domingo, 1 de fevereiro de 2015

Evolução vs Deus




O vídeo post de hoje não tem pretensão nenhuma em converter alguém a nada.
A proposta em divulgar este assunto, foi inclusive mostrar para qualquer crente que tudo pode ser conversado numa forma muito criativa e compreensiva.
Prometo que você não vai perder 30 minutos do seu tempo.
Com este assunto você só tem um final: reforçar a sua crença, seja lá em Evolução ou Criação.

Para ver o vídeo clique aqui

sábado, 31 de janeiro de 2015

Fanatismo


Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

Espanca, Florbela. Soror de Saudade. Tipografia A Americana. Lisboa, 1923. 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Entre a Razão e a Emoção



Exatamente 01:16 da manhã. Estou na sala com as luzes apagadas e uma taça de vinho. Ouço Loreena McKennitt cantando "Never-Ending road". E você sentado é um espectro no canto iluminado pela luz da rua.  Menino tímido me sorrindo de canto. Usa azul. Foi impossível não sorrir também. E você balança a cabeça escondendo o rosto no mão como que negando algo. Então, desvio os olhos e penso em algo para dizer. Antes que eu pudesse dizer, a razão grita:

__ Sabe que não é ele, não é? Você está buscando isso tudo para se sentir menos vazia. Acorda, mulher! As coisas são como são e você não tem ninguém. Encare os fatos tudo é sonho e sonhos não têm obrigação de ser real.

Um gole enorme do vinho faz a razão descer garganta a dentro. E você me ergue a mão. 


Estamos dançando ao som da voz doce de Mckennitt. Rodopiando centímetros acima do chão de mármore do salão principal. Você em seu traje azul e rabo de cavalo e eu em um vestido branco.

__ Conduza-me, amor, porque eu não sei dançar. Me leve! Me leve! Eu te dei meu coração...

Aperta-me enfim em seu peito e minha cabeça se encosta em seu ombro. Seu coração bate ao compasso da mesma canção e sua mão dulcíssima toca meus cabelos aconchegando-me melhor em seu peito. Não há mais nada no salão e nem ninguém além de você, Loreena e eu. E então, você me olha ternamente e diz:

__ Será que um dia você cresce, menininha?

Faço uma cara bem arteira e enquanto escondo o rosto na lapela de sua casaca azul, balanço a cabeça negativamente. Você solta uma gargalhada boa.

__ Ainda bem, anjo!

Beija-me a testa, ata sua mão a minha e atravessa o salão rumo aos portões ao som de Loreena que diz...

"Here is my heart and I give it to you
Take me with you across this land
These are my dreams, so simple and few
Dreams we hold in the palm of our hands"

As portas se fecham, o salão se apaga e a lua sorri; enquanto nós dois adormecemos na grama do jardim.
(Waleska Zibetti)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Definitivo

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional... 


Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

ORAÇÃO E FÉ



Por Gabriella Gilmore

Quando bem criança, eu costumava passar os finais de semana na casa da minha tia Miloca. Eu sempre dormia lá de sábado para domingo. Era o sono mais tranquilo que eu costumava a ter. Lembro que ela ajeitava o colchão fofo da cama do quarto de visitas, ligava o abajur de golfinhos que iluminava as paredes, e por último, o mata mosquito em espiral. Se eu fechar os olhos bem forte eu consigo sentir o cheiro dele. Quando já estava coberta na cama, minha tinha vinha para fazer uma oração. Não eram orações dessas decoradas não. Eram espontâneas, sinceras e únicas. Ali eu dormia me sentindo a pessoa mais segura do mundo. Não tinha pesadelos. Se eu sonhasse, era algo bom.
No domingo cedinho ela me levantava para ir à sua igreja. Por alguma razão eu gostava de acompanhar a rotina do casal, que na garupa da bicicleta, me levavam para a escola dominical. Lembro até hoje dos meus vestidinhos, sapatinho preto envernizado e laços no cabelo. 
A primeira lembrança que tenho de igreja e coisas relacionadas a Jesus Cristo, foi com essa irmã da minha mãe. Até então eu era pagã. Sempre associei Jesus a algo bom, não porque me diziam isso, mas pelo fato de sentir a tal paz. Como o exemplo que dei acima, da oração antes de dormir. Minha fé começou a se desenvolver ai, sem eu mesma saber o que era isso e seu significado.
Estava lendo mais um trecho do livro Meditação da mulher, e teve uma experiência de uma senhora que estava conversando com Deus dentro do metrô, morrendo de sede, e ela sabia que iria demorar a chegar a sua casa. Ela imaginava o quão bom seria se ela tivesse um copo de água ali, naquela hora, e ao olhar perto da sua bolsa de compras que estava encostada no chão, ela viu uma garrafinha de água mineral ainda lacrada. Logo ela agradeceu a Deus e notou um detalhe: aquele vagão não era o que ela costumava pegar, porque ficava bem longe do portão da saída.
Isso me fez lembrar de um fato que me ocorreu esses dias. Eu ando de bicicleta aqui no bairro e estamos no mês das chuvas. Clima muito instável. Faltavam algumas horas para eu ir ao culto, e desabou um toró. Eu olhei para o céu e disse: Senhor, você tem até às 19h30min para deixar chover, depois pare porque não posso chegar molhada na igreja.
Acredita que parou de chover? E calma ai que tem mais. Na hora do culto, desabou outro pé d’agua, e eu olhei no relógio e só faltavam 10 minutos para acabar a palavra, e novamente falei: Agora o Senhor só tem 10 minutos. (Eu sou atrevida assim mesmo).
Na saída, uma das irmãs virou pra mim e disse: que bom que parou de chover, né? E eu respondi: Foi à oração!
Jesus cuida da gente até nos pequenos detalhes. Muita gente chamaria isso de sorte ou coincidência, porém eu chamo de oração e fé. 

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Diálogos 5: Sobre Gostos




__ Você gosta de morar aqui?

__ Gosto! Nossa cidade é bonita com povo simples. Mas é pequena e sem grandes possibilidades. A vida aqui não é fácil. Porém o mar compensa e recolhe os sonhos que seus admiradores depositam nele a caminho do trabalho de manhã ou na caminhada para a boa forma. 


__ Você gosta muito do mar, né?


__ Eu amo o mar. E costumo sentar-me na praia sozinha e silenciosa a fim de ouvir os cantos das Ondinas quando estou muita agitada. Elas sempre me acalmam. Você gosta de mar?


__ Gosto sim. Mas não dessa maneira tão poética.


__ Você deve gostar de números, não é? Quem gosta de números, não entende as letras. 


__ Meus pais diziam que poesia é coisa de frutinha. E eu sempre as evitei. 


__ Não culpe seus pais por isso! Minha mãe, como boa canhota, também é dos números e diz que minhas poesias é coisa de gente aluada. Então, eu rio e convido ela para ir até a lua comigo montada em um dragão azul. Ela diz logo com cara de reprovação: “desconjuro!”. E eu caio na gargalhada.


__ Eu gosto de música...


__ A música é uma poesia cantada. Só que cantar é mais comum. Repare só...


Levanto-me, pigarreio, imponho a voz em tom solene.



__ “Vorrei donare il tuo sorriso alla luna perché 

di notte chi la
guarda possa pensare a te
per ricordarti che
il mio amore è importante
che non importa ciò
che dice la gente e poi
amore dato, amore preso,
amore mai reso
amore grande come il
tempo che non si è arreso
amore che mi parla
coi tuoi occhi qui di fronte
e sei tu....

...il regalo mio più

grande”

Ele aplaude e eu me curvo em agradecimento. Rimos.


__ É uma canção. A canção que lhe dedico hoje. Mas se recitada, vira um lindo poema de amor.


__ Lindo é você recitando. Gosta de esportes?


__ Eu não. Embora sei que devesse pois sou gordinha.- Abaixo a cabeça envergonhada. Ele ri.


__ Eu penso demais, sabia? Queria mudar esse meu jeito.


__ Então, você pensa muito? Hum... Terei que providenciar com o Chapeleiro Louco - aquele do País das Maravilhas - uma receita de “Bolo de Insensatez” e te servir no próximo lanche da tarde. Vamos devorar a sua mania de pensar. É bom não pensar, as vezes. É bom perder-se em reinos mágicos, correr o risco de parecermos ridículos só para entrar em contato com o nosso lado criança. Ser criança nos deixa mais leve. 


__ Vou ser ator de cinema!


__ Cinema... Que tipo de filme gosta? Qual o título que traduziria você hoje? Me conta, anjo meu? 


__ Sei lá! Acho que algum de Woody Allen. 


__ Nunca entendi Woody Allen. Mas entendo você. Sabe o que precisa? 


__ Não!


__ Dançar! Vem!Vamos dançar!Eu não sei dançar então,não fica bravo se eu pisar no seu pé, tá? Mas venha comigo! Deixe seus pensamentos ali no banco para pegar depois. E vamos deixar que os próximos minutos sejam nossos, sem ninguém no mundo. A não ser a dona Vontade e a Felicidade, que vestidas de azul-mar, nos observam em cumplicidade. Vamos deixar que essa tua canção nos leve e quando não estivermos mais por aqui dançando, estaremos em nossos pensamentos e no sorriso  como esse que você deu agora.


__ Você não existe!


__ Vem e me dá um beijo com gostinho de mar. 

(Waleska Zibetti)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Sonetos, William Shakespeare

Quando penso em você me sinto flutuar,
me sinto alcançar as nuvens,
tocar as estrelas, morar no céu...

Tento apenas superar
a imensa saudade que me arrasa o coração,
mas, que vem junto com as doces lembranças do teu ser.

Lembrando dos momentos
em que juntos nosso amor se conjugava
em uma só pessoa, nós ...

É através desse tal sentimento, a saudade,
que sobrevivo quando estou longe de você.
Ela é o alimento do amor que encontra-se distante...

A delicadeza de tuas palavras
contrasta com a imensidão do teu sentimento.
Meu ciúme se abranda com tuas juras
e promessas de amor eterno.

A longa distância apenas serve para unir o nosso amor.
A saudade serve para me dar
a absoluta certeza de que ficaremos para sempre unidos...

E nesse momento de saudade,
quando penso em você,
quando tudo está machucando o meu coração
e acho que não tenho mais forças para continuar;
eis que surge tua doce presença,
com o esplendor de um anjo;
e me envolvendo como uma suave brisa aconchegante...


Tudo isso acontece porque amo e penso em você...

domingo, 25 de janeiro de 2015

Alice no pais das maravilhas - Análise



ANALISANDO ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Por Gabriella Gilmore 

Olá leitor! Tudo bom?
Hoje eu quero trocar uma idéia com vocês sobre a mensagem do filme “Alice no pais das maravilhas”.
Depois que minha irmã assistiu ao filme e disse não ter entendido nada, mas que achou bonitinho e viajado, eu acabei locando o filme para ver com mais calma.
Realmente o filme exige um olhar filosófico para extrair a mensagem.
É um filme infantil para adultos.
Se você assiste apenas pela ficção, você acaba não extraindo muita coisa dele, a não ser que você se amarre em efeitos especiais em fundo verde, porque convenhamos, o filme arrasou. Ele é praticamente todo gravado em estúdio com paredes, mobílias e roupas verdes.
Estarei escrevendo uma análise da história de Lewis Carroll sobre meu ponto de vista. Não busquei nenhuma informação adicional ou comentários para não ser influenciada. Estou aqui debaixo do edredom curtindo um raro friozinho que essa cidade oferece.
Ok. Sem churumelas, vamos lá!
P.S – Volto a lembrar que adoraria trocar figurinhas com os leitores que tiverem outros pontos de vistas.
A casa é nossa!

Na infância, Alice tinha uma mente muito criativa, e quando ela sonhava com coisas estranhas, comparadas com que ela vivenciava, ela pensava que eram pesadelos. Sempre amparada pelo pai, ele dizia que ela não estava maluca e que os “melhores eram loucos”.
Sufocada pela repressão da sociedade, Alice cresceu deixando de lado sua amiga imaginação. Já ouviu dizer aquela frase de que “Os adultos matam aos poucos o filósofo que existe em cada criança?” Os adultos nunca estão totalmente preparados para os eternos porquês das crianças.
Quando jovem, foi predestinada a um casamento contra sua vontade, e na hora do pedido de casamento, Alice se ausenta por um momento e foge atrás de um antigo amigo coelho de seus sonhos. Ao ver uma toca em que ele entrou, curiosa, ela chega perto para ver quando... cai.
Nisso ela entra nesse “mundo de fantasia”.
Analisando, Alice apenas desmaiou, e neste sonho (ou desmaio) no qual ela reencontra amigos do passado, Alice consegue buscar as respostas que ela tanto procurava desde criança.
Ainda dentro do sonho, é confundida com a “Alice verdadeira”, que na verdade era ela mesma quando criança e não temia a imaginação. Quando ela é levada ao oráculo Lagarta azul, os amiguinhos perguntam a ele se ela é realmente a Alice, ele responde dizendo que ela não é ainda“totalmente” a Alice. No decorrer do sonho, Alice vai deparando com coisas que ela já havia sonhado antes, ou seja, as lembranças de seus sonhos passados vêm à tona.
Quando ela começa a entrar naquela coisa de “sonho”, Alice é dita lutar contra um monstro para salvar aquele lugar, porém, a própria rejeita a idéia dizendo ser a Alice errada e que ela não mataria ninguém. Aos poucos ela vai se afeiçoando as pessoas quando resolve aceitar o “destino”.
 Quando ela decide a lutar contra o monstro Jaguadarte, ainda temerosa, ela acreditava não conseguir derrotar a fera. Contudo, somente Alice poderia afrontar ele, ou seja, apenas Alice poderia enfrentar seus próprios anseios.
Decidida a vencer a luta, e ela vence mesmo, Alice desperta do sonho e volta a sua realidade, no qual ela diz com firmeza que não aceitaria o pedido do Lorde em casamento, pois aquilo não era o que ela queria para si.
O filme fala o tempo todo sobre busca da própria identidade que a sociedade sutilmente vem matando dentro de nós.
E se me permitem uma viagem pessoal... Ainda acho que Alice é o próprio autor Lewis.
Ele só não escreveu o personagem em um menino para não se “entregar”. A sociedade daquela época, muito machista e preconceituosa, iria crucificá-lo, isso se não o acusassem de afeminado.
Que tipo homem teria uma “viagem” daquelas? Culpa toda do ópio. RS
Se gostou ou odiou, deixe seu rastro. Bêzo.

sábado, 24 de janeiro de 2015

I Will Survive, Priscilla

Ladies and Gentleman, sejam bem vindos a bordo do Priscilla.
Um ônibus que levará as Drags: Anthony (Hugo Weaving) e Adam (Guy Pearce) e a transexual Bernadette (Terence Stamp) a um destino Alice Springs.
Um filme recheado de mensagens atuais e contemporâneas com uma trilha sonora de encher a nossa audição, Priscilla a Rainha do Deserto (The Adventures of Priscilla, Queen of the Desert) conseguiu encantar públicos a vinte anos e não deixa de ser um filme atemporal, engraçado e bem interessante.
As atuações dos três atores principais do filme surpreenderam o público e a crítica. Terence Stamp, Hugo Weaving e Guy Pearce eram conhecidos, até então, por papeis em obras com temáticas totalmente diferentes. As atuações são de primeira! Foi o primeiro papel em que vi Guy Pearce, e marcou tanto que não consigo ver outro filme com ele sem lembrar desse filme. Hugo Weaving também da um show, é aqui que vemos como o Agente Smith é um bom ator.
Escrito e dirigido por Stephan Elliot, ‘Priscilla’ teve orçamento de apenas três milhões de dólares australianos. Elliot e os produtores concordaram em fazer o filme mesmo ganhando uma quantia relativamente pequena, tendo em vista a dificuldade e o duro trabalho que teriam pela frente. Além de divulgar o cinema australiano e colocar em evidência o tema LGBT, a trama também mostra o medo de uma das três drag queens, que tem um filho de oito anos e não sabe qual vai ser a reação dele ao vê-la no palco.
‘Priscilla, a rainha do deserto’ arrecadou cerca de US$ 30 milhões e chegou a faturar um Oscar de melhor figurino. A trilha sonora é um dos pontos altos do filme. Durante os shows, eles cantam diversas músicas que já eram sucesso na época e adoradas principalmente pelo público LGBT. Na performance final, Mitzi e Felicia colocam todo mundo para dançar e são ovacionados cantando ‘Mamma mia’.

Trailer:

Até o Próximo Texto
Au Revoir

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Diálogos 4: Sobre Visitas




__ Boa tarde!

__ Boa tarde, anjo!

__ Como vai seu coração hoje?

__ Deixemos meu coração de lado. Venha! Sente-se comigo na varanda um pouco. Vamos comer bolinho de chuva e tomar café vendo o sol mergulhar no mar, enquanto ouvimos uma boa música e falamos bobagens.

__ Você curte cinema, teatro, literatura? Eu amo arte! Tudo!

__ Sou apaixonada por poesias. E por autores que escrevem prosa como
quem escreve poemas.

__ Teatro?

__ Também sou apaixonada por teatro, mas pouco vou. A peça que mais amo é “O fantasma da Ópera”. Um dia ainda vou assistir. Já vi o filme e tenho o cd. Mas quero ver a peça! Nem que seja velhinha e de prazer e felicidade, morrer ali na platéia entre um falsete e outro da heroína.

__ As vezes, sinto que vou me apaixonar por você.

__ Sabe, amigo, a paixão é um sentimento urgente. Olha lá ela! Logo ali correndo pelas alamedas do jardim. Ela precisa correr. Uma menina sempre em busca do que nem imagina o que realmente é. E se encontra, acaba sempre se cansando e largando por aí pelos cantos. Fiquemos aqui a observá-la por lá. Deixemos que ela corra. Dê-me sua mão, esperemos que chegue algum outro sentimento menos moleque. Com sorte há de chegar o carinho. Desse gosto muito! Ele quando chega fica por dias e dias e dias e dias... e quanto mais ele fica, menos queremos que ele se vá.

__ Você não percebeu, mas ele já chegou. Está ali, olha! Vestido de dourado sorrindo para nós.

__ Já somos sortudos, então!

Sorri. Deitei minha cabeça em seu ombro. E ficamos em silêncio olhando a noite chegar em vestido negro com detalhes prateados.
(Waleska Zibetti)