segunda-feira, 21 de abril de 2014

Para Toda Promessa Uma Resposta



“Os sonhos da juventude,
São os pesadelos da maturidade”
(William Hjortsberg, in “A Lenda”)

Eu fiz promessas que não cumpri, Bruna! Penso que na mesma proporção que também fizeram a mim. Promessas de amar para sempre e de nunca esquecer.  Mas o Amor é um senhor que, as vezes, esquece de casa e que troca de nomes. E houve amores que viraram carinho, amizade, saudade. E o Nunca é uma terra formada de corredores com grandes portas. De repente abrimos uma e nos perdemos por aí só nos dando conta de que esquecemos quando não sabemos mais o caminho de volta.

Quando eu tinha vinte e dois, eu jurei “Até que a morte nos separe”. Acordei numa manhã de março e um cadáver empestiava a sala com cheiro de traição. A morte finalmente tinha acabado com a minha jura e eu enterrei dezessete anos de mim em algumas malas que foram se amontoando na varanda.Eu tive mais tempo que os protagonistas para o adeus. Mas ter mais ou menos tempo diminui o sofrimento que há na lágrima que pontua o fim de uma relação?


 “O que esperar da vida e suas artes dos encontros?”, você nos pergunta. Lembrou-me Vinicius:  “A vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. Tudo que podemos fazer é esperar que haja uma próxima vez, uma próxima chance, uma próxima página... E se vierem novos desencontros, esquecimentos, partidas... Que não nos falte, então, caneta, folha e inspiração para abortarmos as dores em poemas e canções. 

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