“O mundo pode
ser um palco.
Mas o elenco é um horror.”
(Jostein Gaarder, in “O Mundo de Sofia”)
Há alguém olhando por nós
ou estamos sozinhos? O que acontece quando tudo acaba? Qual é o seu papel no
mundo? Penso que Jostein Gaarder quis bem mais que falar de filosofia em sua
obra. Penso que ele quis nos tirar de um lugar cômodo e seguro onde pensamos
estar, para fazer com que nós nos movimentemos em dúvidas inquietantes. Quem
ousaria pensar e ir até a ponta do pêlo do coelho branco anteriormente? Poucos!
Li “O Mundo de Sofia” aos trinta anos. Um momento
de despertar em minha vida. Tinha recém tido meu segundo filho e meses que eu
morava numa nova cidade onde não conhecia ninguém. Foi fácil manter-me
mergulhada nesse universo de pensamentos insanos proposto pelo escritor. E a
medida que eu mergulhava nele, eu me trazia a tona.
Não é fácil a leitura desse livro. E se você tiver preguiça de pensar, ele pode tornar-se enfadonho. São muitas informações sobre linhas filosóficas misturadas a trajetória de uma adolescente curiosa. A escolha de uma heroína não torna o livro mais leve. Em minha opinião, o autor foi inteligentíssimo na escolha adolescente. Adolescentes são curiosos e não temem experimentar-se e ousar. E é através desses olhos adolescentes e curiosos que ultrapassamos o portal para dentro de nós e algumas de nossas dúvidas primordiais.
Não é fácil a leitura desse livro. E se você tiver preguiça de pensar, ele pode tornar-se enfadonho. São muitas informações sobre linhas filosóficas misturadas a trajetória de uma adolescente curiosa. A escolha de uma heroína não torna o livro mais leve. Em minha opinião, o autor foi inteligentíssimo na escolha adolescente. Adolescentes são curiosos e não temem experimentar-se e ousar. E é através desses olhos adolescentes e curiosos que ultrapassamos o portal para dentro de nós e algumas de nossas dúvidas primordiais.
Há alguém olhando por nós
ou estamos sozinhos? Quando posso olhar as estrelas a noite, me pego a
perguntar em qual delas Deus mora. E rio sozinha pensando de onde tiro essas
bobagens. Talvez Deus não exista. Talvez
nenhum desses avatares supremos exista. Mas me conforta imaginar que há além do
limites que minha compreensão alcança alguém que me cuide, que me protege do
mundo, que me orienta nos momentos de dúvida e que vibra nos meus momentos de
chegada. Se Ele não existe, ao menos, Ele me conforta na ideia de que está lá
em alguma estrela me amando incondicionalmente e torcendo por mim.
O que acontece quando tudo acaba? Imagino que um dia eu amanhecerei a esquina de uma rua longa onde casinhas simples de cores claras e sem cercas estarão começando seu dia. Cheiros bons de café e bolo quente estarão cobrindo a rua onde eu caminharei levando apenas uma mochila nas costas carregada de pequenas coisas como sonhos, sentimentos bons, pensamentos... Até que em uma das casas da varanda meu pai me sorrirá e me abraçará dizendo “Bem vinda!”. E haverá tanto amor e carinho nessa recepção que pouco me importará porque estou ali. E tudo que se passou de tristeza e dor, morrerá naquele abraço. E eu terei renascido para uma nova história num mundo aonde só vão os que não tiverem medo desse aqui.
O que acontece quando tudo acaba? Imagino que um dia eu amanhecerei a esquina de uma rua longa onde casinhas simples de cores claras e sem cercas estarão começando seu dia. Cheiros bons de café e bolo quente estarão cobrindo a rua onde eu caminharei levando apenas uma mochila nas costas carregada de pequenas coisas como sonhos, sentimentos bons, pensamentos... Até que em uma das casas da varanda meu pai me sorrirá e me abraçará dizendo “Bem vinda!”. E haverá tanto amor e carinho nessa recepção que pouco me importará porque estou ali. E tudo que se passou de tristeza e dor, morrerá naquele abraço. E eu terei renascido para uma nova história num mundo aonde só vão os que não tiverem medo desse aqui.
Quem ousaria pensar e ir até a ponta do pêlo do coelho branco anteriormente? Não eu! Mas graças a esse livro e tantos outros, eu cheguei lá. E de lá não quero mais sair. Hoje caminho pelas pontas dos pêlos em busca de algo ainda além. Porque sei que há alguém além. Sempre há para quem se dispões a ir além.
Até a próxima leitura.
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