“Acho que isso é uma coisa que a gente supera com o tempo.
[...] Você me curou de você mesmo”.
(David
Nicholls, in “Um Dia”)
Se você
é desses acostumados a banalizar o carinho do outro por você... Cuidado!
Quando
nos colocamos numa condição de “insubstituíveis”, tendemos a nos deparar com um
teatro vazio lá na frente. Ninguém nem mesmo para lhe abraçar em consolo no fim
do ato.
Isso!
Torça o nariz e resmungue “bobagem”. Você pensa que sempre haverá alguém a quem
iludir com seu sorriso de artista. Mas saiba meu caro, que o público uma hora
se cansa e começa a ver a sua atuação como apresentação barata. E pouco a pouco
vão saindo do teatro para encontrar coisa melhor.
Não há
carinho que resista a mentira, a ausência, a frieza... Não há respeito que
resista ao interesse, as relações de conveniência, aos abraços sem calor... Não
há amizade que persista nos segredos, nas desculpas, nos silêncios.
E
aquele que hoje precisa, se adapta a
falta. A solidão se preenche de outras coisas. Os passos não se incomodam de
marcar a areia sozinho. Os segredos que deveriam ser compartilhados se calam em
suas realizações.
O mundo
é adequação. E aquele que hoje é pedaço hoje e que, supostamente, implora por
um pouco de você, amanhã se torna completo de outro alguém ou de outra coisa
qualquer.
O mundo é substituição. E todos nós somos peças substituíveis. Não se iluda que este que hoje o espera não poderá ir embora amanhã. Porque o mundo também é partida. E tudo que temos de certeza é que temos um dia, únicas vinte quatro horas, para pertencer, para doar, para completar o desejo, a necessidade, os sonhos de alguém.
O mundo é substituição. E todos nós somos peças substituíveis. Não se iluda que este que hoje o espera não poderá ir embora amanhã. Porque o mundo também é partida. E tudo que temos de certeza é que temos um dia, únicas vinte quatro horas, para pertencer, para doar, para completar o desejo, a necessidade, os sonhos de alguém.
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