“O que são homens
comparados a rochas e montanhas?”
(Jane Austen, in “Orgulho
e Preconceito”)
Quero viajar nessa frase de Jane Austen! Na verdade, peço licença para ir um pouco além e falar um pouco de um pensamento que me ocorreu de a partir do de Jane. Quero falar de homens-rochas e homens-montanhas que, em minha opinião, são diferentes embora
possam alcançar o mesmo tamanho e aparente poder.
Ao pensar em Homens-rochas visualizo
pessoas de insensibilidade extrema. Incapazes de curvarem-se as coisas do
mundo. Aquele tipo de pessoa que olha o telejornal e resume a fome do mundo com
a típica frase “Por que fazem filhos se não podem nem consigo?”. Gente que
passa pelo mundo ignorando o alheio. Homens-rochas não têm tempo para nada!
Andam com pastas e papéis embaixo do braço de lá para cá, são impacientes e
carrancudos nas filas, reclamam do calor e do frio, questionam a real necessidade da
chuva, ignoram o sorriso e a beleza de uma canção...
Mas temos que ter paciência
com os homens-rocha. Muitas dessas pessoas foram endurecidas no calor da dor. Algumas
explodiram numa erupção de paixão, mas esqueceram que paixão é sentimento
adolescente e nem sempre tem tempo de amadurecer para virar amor. Sentindo-se incapaz de se
apaixonar novamente esses seres se endurecem nas juras de nunca mais se
apaixonar. Outros demoram tanto a experimentar o mundo lá fora por medo,
talvez, que sofrem pressões de todos os
lados. E com tanta pressão daqui e dali, vão perdendo a vontade de sair de si e
segmentam sua essência em mundos particulares no medo de não estarem preparado
para outros mundos que estão além de si.
Há os que querem espalhar
sua dureza por aí. Destruindo sonhos alheios com desesperança e palavras
negativas. Ah, como tenho horror a esses aí! Gente ruim que torna pedra tudo
que há ao seu redor por não suportar ver a beleza florescer nos corações ao seu redor. Ainda bem que para essas pessoas
que são contaminadas por essa gente-rocha podre, existe a fé e a esperança que
ficam escondidas dentro deles esperando só um toque, um novo momento, um
escultor disposto... qualquer coisa que os resgatem e os preparem para se tornar quem
sabe os tais homem-montanha.
Porque para mim homem-montanha é aquele que forte e que já suportou muitas intempéries, mas mesmo assim estendeu-se para todos os lados para ousar,
arriscou-se a ir até onde pode; e quando não pode mais alongou-se para o céu .
Homem-montanha abre-se para que outros os habite e permite que esses novos habitantes tragam com eles novas experiências, tons,
sabores, cores... que serão agregados ao homem-montanha que entende que é preciso estar nesse mundo para somar e multiplicar. Homens-montanha revestem-se de flores, folhas, bicho, nascente... São
universos repletos de mistérios, mas abertos a visitação. São extensão
positivas de si para a vida de outros. Germinam possibilidades e sonhos em quem
toca. É rocha firme para suportar a vida, mas é terreno fértil para quem se
aproxima porque está sempre disposto a compartilhar, a doar, a agregar...
No mundo deveria haver mais
homens-montanhas compromissados com o outro. Pessoas de coração de mundo inteiro
com capacidade de nos fazer voar quem veio ao mundo com uma asa só. Gente-cobertor que acolhe nos momentos de
medo, frio ou solidão. No mundo deveria haver mais... Sei lá! Mais humanos,
menos gente.
Até breve!!!
Excelente pensamento. Mas eu penso parecido com o homem rocha quando se trata de superpovoamento. Pessoas colocam filhos no mundo feito coelhos, sem imaginar o que pode ocorrer no futuro. Os dias de hoje não são como os tempos de minha avó, a sua, etc.. no qual ter 15 filhos, não era tão difícil alimenta-los e vesti-los. E por que será que as famílias que mais colocam filhos no mundo hoje em dia são os de classe baixa? Não acredito que seja falta de informação, é falta de juízo mesmo. Abraços amiga Wal.
ResponderExcluirMuito bom!!!
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