink With Me”. Um
dos momentos mais marcantes dessa canção: Drink
with me to days gone by. Can it be you fear to die? Will the
world remember you when you fall? Could it be your death means nothing at all? Is
your life just one more lie? (Beba comigo pelos dias que passaram. É
possível que você tema a morte? O mundo lembrará de você quando morreres? Será
que sua morte não signifique nada? Sua vida não é somente mais uma
mentira?). Depois
todos os revolucionários cantam juntos: Drink
with me to days gone by, to the life that used to be, at shrine of friendship
never say die. Let the wine of friendship never run dry. Here’s to you and
here’s to me. (Beba comigo pelos
dias que passaram, pela vida que costumava ser, no santuário da amizade que
nunca supõe morrer. Não deixe o vinho da amizade derramar. Aqui para você e
aqui para mim). Enquanto isso Marius pensa em Cosette.
Quando todos
estão dormindo Valjean reza por Marius em um dos momentos mais bonitos da peça.
A oração recebe o nome de “Bring Him
Home”. Valjean pede que Marius saia com vida daquela situação. Após o
texto colocarei o vídeo da música, pois não tem como explicá-la por aqui.
Chega manhã e os
soldados da guarda logo avisam: You at
the barricades, listen to this. The people of Paris sleeps in their
beds. You have no chance, no chance at all. Why throw your lives away?
(Vocês na barricada ouçam isso. O povo de Paris está dormindo em suas camas.
Vocês não tem chance nenhuma. Por que desperdiçar suas vidas?). Enjolras e
seus companheiros respondem com toda sua honra. Let us die facing our foe. Make them bleed while we can! Make
the pay through the nose! Make them pay for every man! Let others rise to take
our place until the Earth is free! (Deixem-nos morrer encarando nosso
inimigo. Fazê-los sangrar enquanto pudermos. Fazê-los pagar pelo nariz!
Fazê-los pagar por todos os homens! Deixem outros tomarem nossos lugares até
que a Terra esteja livre).
Ocorre mais um
ataque. Mas dessa vez a Guarda ganha. Matam todos (incluindo o pequeno
Gavroche)... Ou quase todos. Enjolras foi um grande líder, que serviu para seus
aliados e lutou por suas ideias, por isso deixarei aqui as palavras de sua
revolução:
Red the blood of angry man, Black the dark of ages past, Red a world
about to dawn, Black the night that ends at last. (Vermelho o sangue o
homem bravo, Preto a escuridão das eras passadas, Vermelho um mundo prestes a amanhecer,
Preto a noite que finalmente acaba).
Homenagem Aos Poetas Franceses - Arthur Rimbaud
2- Jean-Nicolas Arthur Rimbaud considerado um dos precursores da poesia
moderna. É um poeta bastante atípico; produziu toda sua
obra – que influenciaria a literatura, música e tantas outras artes – na
adolescência. Aos 20 anos já havia abandonado a escrita.
O Barco Ébrio [Trecho]
Como descesse ao léu nos Rios
impassíveis,
Não me sentia mais atado aos sirgadores;
Tomaram-nos por alvo os Índios irascíveis,
Depois de atá-los nus em postes multicores.
Não me sentia mais atado aos sirgadores;
Tomaram-nos por alvo os Índios irascíveis,
Depois de atá-los nus em postes multicores.
Estava indiferente às minhas
equipagens,
Fossem trigo flamengo ou algodão inglês.
Quando morreu com a gente a grita dos selvagens,
Pelos Rios segui, liberto desta vez.
Fossem trigo flamengo ou algodão inglês.
Quando morreu com a gente a grita dos selvagens,
Pelos Rios segui, liberto desta vez.
No iroso marulhar dessa maré
revolta,
Eu, que mais lerdo fui que o cérebro de infantes,
Corria agora! e nem Penínsulas à solta
Sofreram convulsões que fossem mais triunfantes.
Eu, que mais lerdo fui que o cérebro de infantes,
Corria agora! e nem Penínsulas à solta
Sofreram convulsões que fossem mais triunfantes.
A borrasca abençoou minhas
manhãs marítimas.
Como uma rolha andei das vagas nos lençóis
Que dizem transportar eternamente as vítimas,
Dez noites sem lembrar o olho mau dos faróis!
Como uma rolha andei das vagas nos lençóis
Que dizem transportar eternamente as vítimas,
Dez noites sem lembrar o olho mau dos faróis!
Mais doce que ao menino os
frutos não maduros,
A água verde estranhou-se em meu madeiro, e então
De azuis manchas de vinho e vômitos escuros
Lavou-me, dispersando a fateixa e o timão.
A água verde estranhou-se em meu madeiro, e então
De azuis manchas de vinho e vômitos escuros
Lavou-me, dispersando a fateixa e o timão.
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Homenagem Aos Poetas Franceses -Charles Baudelaire
1- Charles-Pierre Baudelaire foi um poeta boêmio e teórico da arte francesa. É
considerado um dos precursores do simbolismo.
Sepultura d'um Poeta Maldito
Se, em noite horrorosa, escura,
Um cristão, por piedade,
te conceder sepultura
Nas ruínas d'alguma herdade,
As aranhas hão-de armar
No teu coval suas teias,
E nele irão procriar
Víboras e centopeias.
E sobre a tua cabeça,
A impedi-la que adormeça.
- Em constantes comoções,
Hás-de ouvir lobos uivar,
Das bruxas o praguejar,
E os conluios dos ladrões.
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Os Miseráveis - Parte 3 (Mais Um Dia)
Mais
Um Dia
Cosette está no
quintal de sua casa, questionando sua vida sozinha e que agora se encontra
apaixonada. Como desconhece esse sentimento acha estranho a forma com que
aconteceu. “How strange, this feeling that my life’s
begun at last. This change – can people really fall in love so fast? What’s the
matter with you, Cosette? Have you been too much on your own? So many thing unclear, so many things
unknown” (Como é estranho, esse sentimento que começa na minha vida. Essa
mudança – é possível alguém se apaixonar tão rápido? O que há com você Cosette?
Você tem sido muito por si mesma. Tantas coisas obscuras, tantas coisas
desconhecidas).
Marius e
Cosette estão apaixonados um pelo outro. Mas como toda história de amor tem que
ter alguém que se fere (gravemente ou não) entra a amiga de Marius, Éponine.
Para quem está acostumado com o linguajar da internet vai entender o que direi:
Éponine está na “friendzone”. Ela é
apaixonada por Marius, mas ele a vê somente como amiga.
Explicarei como
Cosette e Marius se conheceram. Para quem assistiu a peça pelo aniversário de
10 anos não verá o momento, contudo no Filme de 2013 o momento ocorre.
Valjean e Cosette estão no centro de Paris e
o casal Thénardier está também enganando o povo que passa. Marius, levado por
Éponine, esbarra em Cosette e é paixão a primeira vista entre os dois. Pouco
depois Valjean e Cosette são arrastados por Thénardier e sua gangue (até então
sem reconhecerem-se). Em um momento o casal maligno reconhece Valjean e tentam
agredi-lo. Uma confusão começa. Marius ajuda Valjean (por causa de Cosette,
lógico). Até que alguém grita o nome “Javert”. Valjean assustado pega Cosette e
foge dali. Javert e alguns guardas chegam e dão uma dura em todos os ali
presentes. Vale lembrar que Éponine é “amiga” dos Thénardier.
Voltando da
onde parei: Marius pede a Éponine, que o leve até algum lugar para encontrar
com Cosette. E eles finalmente se apresentam com mais calma. Caros leitores,
gostaria de ressaltar que eu descrevendo uma cena romântica sou um ótimo
lutador de UFC. Mas voltando à peça. No encontro emocionante de Marius e
Cosette é cantada “A Heart Full of
Life”.
Depois do
encontro, já à noite, a gangue dos Thénardier tenta invadir a casa de Valjean.
Contudo Éponine aparece com o intuito de atrapalhá-los, mas o senhor Thénardier
acredita que ela veio ajudar e a dispensa. Éponine get on home. You’re not
needed in this. We’re enough here without here. (Éponine entre na casa.
Você não é necessária nisto. Nós somos o suficiente sem você aqui). Ela, no
entanto, tenta despistar os homens I know
this house, I tell you. There’s nothing here for you. Just
the old man and the girl. They live ordinary lives (Eu conheço essa
casa, eu lhes conto. Não há nada para vocês aqui. Somente o velho e a garota.
Eles vivem suas vidas ordinárias). O senhor Thénardier fica irritado e
manda que ela não interfira, e ela diz que vai gritar. Quando diz isso à gangue
eles a ameaçam de matá-la, então ela grita. Thénardier e sua gangue fogem e
Marius chega com Cosette. Marius apresenta Cosette a Éponine, mas ele ouve
alguém chegando e foge com Éponine, chega então Valjean assustado por ter
ouvido um choro e com vozes nervosas na rua. My God, Cosette, I
heard a cry in the dark. I heard the shout of angry voices in the street. (Meu
Deus, Cosette, eu ouvi um choro na escuridão. Eu ouvi gritos zangados pela
rua). Cosette diz que foi o choro dela e que ela se apavorou com o que viu.
E Valjean fica com muito medo.
Cosette: Three men I saw beyond
the wall. Three men in shadow, moving fast. Valjean: This is warning to
us all. These are the shadows of the past. (Cosette: Eu vi três homens além do
muro. Três homens nas sombras,
movendo-se rápido. Valjean: Isso é um aviso para todos nós. Essas são as
sombras do passado.
Valjean
acredita que seja Javert, que ele tenha descoberto seu paradeiro e pensa em
fugir de novo, para Calais, uma cidade no norte da França. Nesse momento na
peça é cantada “One Day More”,
que mostra o que cada personagem (Valjean, Cosette, Marius, Enjolras, Éponine,
Javert e o casal Thénardier) está pensando sobre o próximo dia.
Valjean se
prepara para a viajar de novo. Cosette e Marius se perguntam se encontrar-se-ão
novamente. Éponine conforma-se de que nunca ficará ao lado de Marius, Enjolras
começa a organizar a revolução. Javert diz que derrotará os estudantes. O casal
Thénardier continua sendo o casal Thénardier. E este é o fim do primeiro Ato.
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
O Monólogo de Molly Bloom de James Joyce
Antes
de tudo devo dizer que não sei exprimir o que senti diante dessa personagem.
Oras quis matá-la ora quis abraçá-la. Molly Bloom é um conflito entre real e
imaginário e uma leitura inesperada para os menos desavisados. Esse foi o meu
caso: eu não esperava algo do gênero e Molly me angustiou e me encheu de prazer
ao mesmo tempo.
Esse
monólogo encerra o livro “Os Mortos” de James Joyce. E embora, pela experiência
com os dois contos anteriores, eu estivesse esperando uma narrativa cheia de
intensidade e surpresas, essa acabou se superando. Eu não sei dizer se Molly
está louca ou senil ou se Joyce quis juntar todas as facetas do pensamento
feminino em um texto só. E aí ela
recordando e fantasiando coisas e relatando sobre seus amantes. É Essa heroína
vem de outro romance de James Joyce chamado de Ulisses aonde ela é casada com Leopold
Bloom.
Outra
coisa que me chamou muita atenção nesse monólogo foi a maneira como ela se
expressa sobre suas experiências sexuais. Momentos em que o leitor se ri e se apieda dessa brilhante personagem
de gênio forte. Sem dúvida é uma personagem rica e vibrante e nos leva com ela
num fluxo de pensamento que só sendo um pouco Molly Bloom para entender.
Eu recomendo o livro “Os Mortos” de
James Joyce, porque ele é espetacular como obra e fica fácil entender porque a
obra de Joyce o imortalizou. Não deixem de conhece Molly Bloom, por favor. E
preparem-se para se envolverem numa “louca” narrativa de mergulho total no íntimo
de uma personagem que ousou, certamente, ir além de seu tempo. Vale a pena
conferir!
Até a próxima!
Beijos da Wal.
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Breakfast Audrey, Um Passeio de Luxo.
Não deve entregar seu coração para
um selvagem. Quanto mais der, mais fortes eles ficam. Até que ficam tão
fortes que correm e voam para bem longe.
(Holly Golightly, personagem de Audrey Hepburn)
Quase um mito, esse clássico filme da década de 1960 é inspirado no livro homônimo de Truman Capote escrito 10 anos antes. E retrata a história de Holly Golightly que para algumas pessoas que assistem o filme é uma prostituta que vivia na glamourosa cidade de NY City, mas, o próprio Capote dizia que ela seria mais uma Geisha: ela criava uma
ilusão de possibilidade para seus ‘amigos’ do sexo masculino, mas a
realidade poderia ser muito diferente.
Narrado por um escritor que luta com suas histórias e de quem nunca
sabemos o nome (Holly o chama de Fred, em uma referência carinhosa a seu
irmão), Holly tem 19 anos e mora sozinha em um apartamento em Nova York. Ela
chega quase sempre tarde em casa acordando os vizinhos por sempre
esquecer a chave do portão. É assim que Fred a conhece.
Por algumas noites, ela o chama pedindo para que ele abra o portão no
meio da madrugada. Holly parece estar curtindo a vida e sua juventude
em uma cidade nova.
Aos poucos, Fred vai descobrindo mais sobre ela. De onde ela vem é um mistério mas sabemos que é do interior e que um agente de Hollywood lhe disse que poderia ser atriz. Ela vai para a cidade grande procurar oportunidades de tornar-se uma estrela. Mas Holly não parece extremamente interessada nisso: ela parece querer aventuras e aproveitar para conhecer aquilo que nunca lhe pareceu possível antes.
Aos poucos, Fred vai descobrindo mais sobre ela. De onde ela vem é um mistério mas sabemos que é do interior e que um agente de Hollywood lhe disse que poderia ser atriz. Ela vai para a cidade grande procurar oportunidades de tornar-se uma estrela. Mas Holly não parece extremamente interessada nisso: ela parece querer aventuras e aproveitar para conhecer aquilo que nunca lhe pareceu possível antes.
Todos os dias ela toma seu café da manhã em frente à joalheria Tiffany’s, isso a faz esquecer todos os seus problemas. À medida que sua amizade com Holly evolui, nosso narrador vai
descobrindo mais sobre o passado dela e a amizade entre os dois se
fortalece.
Holly passa a viver um dilema, não sabe se continua em sua busca incessante por um marido que realize o seu sonho de ser rica, ou se dá uma chance ao homem por quem esta apaixonada.
Holly passa a viver um dilema, não sabe se continua em sua busca incessante por um marido que realize o seu sonho de ser rica, ou se dá uma chance ao homem por quem esta apaixonada.
A beleza do filme esta na maneira como ele é contado, na ótima atuação dos atores, numa linda trilha sonora e fotografia.
Uma das clássicas cenas eternizadas pela sempre ícone do estilo Audrey Hepburn, estão a interpretação do clássico Moon River (Johnny Mercer / Henry Mancini) e a famosa cena em que Holly procura o seu gato na chuva.
Mas o melhor de tudo, sem dúvida, é a própria Audrey Hepburn. Ela, além
de ser lindíssima, criou uma personagem extremamente doce, carismática e
ingênua. Inicialmente a sua personagem seria estrelada por Marilyn
Monroe, após alguns problemas com atriz o papel foi oferecido a Kim
Novak, só então é que à chamaram. Não há dúvida que as duas lindas
atrizes teriam desempenhado bem o papel, mas tenho certeza que não com a
mesma graça e charme que Audrey. Esse filme mostra com total clareza, que muitos de nós vivemos de sonhos, de decisões que duram por toda a nossa vida. A personagem da Audrey, sonha em se casar com um milionário, no entanto ela se vê apaixonada por seu vizinho, um escritor. Mas, talvez não seria daí que ela tiraria suas riquezas? Porque eu acredito, que o amor é a maior delas. Ela é uma sonhadora, ele um inventor de sonhos, pois ele os transcrevem em suas histórias. | |
Ficha Técnica
• Direção: Blake Edwards • Roteiro: Truman Capote (romance) George Axelrod (roteiro) • Gênero: Drama/Comédia/Romance • Origem: Estados Unidos • Duração: 115 minutos |
Segue o trailler:
Até o próximo texto
Au Revoir!
domingo, 30 de agosto de 2015
Sobre o Último Discurso de O Grande Ditador de Chaplin
Estava a pensar sobre
essas palavras de Chaplin no filme "O Grande Ditador" que é de 1940
e, em minha opinião, é o maior de todos discursos humanistas que já tomei
conhecimento. E Chaplin, como todos sabem, era ateu. Nunca acreditou no Cristo
e na bíblia. Mas nem por isso deixou de ser humano e uma imagem do Cristo na
terra. Foi mais que muitos ao falar do amor ao outro. Ele usava a própria arte
para fazer isso. Esse filme foi indicado a cinco Oscar e não ganhou nenhum
porque quando foi lançado os Estados Unidos ainda estava em guerra. Não podiam
silenciar o autor, o ator, o diretor, mas podiam puni-lo não dando a ele uma
premiação. Enfim, o que é uma premiação diante do que ele Chaplin implantara
nos pensamentos?
Quisera todos ouvissem e
refletissem sobre o que é dito nesse discurso, dito em uma obra de ficção, mas
com desejo de conscientização. Vejo um mundo à minha frente tão intolerante com
tudo e todos que me preocupo muito com o que será desse mundo no futuro.
Estamos sempre batendo no
peito e dizendo que o mundo é injusto conosco, mas o que fazemos para ser justo
com o mundo? É preciso fazer algo para que o mundo comece a mudar. E ele deve
começar a mudar a partir de nós. É preciso que perguntemos o que somos para o
mundo e o que fazemos para que ele seja o que eu quero.
Nenhuma bíblia poderá lhe
proteger se VOCÊ não mudar o seu interior. Você julga, maldiz, ultraja, rouba,
maltrata, abandona... E depois lança a mão de um versículo qualquer para
justificar o seu mau comportamento. Deus nunca julgou ninguém. Ele perdoou e
perdoa a todos, porque Ele e só Ele sabe os caminhos e as razões de cada um.
Tudo no mundo está corrompido, mas não se corrompeu sozinho. Todos nós temos
uma parcela de culpa nessas mazelas mundiais.
Então, deixo o vídeo do
último discurso do filme de Chaplin para que seja um ponto donde você pode
partir para uma auto-avaliação de seus atos diante do mundo. Se você quer novos
tempos, mude os velhos hábitos.
Beijos a todos que, como
eu, estão sempre em busca de uma evolução interior porque querem viver em
tempos melhores.
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